O PET Educação terá duas participantes no SulPET que ocorrerá entre os dias 20 a 23 de abril de 2017 na capital do estado de Santa Catariana.
Leia aqui, na íntegra, os resumos enviados ao evento que serão apresentados no evento e que representam o melhor que o PET Educação faz em ensino, pesquisa e extensão na UFPel.
TRABALHOS ENVIADOS
Os trabalhos a serem apresentados. oralmente e em formato banner são:
1. Oralmente:LEITURA LITERÁRIA NO PET EDUCAÇÃO/UFPEL: PROJETOS E ATIVIDADES
Estudante apresentadora: Rafaela Canez Camargo
Orientadora: Cristina Maria Rosa (Tutora PET Educação)
INTRODUÇÃO:
No trabalho tenho como finalidade descrever atividades realizadas entre
janeiro de 2016 e março de 2017 pelo GELL – grupo de estudos em leitura
literária – que integra o Programa de Educação Tutorial da Faculdade de
Educação da Universidade Federal de Pelotas. Vinculados ao campo da formação de
professores, são projetos integrados por um princípio: o professor deve ter
formação literária e ser um agente, na escola, de apresentação e apaixonamento
pelo livro e pela leitura.
De acordo com Ana Maria Machado (2001), a Literatura infantil “[...] permite
sonhar, enfrentar medos, vencer angústias, desenvolver a imaginação, viver
outras vidas, conhecer outras civilizações. Além disso, nos dá acesso a uma
parte da herança cultural da humanidade [...]”. Por ser um “instrumento motivador e desafiador”, a literatura para CONFESSOR (2016) “é capaz de transformar o
indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que sabe
compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua
necessidade”. Logo, o contato com a literatura infantil na vida escolar é muito
importante.
Apesar dessa importância, os estudantes, em geral, leem por obrigação e
não por gostar de fazê-lo afirma Machado (2001). Desse modo, é necessário
despertar o gosto pela leitura realizando com eles, um processo de mediação.
Mediadores de leitura, de acordo com o REYES (2014), são pessoas “que criam
as condições para fazer com que seja possível que um livro e um leitor se
encontrem”. Este processo, na escola e mais restritamente na sala de aula, é
decisivo, para a pesquisadora Lígia Cademartori. Em suas palavras:
A mediação do professor é
decisiva na relação que a criança irá estabelecer com a literatura infantil, pois a ele cabe escolher o livro, promover sua
leitura e conversar a respeito na sala de aula. Também será tarefa sua ensinar
a criança a manipular o livro como objeto e descobrir nele o que só com a visão
e a manipulação é possível descobrir. É desejável que o livro ingresse na sala, nos primeiros anos, como um
brinquedo e uma aventura com as palavras, que desperte a curiosidade dos
pequenos e os estimule a pensar. Que as crianças mergulhem no livro e dele
possam emergir como quem encontrou inesperadas maravilhas no fundo do lago. Ou
ao cair na toca do coelho (CADEMARTORI, Glossário CEALE, 2014).
Partindo destas premissas, o Grupo
de Estudos em Leitura Literária tem realizado atividades de leitura literária
com diferenciados públicos. Algumas delas, como cursos de formação, eventos de
leitura literária em escolas, manutenção de uma sala de leitura e restauro de
uma biblioteca escolar, serão explanadas a seguir.
1.
ATIVIDADES RELIZADAS
2.1 Curso de Formação
O Curso “Mediadores em Leitura Literária” é um
evento anual que ocorre no período não letivo da universidade. O objetivo é
oferecer, aos participantes, conhecimento literário e metodologias de mediação
da leitura. Aberto à comunidade, os frequentadores têm em sido estudantes de
ensino superior, professores atuantes em escolas públicas e privadas e na
universidade além de pessoas de outras áreas. Em 2016, na 2º edição, um dos
resultados foi a confecção do Livro digital “Receitas inventadas: dos clássicos
ao Mercado Público.” Em 2017, a terceira edição deu-se nos dias 30, 31 de
janeiro e 1º, 16 de fevereiro, com o tema “Escritores de Além Mar”, no qual foi
priorizado o escritor José Saramago. As informações a respeito de todo o
processo e desenvolvimento estão registradas no Blog do PET Educação (http://peteducacao.blogspot.com.br/).
2.2 Sala de Leitura Erico Verissimo
A sala de leitura Erico Veríssimo tem como centralidade a
“proposição de micropolíticas de formação do leitor literário” (POSTRINGER, 2016). Foi inaugurada em 17/12/2015 e tem o intuito de disponibilizar seu
acervo literário para os estudantes do curso de Pedagogia, prioritariamente.
Abriga seis acervos: “Livros sobre a Literatura e seu ensino, Obras de Literatura Universal, Obras
de Literatura Infanto-Juvenil, Obras de Literatura para crianças, uma Gibiteca
e uma Coleção de 30 Banners com a história do GELL, da Sala de Leitura e suas
políticas” (POSTRINGER, 2016). Seu ambiente é pequeno, porém
agradável e acolhedor, contando com uma decoração criativa e assentos. O local
é aberto todos os dias da semana, em especial no horário de trocas de turnos e
monitorado por um (a) bolsista ou voluntário.
2.3 Leitura Literária na Escola
Em busca de mediar a leitura, as estudantes vinculadas
ao PET Educação realizam, em escolas, leituras literárias, a fim de introduzir
alunos no universo da literatura. No ano de 2016, essa atividade foi realizada
em conjunto e com o auxilio de personagens dos contos de fadas. Imagine: uma
turma em sala sendo preparada para uma visita e então entra a Chapeuzinho Vermelho, a Cinderela, a Fada Madrinha... Isso captura a atenção dos alunos e possibilita
mais facilmente o contato destes com a leitura. Esses eventos ocorreram mais
intensamente no período de outubro e novembro, a partir do dia da criança. O grupo
se fez presente em escolas municipais, estaduais e beneficentes, abrangendo
crianças de educação infantil, anos iniciais e alunos com necessidades
educativas específicas.
2.4 Reforma da Biblioteca
No ano de 2016, a vice-diretora (ex-petiana) de
uma escola estadual localizada na periferia da cidade de Pelotas, entrou em
contato com o grupo solicitando uma organização no acervo da biblioteca
escolar, que estava sendo remodelada. Esperávamos “encontrar uma sala com armários e prateleiras repletos de
livros que precisaríamos apenas classificar e guardar novamente” afirma Ieda, uma das petianas envolvidas (ROSA, 2016). Na escola, no entanto, integrantes do PET e a
tutora se encontraram no corredor da escola com uma significativa quantidade de
livros expostos à intempérie, além de ter acesso ao novo espaço em situação
precária: havia recebido uma demão de pintura e, por isso, os livros foram retirados
do local e os móveis acumulados no meio da sala. “Em uma primeira reunião,
ideias e um plano de intervenção animaram a equipe que, daquele dia em diante,
empreendeu esforços no sentido de transformar a sala em uma biblioteca: um
espaço em que os estudantes gostassem de estar” (CAMARGO, 2016). Logo,
com auxílio financeiro de professores universitários e pessoas da comunidade, o
grupo foi restaurando o lugar e preparando-o para abrigar o acervo, acolher os
alunos, professores e demais pessoas envolvidas com a escola. Sua inauguração
aconteceu no dia 25 de novembro de 2016 e, homenageando nossa tutora, a direção
nomeou a biblioteca com sue nome. Neste ano, o curso “Medidores em leitura” foi
acolhido pela biblioteca, assim como o evento “Leituras Para Meninas”.
2.5 Leituras para Meninas:
O evento Leituras para meninas constitui-se de leituras públicas de obras
literárias infanto-juvenis de escritoras brasileiras e não só. As obras foram
escolhidas por terem, em seu universo ficcional, protagonistas meninas,
mocinhas e ou mulheres que não esperam o príncipe encantado resolver seus
problemas. São personagens inspiradoras, que se responsabilizam por si mesmas,
propõem saídas inusitadas para velhos problemas e são bem humoradas. A
justificativa é que o evento, integrado
a uma data especial e tendo como foco a leitura literária, faz parte das ações
do GELL - Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel. A leitura de
textos sobre personagens femininas desde a infância empodera as meninas e pode
inspirá-las a serem protagonistas das próprias vidas. Os objetivos do grupo
são: ler textos literários de qualidade; ler mulheres para meninas; reunir
meninas e mulheres leitoras; ler em um espaço escolar; ler e brincar de pensar.
Essa agregação de valores constitui, por si só, a justificativa de relevância
do evento. Foi desenvolvido no dia 08/03/2017 com meninas dos 9º anos da
escola. As “Leituras para meninas” foram: A bailarina, de Vinícius de Moraes e
As meninas, de Cecília Meireles; Pandolfo Bereba, de Eva Furnari; Uma
Chapeuzinho, de Marjolaine Leray; Ervilina e o princês, de Sylvia Orthof; Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector; e O
Príncipe que Bocejava, de Ana Maria Machado.
2.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta de mediar a leitura
não se resume à apenas ler, apesar de ser o principal modo de atuação. Além de
se formar leitor e mediador, os integrantes do grupo, orientados pela tutora,
oportunizam a mediação através de locais, propícios à leitura, e da formação de
novos mediadores.
3.
REFERÊNCIAS
CADEMARTORI,Lígia. Literatura
infantil. Glossário CEALE. Belo Horizonte: UFMG/CEALE, 2014.
CONFESSOR, Rosinete de Sales Gomes. A Literatura
infantil como recurso de inclusão social nas escolas. Disponível em:
REYES,Yolanda. Mediadores de
leitura. Glossário CEALE. Belo Horizonte: UFMG/CEALE, 2014.
ROSA, C. Fotodocumentação e Relatório de Intervenção: imagens e palavras
sobre a interferência na Biblioteca da EEEF Fernando Treptow. Relatório e Pesquisa. Pelotas:
PRPPG/UFPel, 2016.
2. Em formato Banner:
PROJETO NOVOS CAMINHOS: CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO
Petiana: Tamires Jara Goulart.
Orientadora: Gilsenira de Alcino Rangel;
OBJETIVO: O objetivo primordial do Projeto de Extensão Novos Caminhos
é proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas com Síndrome de Down (SD)
através da inserção, qualificada, em atividades sociais que exijam práticas de
leitura e escrita. Compartilhamos com Freire (1983) que “A leitura de mundo
precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da
leitura daquele.
ALFABETIZAÇÃO: A partir dessa ideia de Freire fazemos a relação entre
Alfabetização - aqui entendida como o conhecimento do sistema alfabético, o
domínio do processo de leitura e escrita de palavras, e o Letramento -“viver na
condição ou estado de quem sabe ler e escrever” (SOARES, 2003), ou seja,
utilizar esse conhecimento em sua vida diária, contribuindo para o entendimento
do mundo. Nesse sentido, segundo a autora, apropriar-se da escrita é diferente
de ter aprendido a ler e escrever: adquirir uma tecnologia, a de codificar e
decodificar a língua escrita (SOARES, 2003, p.39).
A PESQUISA: Neste trabalho objetivamos apresentar a contribuição da
atuação das petianas para a formação como licenciandas em Pedagogia. Nesse
sentido, empreendemos entrevistas nas quais perguntávamos qual a contribuição
do Projeto para tua formação? Apresentamos aqui dados de quatro bolsistas.
OS RESULTADOS: Como experiência das professoras-aprendizes, bolsistas PET,
elas destacam a importância do projeto para sua formação pessoal e acadêmica.
Relatam também suas experiências pessoais dando aulas no projeto:
ü
Professora A. “- Fui convidada, por uma professora aprendiz,
a participar do Projeto, mas de primeira instância eu obtive um certo receio
por conhecer essa outra realidade que é trabalhar com alunos com Síndrome de
Down. Como eu nunca tive contato próximo com pessoas com SD, eu me questionava
"como vou trabalhar com esses alunos se nem ao menos tenho conhecimento
dessa síndrome?”Confesso que nas primeiras aulas eu estava meio desnorteada,
pois eu tinha muitos preconceitos com relação à capacidade e potencialidade
desses alunos. Garanto que depois que conhecemos e passamos a conviver com os
alunos, o grupo, não tem como não se encantar nem como não se apaixonar!”
ü
Professora B. “Todo preconceito, com o qual eu ingressei no
Projeto, foi desconstruído e hoje eu afirmo que "não estou me preparando
para ser uma professora que pode trabalhar com uma classe inclusiva e sim para
ser uma educadora atuante na Inclusão, pois é com a educação inclusiva que
desejo trabalhar”. Com os alunos do Projeto, aprendi que todo mundo é capaz de
sonhar, de crescer e se tornar o que quiser ser. Todos somos capazes!”.
ü
Professora C. “- Ao participar do projeto precisamos ter um
olhar bastante diferenciado diante dos outros, um olhar mais progressivo,
aprendi a elogiar mais os menores avanços. Aprendi que uma palavra pode
construir sonhos bem como pode destruir. Um olhar diferenciado e preciso faz
total diferença na vida de todos”.
Professora D. “- Olhar o mundo com outros olhos, ver a
heterogeneidade de uma sala de aula... Pois acredito que na maioria das vezes,
quando pensamos em "ser professor", temos aquela imagem de ter um
caderno com atividades semelhantes e que ali da frente da sala, você pode
resolver todos os problemas pedagógicos porque todos aprendem da mesma
maneira.... Logo percebemos que cada um tem seu modo de adquirir conhecimento,
cada um tem seu tempo e todos trazem uma bagagem a ser compartilhada e
assimilada pelas pessoas que estão a sua volta”.
CONCLUSÕES: A partir desses depoimentos, percebemos que, entre os
resultados mais significativos do Projeto estão os ganhos para as
professoras-aprendizes uma vez que são confrontadas com situações desafiadoras
em termos de processos de ensino-aprendizagem, tendo, assim, de pensar maneiras
de mediar esse processo em busca da real aprendizagem.
Mais informções em:
https://www.facebook.com/XX-Sulpet-Floripa-302672883269501/
Para saber tudo sobre o evento, acesse o link oficial:
https://xxsulpet.wordpress.com/