AUTISMO: CONHECER PARA VIVER
Valdoir Simões Campelo
Data criada em 2007 pela ONU, o dia 02 de abril é marcado como
fundamental para a conscientização acerca do Autismo. Nesse dia, a voz mais
forte que se faz ouvir é a de pessoas que buscam seus direitos, mas, também,
usufruem de conquistas. Recentes e ainda insuficientes, essas conquistas precisam
ser divulgadas e conhecidas.
O Transtorno do Espectro Autista – TEA – é uma condição de saúde
caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento:
comunicação social e comportamento. Quem é diagnosticado como autista apresenta
problemas de linguagem e dificuldade de interação social. Mas, não há só um
tipo de autismo e o transtorno se manifesta de maneira única em cada pessoa.
É por ser um transtorno tão abrangente – há pessoas com doenças associadas,
há indivíduos com deficiência intelectual e/ou epilepsia e há, também, pessoas
independentes que nem sabem que são autistas – e apresentar vários níveis de
comprometimento que o autismo se chama espectro. Segundo a OMS, essa condição
atinge uma em cada 160 crianças no mundo. No Brasil temos, aproximadamente, 2 milhões
de pessoas que poderiam ser caracterizadas como autistas.
Foi em 2013, no lançamento da quinta edição do Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais que o autismo recebeu uma nova nomenclatura:
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Desde então, especialistas podem
avaliar e estudar melhor os graus de autismo.
Uma entrevista com Alexandre Barcelos
Ao buscar compreender esse fenômeno e como ele se apresenta na vida de um jovem diagnosticado, decidi dar voz a Alexandre Henzel Barcelos, estudante na Licenciatura em Pedagogia e servidor público municipal em Pelotas – RS.
Ao entrar em contato com ele nas redes sociais, escrevi:
Olá, Alexandre. No teu
perfil (Face book) encontrei postagens em que abordas a condição de autista. Em
“Diário de um Autista”, apresentas conquistas: estar cursando a Universidade e
trabalhando, são duas delas. Como tu defines estas conquistas? Pensas que tua
carreira impacta outras pessoas com autismo? Na pandemia e com aulas remotas, como
está o atendimento aos autistas?
O Alexandre foi
extremamente colaborativo e respondeu ao PET Educação. Nós, do PET, agradecemos
o privilégio que é tê-lo como colega e colaborador em nosso BLOG. A seguir, as
palavras de Alexandre:
Defino minhas
conquistas como resultados de um trabalho em conjunto: dos meus pais, do
pessoal do Centro de Atendimento ao Autismo, do NAI e eu. A minha carreira e o
autismo tem impacto de visão uma sobre a outra. Explico: enquanto minha
carreira me ajuda a melhor entender a socialização, facilitando a comunicação e
quebrando tabus em relação ao autismo, outros autistas me fazem ver a escola de
outra maneira. Pergunto-me: será que esse ambiente é o ideal? Por que está tão
maçante o ensino atualmente? Com relação à pandemia, percebo esse retorno
remoto como estando em um laboratório de ensino, onde professores testam e
aprendem como funciona esse ensino para que fique registrado na história de como
lidar com uma situação dessas no futuro. Eu só acho que faltam prazos mais alongados
para as atividades, visto que no presencial eram dados maiores prazos. Contudo,
eu gosto plataforma, pois temos acesso a todo material para o resto do curso
sem ter a necessidade de ter tudo impresso e guardado numa caixa. (Alexandre
Henzel Barcelos. Pelotas, abril de 2021).
Agradecer...
Ao receber essas
palavras, fiquei emocionado.
Estudante da
Licenciatura, bolsista PET Educação e recentemente aprovado em concurso público
para professor no município, fiquei impactado com a sabedoria de Alexandre.
Expresso através
dessa publicação, meu carinho, respeito e total admiração pela caminhada de
Alexandre. Em nome do PET EDUCAÇÃO e em meu nome agradeço por disponibilizar um
pouco de seu tempo. Muito obrigado!
Referências
BARCELOS, Alexandre
Henzel. Contato disponível em: https://www.facebook.com/alexandre.henzelbarcelos.9
Revista Autismo. Disponível
em: https://www.revistaautismo.com.br/diamundial/
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