A leitura de literatura para crianças: um programa de áudio

 

        


Alfabetização Literária no programa Minutos Literários

Cinara Tonello Postringer

        

 

Na investigação tenho como objetivo averiguar se crianças e seus pais usufruíram do Programa de áudio “Minutos Literários”, criado pelo Grupo PET Educação em 2020 e disponibilizado de modo gratuito e online com o uma das ações do PET durante a pandemia de COVID 19.

Iniciada em abril, será concluída para a SIIEPE – Semana integrada de inovação, ensino, pesquisa, e extensão da UFPel – evento que ocorre tradicionalmente em outubro ou novembro anualmente.

O que é o Minutos literários?

Programa de áudio disponibilizado na plataforma SoundCloud, contém textos literários (narrativas, poesias e outros) lidos por estudantes da Licenciatura em Pedagogia e bolsistas do PET Educação. Editados, foram postados na plataforma SoundCloud em 2020 e, atualmente, estão sendo trasnferidos para nosso canal no YouTube.

Justificativa

A necessidade de delimitar um corpus adequado à Alfabetização Literária de crianças que tiveram e terão acesso a este programa justifica nosso desejo de conhecer quais as preferências, os textos mais ouvidos, os mais recorrentes, aqueles que foram objeto de predileção entre os usurários do programa.

Para o presente trabalho, pretendo entrar em contato com um grupo de mães que usufruíram dessa ação durante o ano de 2020. Algumas das questões que pensei em fazer a estas mães são:

1.                                      Quem apresentou o pragrama aos seus filhos?

2.                                      A que horas ouviam?

3.                                      Sozinhos ou acompanhados?

4.                                      Quantas vezes acessaram o programa?

5.                                      As audições trouxeram alguma contribuição para os filhos?

6.                                      Esperavam ou solicitavam novos áudios?

7.                                      Se interessavam em conhecer quem estava atrás das vozes?

8.                                      Indicaram um conto ou poema predileto?

 

Aporte teórico

Como suporte teórico selecionei conceitos inseridos nas obras de Cristina Maria Rosa (Alfabetização Literária, 2015), Fanny Abramovich (Literatura Infantil: gostosuras e bobices, 1990) e Nelly Novaes Coelho (Literatura Infantil. Teoria, Análise, Didática, 1991).

Pedagogia verde: um tema de pesquisa...


Pedagogia Verde

Paloma Wiegand

 

Há livros sobre educação ambiental, apropriados à infância, em acervos de bibliotecas escolares, bibliotecas públicas, editoras e livrarias no Brasil? Esta é uma pesquisa que pretendo desenvolver em 2021. Objetivo saber se os professores que atuam em escolas públicas teriam esse aporte em seus projetos de ter e criar entre seus alunos uma consciência de preservação do planeta. O argumento que utilizo é que ter um grupo de livros infantis que abordem o “tema verde” pode garantir maior eficiência no processo de ensino e aprendizagem. Além disso, a disponibilização de obras literárias “verdes” nas salas de aula da zona urbana minimiza a carência do direito da criança ao contato com o meio ambiente natural.

Justificando o tema...

Tendo em vista a situação ambiental atual – devastação, desmatamento, enchentes, aquecimento global e lixo depositado em nascentes, rios e mares – percebe-se que há uma necessidade de inserir, com urgência, o tema nos saberes a serem compartilhados em sala de aula de crianças entre zero e 11 anos,  prioritariamente.

Uma das mais instigantes metodologias disponíveis para tal é a leitura literária. Ou seja, através de leitura de literatura acerva do tema, podemos sensibilizar crianças bem pequenas a conhecer, preservar e amar o planeta. A isso podemos nomear “pedagogia verde”.

O acesso ao acervo literário voltado ao tema é de responsabilidade do professor que pode e deve apresentar o assunto às crianças. Isso se denomina alfabetização literária (ROSA, 2015).

Diante desse grupo de obras e de sua leitura em sala de aula, as crianças podem vislumbrar um campo mais amplo de saberes e emoções e acessar um mundo mais dinâmico. Na palma de suas mãos...

Foco

Na pesquisa tenho como meta conhecer se há, quantos são e onde estão os livros verdes. Pretendo revelar seus títulos, indicar seus autores e ilustradores e quais as  editora que publicam livros infantis cujo tema central é o ambiente. Busco saber quantos são, onde circulam e se o tema é recorrente. Objetivo poder dizer se a educação ambiental integra o intertesse de autores e editoras brasileiras no século XXI.

Metodologia

Para realizar tal tarefa, escolhi como “banco de dados” os segu9intes:

1.      Duas editoras brasileiras (Pequena Zahar e Companhia das letrinhas);

2.      Premiados da FNLIJ;

3.     Uma biblioteca de escola pública.

Como ferramenta de pesquisa, a internet.

O tema será abordado por mim na SIIEPE UFPel 2021. Lá, os resultados...

 

 

28 de abril, o Dia Mundial da Educação!

 


Uma reflexão sobre Educação e Pandemia.

Luzia Helena Brandt Martins

 

Sobre a data:

Após pesquisas em sites e páginas de informação, descobrimos que há mais de um dia para comemorarmos e pensarmos a Educação: 28 de abril, o Dia Mundial da Educação. Essa data, no entanto, também pode ser comemorada em 24 de janeiro, reconhecido pela ONU – Organização das Nações Unidas – como o Dia Internacional da Educação.

Com isso, temos duas datas específicas para repercutir a importância e diferença da educação nos ambientes em que ela está presente. E isso me parece incrível, são espaços e oportunidades para discutirmos a educação em todos os âmbitos. 

Sobre a Educação...

Nas palavras de Érika Dias e Fátima Cunha Ferreira Pinto (2019), “A educação é, desde a sua gênese, objetivos e funções, um fenômeno social, estando relacionada ao contexto político, econômico, científico e cultural de uma determinada sociedade”. Assim, é fundamental reconhecê-la como parte indispensável da sociedade que historicamente vem se modificando.

Quando pensamos em educação, almejamos um mundo menos desigual, com mais oportunidades, que faça a diferença e melhore a vida das pessoas. Pensamos em educação para além de um direito.

Como já foi escrito, a Educação é um fenômeno que acompanha a sociedade e se modifica junto com ela, mas sempre carrega o mesmo propósito: fazer da sociedade um lugar de relações conscientes, críticas e reflexivas. Magda Soares (2015), em um texto no qual se refere a Paulo Freire, ela afirma almejar “uma concepção de alfabetização como meio de democratização da cultura, como oportunidade de reflexão sobre o mundo e a posição e lugar do homem”. O que ela nomeia “concepção de alfabetização”, pode ser considerado como “concepção de educação”, em seu formato mais abstrato e material.

Educação nos dias de hoje...

Com diversas mudanças na sociedade e consequentemente nesse fenômeno social que é a educação, chegamos a 2020, o primeiro ano em que a pandemia do Covid-19 assolou o país e o planeta. Um ano que assustou e modificou a vida de milhares de pessoas.

O ambiente escolar não ficou de fora. Nem a vida dos que davam vida para esses ambientes, como os professores, funcionários, estudantes que, diariamente, “preenchiam" espaços nas escolas, universidades, laboratórios de pesquisas.

Em 2020, a educação precisou se reinventar e criar/produzir formas de minimizar o estrago da pandemia. O foco era impedir que a desigualdade educacional que já existia, se expandisse. Resultado: nos deparamos com um mundo através de telas e um modelo de ensino e aprendizagem remoto, muitas vezes improvisado.

As telas...

De um lado da tela, professores com carga horária multiplicada, precisando se adequar a novos métodos de ensino em modo online. Sua imagem e linguagem, diariamente exposta e precisando extrapolar os níveis de compreensão.

Do outro lado, estudantes curiosos e que, muitas vezes, não conseguem ter acesso aos aparelhos eletrônicos adequados ou conexão segura e constate. Outros, que precisaram trabalhar e o horário que tem para estudar, não é o adequado. Ou ainda, crianças em processos de alfabetização que não aceitam ficar em casa e aprender a ler e a escrever através de uma tela. O ponto em comum? Exaustão, cansaço, desmotivação. Entre docentes e discentes.

Alguns dados

Segundo o G1, em uma pesquisa feita entre setembro e outubro de 2020, o “percentual de alunos sem motivação para estudar saiu de 46%, em maio, e chegou a 54%, em setembro.”, isso, considerando que a quantidade de atividades enviadas em setembro foi maior que a de maio. Na reportagem ainda, apesar de “o conteúdo estar chegando, ele não motiva os alunos. O cansaço dos estudantes apontado na pesquisa indica o desafio para o ano letivo de 2021 [...]”.

E é abril, novamente...

Enfim, estamos em abril de 2021, as aulas remotas já retornaram e o desafio ainda é o mesmo: buscar minimizar os impactos diretos da pandemia na comunidade escolar.

Mesmo em um momento atípico da nossa história, não desistimos de afirmar que a educação é capaz de fazer a diferença e precisa estar presente em todas as esferas. É ela, ainda, que pode garantir a nossa saúde, mesmo que seja através de uma tela de aparelhos eletrônicos!

Finalizando, sonho que a educação seja fonte e desejo que todos possam, igualmente, desfrutar dela!

 

Referências:

DIAS, Érika; PINTO, Fátima Cunha Ferreira. Educação e Sociedade. Rio de Janeiro. 2019.

GLOBO. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/11/09/percentual-de-alunos-desmotivados-em-estudar-na-pandemia-chega-a-54percent-em-setembro-diz-pesquisa.ghtml.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento / Magda Soares. 6. E., 7ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2015.

Chimarrão: uma tradição ameaçada?

 



Dia 24 de abril, dia do Chimarrão

Angelica dos Santos Karsburg

           

No Rio Grande do Sul, todo dia é dia de chimarrão. Porém, a bebida símbolo do Estado, segundo a lei estadual gaúcha 11.929, tem seu dia oficial: 24 de abril. Também conhecida como mate, a bebida tem um sabor mais amargo, mas há quem goste de pôr um pouco de açúcar ou acrescentar chá para dar um gosto diferenciado.

A erva-mate é nativa da América do Sul e muito popular no Uruguai e no Brasil, onde em muitas regiões é consumida na forma de chá gelado. Diurético e bom para o coração, o chimarrão é um ótimo aliado contra o frio. Tomar um “chimas”, virou símbolo da tradição e tem uma forte ligação social pois, dividir a bebida é sinônimo de amizade e hospitalidade entre o povo gaúcho.

Origem

A história por trás da origem do chimarrão tem duas vertentes: de um lado, os povos indígenas; do outro, os soldados espanhóis.

Conhecida pelo nome de Ilex Paraguariensis, a planta da erva-mate era colhida, queimada, secada e triturada pelos índios Guaranis que a consumiam e a preparavam de um modo muito semelhante ao que utilizamos hoje em dia. Dessa maneira, o chimarrão tornou-se um legado indígena.

Entretanto, o consumo de chimarrão também é conhecido com a chegada dos soldados espanhóis às terras da América do Sul. A lenda por trás da origem do chimarrão se dá no ano de 1536. Esses soldados, pela saudade existente de suas famílias, eram famosos por estarem sempre embriagados. Descobriu-se, nesse ponto, que a erva-mate era eficaz no alívio das ressacas. Então, foi nesse momento que os soldados resolveram tomá-la com a intenção de curar suas bebedeiras.

No Sul do Brasil, naquele mesmo período, os índios Guaranis também já tomavam o Caá, em porongo, utilizando como a cuia do chimarrão, sorvendo o Caá-y por meio do tacuapi, que era uma espécie de bomba primitiva feita de taquara. Diz-se que essa era uma tradição herdada do Deus Tupã.

Um pouco da história e algumas curiosidades...

A erva era colocada em recipientes parecidos com a cuia utilizada atualmente e feitos de taquara de bambu, madeira, chifre de boi e também porongo. Com a chegada dos soldados europeus, a bomba foi introduzida no consumo do chimarrão, que num primeiro momento foi confeccionada a partir da taquara e tinha o nome de tacuapi, como dito anteriormente.

Durante o período da chegada dos padres jesuítas, houve uma tentativa de barrar o consumo da erva-mate, pois eles acreditavam se tratar de um ritual pagão, chamando a erva de “erva do diabo”. Mas...

O mate amargo acabou sendo aceito.

Os padres perceberam que, ao barrar o seu uso, os índios acabavam se entregando ao álcool e não rendiam no trabalho. Por se tratar de um estimulante natural, a erva-mate acabou sendo aceita visando a maior produtividade do trabalho indígena e, logo mais, acabou também conquistando o paladar dos colonizadores.

Até os dias de hoje o chimarrão é uma bebida muito consumida nas regiões do sul da América Latina. Para além do mercado tradicional, o chimarrão e a erva-mate também começaram a ganhar adeptos fora da América do Sul, em função da imigração e também da curiosidade de muitos em relação à erva-mate e seus efeitos. Além do tradicional chimarrão ou tereré, a erva-mate deixou de ser apenas consumida como bebida e hoje está presente no preparo de receitas gastronômicas e até mesmo como importante matéria prima na indústria cosmética.

Enquetchê

O grupo PET Educação realizou uma pesquisa. Intitulada enquetchê, teve como objetivo saber como anda o consumo da bebida nesse período pandêmico, pois o velho amargo é apontado por alguns como vilão.

Ao compartilhar da mesma bomba para tomar a bebida, o nosso bom e velho companheiro de muitas hora tem sido apontado como objeto propício para a disseminação do novo corona vírus. Sabendo da importância da bebida para o povo gaúcho, decidimos investigar se ainda há consumo do chimarrão, se houve alterações no hábito ou não.

A pesquisa foi feita por meio da rede social Instagram, e as perguntas foram feitas nos storys (ferramenta enquete). Três perguntas foram lançadas e cada uma delas tinha duas opções de respostas.

A primeira pergunta foi: “Tu gostas de tomar chimarrão?”, as opções de respostas eram: SIM e NÃO. 89% dos respondentes marcou “sim” e 11% “não”.

A segunda pergunta foi: “Durante a pandemia, tu estás tomando chimarrão como?”. As opções de resposta eram: sozinho e coletivo. 75% das pessoas marcou “sozinho” e as demais, “coletivo”.

A terceira pergunta foi: “Durante a pandemia o chimarrão está sendo considerado um vilão. Tu sabias disso?”. As opções para resposta eram: “ouvi falar” e “não sabia”. As respostas foram: 61% para “ouvi falar” e 39% para “não sabia”.

Um causo...

Um dos respondentes entrou em contato via direct, para contar um causo acontecido.

Na casa dele – o internauta mora com mais três amigos – houve um caso de COVID-19. Só um. E todos os quatro partilham o chimarrão. Nenhum dos amigos pegou, mesmo dividindo o chimarrão. Ele contou ainda que todos realizam testes mensais, pois o trabalho requer e, até o momento, apenas ele havia sido contaminado. Contou também que, enquanto falava comigo, estava preparando seu chimarrão para beber com os amigos.

Protocolos...

Sabemos que há uma série de protocolos que devemos cumprir e que o compartilhamento do chimarrão deve ser evitado, ao menos com pessoas que não moram juntas para que o vírus não circule cada vez mais.

Mas...

Não há como esquecer que tradição é tradição!

E...

Certos hábitos levam tempo para serem mudados.

E agora?

Esperamos que esse momento difícil passe logo e que em breve a gente possa estar nas praças, ou até mesmo em nossas casas, cevando o amargo em uma roda cheia de amigos e que a única preocupação com o chimarrão seja a demora até chegar nossa vez...

21 de abril: criatividade e inovação!

 


21 é Dia Mundial da Criatividade e Inovação

Paloma Wiegand

 

"Qualidade ou característica de quem ou do que é criativo; inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no científico, esportivo, etc; decorrente da intuição; atividade de criar."

Criatividade.

Criatividade e inovação estão profundamente interligados e em constante comunicação.

A escolha de transformar o dia 21 de abril no “Dia Mundial da Criatividade e Inovação” teve a intenção declarada pela Organização das Nações Unidas – ONU – a fim de destacar que a prática dessas duas palavrinhas é capaz de ajudar a solucionar conflitos em áreas como desenvolvimento econômico, social e sustentável. Porém, foi com enfoque na sustentabilidade que a data apareceu no calendário oficial da ONU, como incentivo para atividades em mais de 50 países. No Brasil, existem pessoas brilhando em nas atividades de cultura, comportamento, design, empreendedorismo, inovação, tecnologia, e muito mais!

Já se deparou com algo diferente e pensou: "Nossa, que criativo!"? Isso acontece quando vemos algo que impactou nossa mente por possuir uma propriedade nova, até então desconhecida, e talvez até nem imaginada.

A criatividade é peça essencial para um trabalho bem realizado, e fundamental quando se trata de inovar. Mas, até que ponto conseguimos explorar essa natureza, essa fantástica ferramenta responsável por inúmeras evoluções?

Sugerindo...

Primeiramente, busque descobrir o que te inspira, experimente toda a gama de possibilidades para entender quais os teus pontos fortes, os fracos, e saber finalmente como utilizá-los.

Ser criativo é um ato de quem se permite conhecer, voar pelo mundo sem respostas prontas, aprender, ou melhor, desaprender, desapegar-se de modos estáveis de pensar e, então, questionar.

Segundo, reflita sobre coisas que gostaria de fazer. Imagine isso, visualize a imagem...

Agora, use a imaginação – imagem+ação. Confie em si e não desista na primeira tentativa.

Há alguns anos atrás, quando um rapaz chamado Thomas Jefferson mencionou que queria inventar uma luz às base de força elétrica (a lâmpada), todos riram, desacreditaram, zombavam, fizeram graça e lhe diziam para desistir. Chegaram até a negar investimento em seu estudo. Entretanto, ele seguiu com sua pesquisa e, a partir da criatividade, inovou. Depois disso, aquelas pessoas que riram, entre as demais utilizaralizam a lâmpada. E...

Até hoje usamos!

Criar algo nem sempre é fácil, mas o caminho te faz evoluir. Não abandone suas ideias, apenas aprimore-as, tenho certeza de que irá longe.

Finalizando...

World Creativity Day é o maior festival colaborativo de criatividade do mundo e acontece no dia 21.

Faça parte!

Cria e ativa a ti!

Inova!

Beijos de luz.

24 de abril: LIBRAS reconhecida!

Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais

Márcia Duarte


 

Em 24 de Abril de 2002, há 19 anos, portanto, foi sancionada a LEI 10.436. Através dela, o Brasil passou a reconhecer a LIBRAS como  o meio legal de comunicação e expressão de pessoas surdas que compreendem e interagem com o mundo por meio de experiências visuais e expressam sua cultura pelo uso da Língua de Sinais.

A Língua Brasileira de Sinais é uma importante ferramenta de inclusão social e educacional de pessoas surdas. Ela é utilizada como forma de expressão de pensamentos, sensações, ideias, conclusões e, cabe ressaltar, não substitui a modalidade escrita da Língua Portuguesa.

Esta data – 24 de abril – celebra a liberdade de expressão e busca chamar atenção da sociedade para as dificuldades enfrentadas por pessoas surdas quanto à acessibilidade e comunicação em suas vidas, no mercado de trabalho e no ambiente educacional.

A Língua Brasileira de Sinais é uma língua de modalidade viso-gestual, ou seja, a sinalização, as expressões corporais e faciais constituem a construção da estrutura gramatical. Além disso, apresenta níveis fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos, como qualquer outra Língua. Cabe esclarecer que ela não é universal, pois cada país tem a sua Língua de Sinais. Nos EUA, chama-se ASL (American Sign Language); na França – país de origem da LS – FSL. Há também, regionalismos e diferenças conforme os diferentes lugares onde é praticada.

Aprendendo LIBRAS

O aprendizado desta língua acontece de forma natural se o surdo é exposto a ela desde tenra idade. E é essencial, para que o usuários desta forma de comunicação sejam incluídos em relações com outros usuários, surdos ou não. Além disso, a LIBRAS é uma forma de comunicação que possibilita o acesso à informação, ao conhecimento e à comunicação, indispensáveis para a evolução de todos os indivíduos.

Tu deves estar perguntando: Como aprender a língua de sinais para favorecer a comunicação e a inclusão de pessoas surdas em ambientes de ouvintes?

Respondo...

Após a criação da Lei 10.436, as Universidades Brasileiras foram impelidas a oferecer, em suas grades curriculares, a disciplina de Libras para os alunos regulares. Fora do ambiente acadêmico é possível buscar o aprendizado da Língua de Sinais –

e convívio com a comunidade surda – nas Associações de Surdos e Escolas direcionadas à educação destes. É nestes ambientes que se pode ter um contato mais amplo e significativo com a cultura surda e suas peculiaridades.

Valorizando...

Ao valorizarmos a LIBRAS estamos fornecendo estímulos para que tenhamos cada vez mais a inclusão e inserção de surdos na sociedade e, além disso, oportunizamos a construção da identidade, o exercício da cidadania e a erradicação do preconceito e da exclusão. Para tanto, o dia 24 de Abril existe para que façamos um debate consciente e esmiuçado em torno da Língua de Sinais,  ressaltando a necessidade desta como um meio de acesso a oportunidades e o respeito às diferenças.



Márcia Duarte é Licenciada em Pedagogia Habilitação Séries Inicias na Faculdade de Educação da UFPel.

Realizou curso de Pós-Graduação em Leitura e Produção Textual na Faculdade de Letras da UFPel.

Aceitou o convite do PET Educação para elaborar este texto e, por isso, agradecemos.


Ensinar a ler e escrever: a razão de existir da Pedagogia

Dia nacional do livro infantil

Cristina Maria Rosa

     


            A pedagogia nasce com o intuito de disseminar saberes e competências acerca da escrita. Essa invenção humana recente oportuniza que nos orgulhemos, como espécie, de utilizar o intelecto e, desta forma, nos tornarmos mais e mais inteligentes.

Não é qualquer profissional que conhece os processos de ensino e apropriação da escrita. Cabe aos Pedagogos e Pedagogas esse talento, na sociedade. Só a eles. E é por isso que hoje, dia nacional do livro infantil, estou me manifestando.

A língua escrita é parte constitutiva das interações entre adultos e crianças. Processos e estratégias interpretativas integram essas interações. A Escrita é um sistema de representação da fala. Sim, mas a escrita é muito mais do que isso.

A humanidade inventou importantes sistemas notacionais. Um deles, a escrita alfabética. É uma “econômica e complexa representação da fala” (Morais, 2014) e nós, Pedagogos, sabemos que a aprendizagem das correspondências entre sons e suas grafias tem sido preponderante para a autonomia na leitura e na produção de textos. Mas...

Escrever não é só rabiscar (grafia) sons (fonemas).

Claro que não!

Escrever é mais. Muito mais...

Representar a fala é apenas um dos conceitos da escrita. É um conceito “técnico”. E há outros conceitos...

Há o conceito antropológico. Para ele, escrever é deixar marcas. Desde as inscrições rupestres sabemos disso. Escrever é herdar e legar.

Há o conceito histórico. Nele, escrever é registrar muitas versões do mesmo acontecido. Algumas, para que aprendamos e não repitamos massacres, violências, dores e mortes. Outras, para elogiar nossa caminhada como espécie no planeta.

Para a Física, escrever é uma forma de permanecer, de se transformar. Assim como a morte que, fisicamente, não existe, escrever é estar, a todo momento, se transmutando. “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", escreveu Lavoisier (Antoine Laurent Lavoisier, 1743-1794) e, por isso mesmo, se transformou em lenda.

Aprendendo...

Para poder se apropriar do Sistema de Escrita Alfabética, de suas convenções e possibilidades de uso, qualquer criança e ou adulto precisa compreender como ele funciona. Nesse início do Século XXI, parte considerável dos educadores deseja e trabalha para que a aprendizagem deste sistema integre as demais práticas letradas, o que inclui conhecer e aprender a usar os diversos gêneros textuais que circulam na sociedade.

Assim, o objetivo da alfabetização escolar extrapola a apropriação do sistema de escrita alfabética, suas regras e convenções.

Invencionice

Invenção recente na história humana, a apropriação da escrita e seus desdobramentos desse porte pode mudar a vida em sociedade. Por quê? O objeto cultural – o alfabeto e suas convenções – passa a ser algo interno, disponível na mente do aprendiz. E pode ser usado inusitada e infinitamente...

Educação infantil...

A apropriação da linguagem escrita na Educação Infantil designa o processo educativo por meio do qual as crianças vão expandindo seus conhecimentos e suas experiências relacionadas à cultura escrita, de acordo com Mônica Baptista (2014). Esse processo pressupõe situações de aprendizagem planejadas, sequenciadas, sistematizadas e desenvolvidas por profissionais qualificados e devidamente habilitados, que, de um lado, garantam o contato cotidiano das crianças com variados suportes e gêneros discursivos orais e escritos e, de outro lado, incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento e o conhecimento das crianças sobre a linguagem escrita.

Para a pesquisadora do CEALE, na escola deve ser ofertada a continuidade a processos “de construção de conhecimento que se iniciou antes da entrada da criança” nas instituições educativa. Para tal, propõe que o adulto responsável pela educação de crianças pequenas, deve dispor de saberes que estimulem o processo de apropriação da linguagem escrita e afirma que cabe às instituições educativas o dever de assegurar à criança o seu direito de interagir com a cultura letrada e dela participar desde a mais tenra idade.

Princípios orientadores

Um dos mais importantes princípios é reconhecer que a apropriação da linguagem escrita é um trabalho contínuo que requer intensa elaboração cognitiva e que se constitui como fonte de interações e de reflexão sobre si e sobre o mundo. Assim, conclui Mônica Baptista (2014), “promover e intensificar o contato da criança com diferentes gêneros discursivos, em especial com a literatura entendida como arte” é preponderante.

E os livros?

Escrever é herdar e legar. E a escrita pode ser encontrada em diferentes suportes e com diferenciadas funções. São exemplos de como esta conquista da espécie humana circula na cultura.

Os livros, em especial, são valorizados suportes da escrita. Por serem longevos, reunirem e apresentarem parte considerável da cultura e registrarem, pela própria existência, a conquista que foi a invenção da escrita.

No dia nacional do livro infantil, minha homenagem ao livro. A todo e qualquer livro que torna nossa existência uma transformação constante.

 Referências:

http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/apropriacao-do-sistema-de-escrita-alfabetica

http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/oralidade-e-escrita

http://crisalfabetoaparte.blogspot.com/2020/07/25-de-julho-dia-do-escritor.html