Angélica Karsburg
Cristina Maria Rosa
Cristina Maria Rosa
Estefânia
Konrad
Letícia Vilela
Mariana Paz
Paloma Wiegand
Letícia Vilela
Mariana Paz
Paloma Wiegand
Nesse tempo de afastamento
de atividades de trabalho e estudo formal que tiveram início em 16 de março de 2020, o PET Educação desencadeou uma pesquisa
interativa através de diferentes mídias sociais. O foco foi conhecer o que as
pessoas estavam lendo na quarentena. Enviamos a nossos contatos uma pergunta
simples: O que estás lendo, posso saber?
Temos ciência de que, por ter
sido dirigida a amigos e colegas, a pesquisa teve respostas bem peculiares, que
foram manifestadas quase como uma confidência a respeito de hábitos em tempos
de distanciamento social. Além do público prioritário do PET Educação – estudantes
da Licenciatura em Pedagogia da UFPel –, investimos em outros grupos.
Entre o interessante volume
de respostas para apenas seis dias de pesquisa, oito nos chamaram a atenção. Por que? Foram pessoas que declararam não
estar lendo nada. As justificativas? Variaram de “não gosto” ou “ainda não
comecei” até “odeio ler”. Ainda bem que foram poucas!
Resultados
Ao receber as respostas
(data limite foi 30/04/2020), passamos a organizá-las em categorias como: ordem
alfabética, nacionais e internacionais, literatura e outros gêneros. Entre as 219 obras mencionadas como lidas, 97 são de autores brasileiros, o que representa 44,30% do total de obras citadas, As demais, 122 é escritores estrangeiros, o que equivale a 55,70% do toral.
Observando os 219 títulos citados, 180 ou 82,20% podem ser categorizados como Livros literários e os outros 39 mencionados (17,80% do total), como livros técnicos, biográficos ou acadêmicos.
Houve, nas respostas recebidas, ampla maioria de
título adultos (199 ou 90,87%), ficando os infantis ou juvenis com uma pequena
fatia do total de indicados como lidos: 20 obras, o que corresponde a 9,13% do
total.
Os mais citados
Alguns poucos livros foram
mencionados por mais de um leitor. Foi o caso de A Bíblia Sagrada, Consciência
fonológica na educação infantil e no ciclo de alfabetização, de Artur Gomes
de Morais, O
meu pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, O Príncipe, de
Nicolau Maquiavel e Pedagogia do Oprimido,
de Paulo Freire. Cada um deles foi lido ou está sendo lido por três pessoas. Em
um grupo tão plural de interlocutores, encontrar dois ou três pessoas lendo os
mesmos livros é bem curioso.
Um
grupo maior de obras foi citado como lidos por duas pessoas cada. São eles:
A sociologia do corpo, de David Le Breton; Alice no país das maravilhas, de
Lewis Carroll; Cem anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez; Clarissa, de
Erico Verissimo; Contos de fadas: de Perrault, Grimm e outros, da Zahar
Editora; Contos Gauchescos, de João Simões Lopes Neto; Dom Casmurro, de Machado
de Assis; Dom Quixote, de Miguel de Cervantes; O código Da Vinci, de Dan Brown;
O homem que amava os cachorros, de Leonardo Padura; O menino do pijama
listrado, de John Boyne; Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire; Psicanálise
dos contos de fadas, de Bruno Bettelheim e Quarto de Despejo, de Carolina de
Jesus.
Organizamos as demais obras – abaixo
citadas – em ordem alfabética de títulos seguidos de seus autores. Aqui podes acompanhar o que nosso peculiar grupo de informantes está lendo ou já leu na quarentena. Entre eles, alguns clássicos, alguma auto-ajuda, alguns típicos de nosso tempos controversos...
Iniciados com a letra A:
A arte de criar
leitores, de Goimar Dantas; A cortesia e o samurai, de Lesley Downer; A droga
da obediência, de Pedro Bandeira; A festa do bode, de Mario Vargas Llosa; A
garota do lago, de Charlie Donlea; A garota que você deixou para trás, de Jojo
Moyes; A guerra que me ensinou a viver, de Kimberly Brubaker Bradley e Mariana
Serpa; A impureza da minha mão esquerda, de Henri Bugalho; A intrusa, de Júlia
Lopes de Almeida; A Longa Marcha dos Grilos Canibais, de Fernando Reinach; A
maçã no escuro, de Clarisse Lispector; A marca humana, de Philip Roth; A menina
que roubava livros, de Markus Zusak; A metamorfose, de Franz Kafka; A moreninha,
de Joaquim Manuel de Macedo; A morte de Ivan Ilitch, de Tolstói; A parte que
falta, de Shel Silverstein; A pedagogia do vírus, de Boaventura dos Santos; A
peste, de Albert Camus; A porca, de Tânia Jamardo Faillace; A reforma da
natureza, de Monteiro Lobato; A Roda e o Registro, de Cecilia Warschauer; A
Torre Negra: Canção de Susannah, de Stephen King; Acordei Negro, de Juremir
Machado; Admirável mundo novo, de Adous
Huxley; Afinal, o que os bebês fazem no berçário?, dePaulo Fochi; Alfabetização a questão dos métodos, de Magda Soares; Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll; Amores Interrompidos, de Rafael
Montoito; Ana Karenina, de Tolstoi; Anália Franco: A Grande dama da educação
brasileira, de Eduardo Carvalho Monteiro; Anne de Green Gables, Anne de Avonlea e Anne da Ilha, de Lucy Maud Montgomery; As aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain; As cientistas: 50 mulheres que
mudaram o mundo, de Rachel Ignotofsky; As Cinco Linguagens do Amor, de Gary Chapman; As Crônicas de Nárnia, de Clive Staples Lewis; As dores da alma, de Francisco Do Espirito
Santo Neto; As filhas do capitão, de Maria Duenas; As intermitências da morte,
de José Saramago; As meninas, de Lygia Fagundes Telles; Assalto ao Poder, de Carlos
Amorim; Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda
Iniciados com a letra B:
Basta!, de Mario Sérgio Cortella; Beijos de areia, de Reyes
Monforte; Biografia da Michele Obama, de Michele Obama e Brinquedos do Chão: A
Natureza, O Imaginário e o Brincar, de Gandhy Piorski.
Iniciados com a letra C:
Cartas a Cristina, de Paulo Freire; Cidades mortas, de Monteiro
Lobato; Clube da luta, de Chuck Palahniuk; Como ganhar dinheiro na pecuária, de
Antonio Chaker El- Memari Neto; Como surgiu: Mitos indígenas brasileiros, de Daniel
Munduruku; Confie em mim, de Harlan Coben; Contos Completos, de Sérgio Faracco; Contos completos, de Silvina
Ocampo; Contos do Saramago, de José Saramago; Contra a escola, de Fausto Zamboni; Conversas
com um jovem professor, de Leandro Karnal; Cordilheira, de Daniel Galera e Crystal
growth from high temperature solutions, de D. Elwell e H.J. Scheel.
Iniciados com a letra D:
Dança com lobos, de Michael Blake; Deixa que eu te conto,
de Bandeira, Meireles e Quintana, entre outros; Depois a Louca sou eu, de Taty
Bernardi; Detetive, de Arthur Hailey; Devocional com Papa Francisco –
Meditações diárias com uma vida com Deus, de Papa Francisco; Diário de uma
ansiosa ou como parei de me sabotar, de Beth Evans; Diário de uma favelada, de Carolina
Maria de Jesus; Diários Educativos; Glossário CEALE, de CEALE/UFMG; Documentação
pedagógica e avaliação na educação infantil um caminho para a transformação, de
Júlia Oliveira Formosinho e Cristine Pascal e Doze contos
peregrinos, de Gabriel García Marquéz.
Iniciados com a letra E:
El diário de Frida Kahlo: un intimo autorretrato, de Alas
Rotas; Emílio, ou da educação, de Rousseau; Ensinando a Transgredir: a educação
como prática da liberdade, de Bell Hooks; Escolinha de Arte do Brasil: Legado e
Memória, de Jader de Medeiros Britto e Alexandre Palma; Escravidão, de Laurentino
Gomes; Essa gente, de Chico Buarque; Estive em Lisboa e lembrei de você, de Luiz
Ruffato; Estrelas além do tempo, de Margot Lee Shetterly; Eu vou te ensinar a
ser rico, de Ben Zruel e Extraordinário, de R.J. Palacio.
Iniciados com a letra F:
Feminilidade radical: fé feminina em um mundo feminista, de
Carolyn McCullen; Férias no Inferno, de Joseph Zerr; Crime e Castigo, de Fiodor
Dostoiévski e Fora de órbita, de Woody Allen.
Iniciados com a letra G:
Gana, de Taiye Selasi e Gente e Bichos, de Erico Verissimo.
Iniciados com a letra H:
Harry Potter e o Cálice de fogo, de com
as ilustrações do Jim Kay; Helena, de Machado de Assis; História das
neurociências, de Dr Juliano do Carmo e História de la conservación Y
restauración artística, de Maria José Martínes.
Iniciados com a letra I, J e K:
Inés da minha alma, de Isabel
Allende; Iniciação à Umbanda, de Ronaldo Linares, Diamantino Trindade e Wagner Costa;
Justiça: O que é fazer a coisa certa, de Michael Sandel; Kafka à beira-mar, de Haruki
Murakami.
Iniciados com a letra L:
La invención de la soledad, de Paul Auster; Leonardo da
Vinci, de Walter Isaacson; Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo; Lolita,
de Nabokov e Longa pétala de mar, de Isabel Allende.
Iniciados com a letra M:
Mar morto, de Jorge Amado; Medicina da alma, de Robson
Pinheiro; Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis; Mente, Gestão e
Resultados, de Luiz Carlos Osório, Luiz Fernando Garcia; Mercador de Veneza, de
William Shakespeare e adaptado por Leonardo Chianca; Metodologias Ativas para
uma Educação Inovadora, de Lilian Bacich e José Moran; Minha casa é onde estou,
de Igiaba Scego; Minha tia me contou, de Marina Colasanti e Mulheres, raça e
classe, de Angela Davis.
Iniciados com a letra N:
Nada é por acaso, de Zíbia Gasparetto; Negro, de Robson
Pinheiro; No armário do vaticano, de Frédéric Martel; No Brasil todo mundo é
índio, exceto quem não é, de Eduardo Viveiros de Castro; Noite na taverna, de Alvares
de Azevedo e Nomes de deuses, de Ilya Prigogine.
Iniciados com a letra O:
O apanhador no campo de centeio, de J.D. Salinger; O
assassinato do comendador, de Haruki Murakami; O Caibalion, de Willian Walker
Atkinson; O cérebro ninja, de Dr. Fernando Gomes Pinto; O código da Vinci, de Dan Brown; O Coelhinho que não era de Páscoa, de Ruth Rocha; O
construtor de pontes, de Markus Zusak; O demônio do meio-dia, de Adrew Salomon;
O diário de Anne Frank, de Anne Frank; O dilema do porco espinho como encarar a
solidão, de Leandro Karnal; O ensaio sobre a cegueira, de José Saramago; O erro
de Descartes emoção, razão e cérebro, de Antônio R. Damásio; O Genocídio do
Negro Brasileiro, de Abdias Nascimento; O Guardião do Livros, de Cristina
Norton; O homem de lata, de Sarah Winman; O homem e seus símbolos, de Carl Jung;
O homem que odiava Machado de Assis, de José Almeida Junior; O homem sem
talento, de Yoshiharu Tauge; O irmão que veio de longe, de Moacyr Scliar; O
menino que pintava sonhos, de Duca Leindecker; O Nome da Rosa, de Umberto Eco; O
ódio que você semeia, de Angie Thomas; O pêndulo da democracia, de Leonardo
Avritzer; O processo, de Franz Kafka; O que aconteceu com Annie, de J. C. Tudor;
O que é Lugar de fala, de Djamila Ribeiro; O que você precisou desaprender para
virar um idiota, de Meteoro Brasil; O Retrato Tempo e o Vento, de Erico
Verissimo; O senhor das moscas, de William Golding; O sol é para todos, de Harper
Lee; O Tempo Entre Costuras, de Maria Dueñas; O Zahir, de Paulo Coelho; Obra
completa de poesia e prosa, de Carlos Drummond de Andrade; Olhai os lírios do campo,
de Érico Veríssimo; Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; Os 100 melhores
contos de crime mistério da literatura universal; Flávio Moreira da Costa; Os 7
hábitos das pessoas altamente eficazes, de Stephen R. Covey; Os cem melhores
poemas brasileiros do século, de Ítalo Moriconi; Os engenheiros do caos, de Giuliano
Da Empoli; Os melhores contos de H. O. Lovecraft, de H. O. Lovecraft; Os
testamentos, de Margaret Atwood e Ostra feliz não faz pérola, de Rubem Alves
Iniciados com a letra P:
Pá de cal, de Gustavo Àvila; Pedagogia Freinet uma
abordagem inicial; Percy Jacson e os Olimpianos, de Rick Riordan; Pós-F.: Para
além do masculino e do feminino, de Fernanda Young; Práticas pedagógicas na
educação infantil, do ICEM;Propósito, de Sri Prem Baba; Psicanálise dos contos
de fadas, de Bruno Bettelheim e Psicopedagogia clínica: caminhos teóricos
e práticos, de Makeliny Nogueira.
Iniciados com a letra Q, R e S:
Quarta Parede, de Ella Santo; Quem mexeu no meu queijo, de Spencer
Jonson; Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato; Reinvente sua vida, de Jefrey
Young Janet Klosko; Retrato de Drian Gray, de Oscar Wilde; Revolução dos bichos,
de George Orwell; Revolução Laura, de Manuela D'ávila; Rodrigo Lefèvre e a
vanguarda da Arquitetura no Brasil, de Miguel Antonio Buzzar; Segundo sexo, de Simone Beauvoir; Semente de Esperança, da Pastoral
Popular Luterana; Sinfonia universal, de Frei Beto; Sistema de escrita
alfabética, de Artur Gomes de Morais; Sonho de uma noite de verão William
Shakespeare - tradução e adaptação Ana Maria Machado e Subjetividade e Verdade,
de Michel Foucault.
Iniciados com a letra T, U, V e X:
Tá todo mundo mal, de Jout Jout; The Glass Bead Game, de Hermann
Hesse; The restoration of engravings, drawings, books and other Works on paper,
de Max Schweidler; The Witcher - o último desejo, de Andrzej Sapkowski; Todos
os patinhos, de Christian Duda; Um amor feliz, de Wisława Szymborska; Um
coração igual ao de Jesus, de Max Lucado; Um curso em Milagres, de Helen
Schucman; Um dia, de David Nicholls; Um lugar perigoso, de Luiz Alfredo
Garcia-Roza; Uma breve história do século XX, de Geoffrey Blainey; Uma pequena
cidade da Alemanha, de John Le Carré; Vá em frente! , de Zibia Gasparetto; Viagem ao centro da terra, de Júlio
Verne; Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Viver entre línguas, de Sylvia Molloy;
Vozes do Campo, de Jara Lourenço da Fontoura, Mauro Dillmann, Graziela Rinaldi
da Rosa e Berenice Vahl Vaniel; Vozes guardadas, de Elisa Lucinda e Xeque-Mate Rainha,
de Elizabeth Fremantle
Iniciados por números:
10% humano: Como
os micro-organismos são a chave para a saúde do corpo e da mente, de Alanna
Collen; 111 poemas para crianças, de Sérgio Copparelli; 12 regras para a vida,
de Jordan b. Peterson; 20 Mil Léguas Submarinas, de Julio Verne e 21 lições
para o século 21, de Yuval Noah Harari.
Curiosidades
Três de nossos
entrevistados afirmaram estar lendo “livros que nunca li por falta de tempo”,
mas não indicaram títulos nem autores. Oito pessoas declararam estarem fazendo
apenas leituras obrigatórias e relacionadas à Faculdade. Cinco declararam que,
além de outras leituras, leem revistas e jornais, físicos ou virtuais. Mencionaram
o Jornal El País, a Folha de São Paulo, a Zero Horas e o Diário Popular. E os
site G1 e ClicRBS e doze declararam que o único contato com a leitura nesta
quarentena está sendo através das mídias sociais como Instagram, Facebook e Twitter. E, ainda, um de nossos
entrevistandos afirmou estar lendo “Antologia Poética”, inserida na Revista
Cult (https://www.cultloja.com.br/categoria-produto/espaco-cult/).
O mais curioso foi uma das
respondentes que afirmou estar lendo o segundo livro de um mesmo autor, que anteriormente
gostara muito. No entanto, Piano Vermelho,
de Josh Malerman, não foi recomendado pela leitora, que alegou ter suas
expectativas frustradas ao concluir a leitura.
Ao fim, um recado:
Leia autores brasileiros!
Nós, do PET Educação podemos
ajudar a encontrar os melhores e indicar para qual público a obra, o autor ou o
gênero é mais adequado...
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