E... agosto chegou!


Agosto de 2020: o PET inventando modos de estudar e ensinar
Cristina Rosa

E...
Lá se foram cinco meses de trabalho de forma remota.
O que fizemos, sabemos.
Não foi pouco nem desimportante.
Aprendemos...
A gravar áudios concisos, claros, emocionantes, com fundo musical;
A pesquisar através de redes de compartilhamento de informações, confiando que amigos, familiares e colegas se dispusessem a nos ouvir, a responder nossas perguntas e a se expor em artigos em nosso BLOG;
A apresentar trabalhos com áudios, vídeos, Power Point em plataformas on-line, driblando como Garrincha, distâncias, medos, quedas de energia e sistema falhos de internet,
A nos reunir remotamente e declarar que fazemos falta uns aos outros, que ouvir a voz é bom e que ver é melhor ainda;
A nos fotografar em nossos ambientes de trabalho em casa, revelando um pouquinho de nossas intimidades e até mesmo novas cores de cabelo.
Sim.
Aprendemos.
Mas queremos mais...
Por isso, o PET Educação, em agosto que logo chega, está pronto para novos desafios!
Queremos aprender e ensinar mais.
Queremos eleger Coordenadores para as Licenciaturas em Pedagogia, Diretores para a Faculdade de Educação. Queremos aulas com nossos professores e colegas, mesmo que de forma remota. Nós queremos. E podemos querer...
Enquanto isso...
Enquanto essas importantes escolhas não chegam, vamos estudar.
O PET está se organizando par escrever sobre datas importantes para os futuros Pedagogos que ocorrem em Agosto. Elas são:
06/08 - Dia Nacional dos Profissionais da Educação;
07/08 - Dia Estadual da "Lei Maria da Penha"
09/08 - Dia Internacional dos Povos Indígenas
12/08 - Dia Internacional da Juventude
19/08 - Dia Mundial da Fotografia
22/08 - Dia do Supervisor Escolar
24/08 - Dia da Infância
26/08 - Dia Internacional da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
Acompanhe aqui nossas publicações!


26 de Julho: um dia para os longevos

Nelly Novaes Coelho, uma vovó leitora e escritora
26 de julho: um dia para os avós.
Cinara Postringer

Um dia para quem tem netos! Um dia para lembrarmos que, sem eles, não existiríamos! Um dia para telefonar, mandar um e-mail, um áudio, fazer contato pelo celular e pelas plataformas on-line. 26 de julho é só um motivo a mais para reconhecer que, geracional mente, avós são mais importantes do que nós mesmos. Mas, como surgiu essa data?
Origem
A data é mais conhecida como o dia das vovós e criada para homenagear Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. Foi uma ação de Ana Elisa do Couto, mais conhecida por “Dona Aninha” portuguesa de Penafiel, Portugal e avó de quatro netas e dois netos. Dona Aninha considerava que a data não recebia a atenção devida. Passou a ser uma militante da causa, viajando a vários países para difundir e defender esse dia. O interessante é que essa comemoração tem origem católica, todavia é consagrada no Brasil e celebrada por pessoas de variadas crenças religiosas.
Laços e Leis
Avós, pais de nossos pais, são pessoas que, quase sempre, têm grande experiência de vida e podem transmitir muitos ensinamentos. Vale ressaltar que a data é comemorada no dia vinte e seis de julho, no Brasil e em Portugal. Na Itália, essa homenagem ocorre em dois de outubro; nos EUA, no primeiro domingo de setembro; no Reino Unido, no primeiro domingo de outubro, e, na França, a comemoração dessa data é dividida em dois dias, o dia das avós, no primeiro domingo de março e o dos avôs, no primeiro domingo de outubro.
No Brasil, avós estão protegidos por Lei Federal promulgada no dia primeiro de outubro de 2003, Lei n. 10.741/2003. Nessa legislação são estabelecidos os direitos aos idosos, assim como são previstas punições a quem os violam. No Brasil o número de idosos é alto, principalmente no Rio Grande do Sul.
O relacionamento dos netos com os avós é muito importante para a formação do indivíduo e para o contato com as raízes e histórias familiares, ajudando no processo de autoconhecimento e formação de valores e ideais de vida.
Os avós têm direitos perante seus netos, o artigo de número 1.589, parágrafo único, do Código Civil de 2002, determina que “O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente”. Observamos que a lei estimula o relacionamento do neto com seus avós, mesmo que seus genitores dissolvam a relação conjugal, e aos avós poderá ser garantido o seu direito de visita, o direito de se relacionar com seus netos.
Da mesma forma, há deveres para os avós, os quais poderão ser chamados à prestação alimentícia, caso o pai responsável não tenha condições econômicas de prestar, e os avós tendo condições financeiras para tal, serão chamados ao dever da prestação alimentar em relação ao neto, previsão do art. 1696 do Código Civil de 2002.
Conviver faz bem...
Pesquisadores da Universidade de Oxford constataram que a convivência dos avós na vida de seus netos faz bem para as crianças. O estudo mostra que as crianças que tiveram mais contato com seus avós demonstraram mais felicidade e situação de bem-estar geral, segundo os pesquisadores, as crianças que interagem com seus avós todos os dias são mais felizes porque estreitam relações entre ambos e ajudam a minimizar os efeitos negativos da vida, como exemplo um futuro quadro de depressão. Semelhante estudo feito por pesquisadores da Fundação Nuffild. Nele, os pesquisadores identificaram que os avós que apoiam e dão suporte aos netos durante seus primeiros anos de vida dão segurança emocional aos pequenos.
Além dos benefícios aos netos, os avós se sentem úteis na medida em que muitos não trabalham mais ou se sentem sozinhos, melhorando sua socialização. Os idosos que costumam contar histórias baseadas nas suas têm uma taxa de mortalidade 37% menor quando comparados a idosos que não convivem com as crianças. Diante desse fato, o ideal é que os avós tenham convívio com seus netinhos para que todos sejam felizes e descubram uma linda forma de amar.
A pesquisa com avôs e avós...
O PET Educação tem contato intenso com um grupo geracional que é repleto de avôs e avós: os estudantes da UNAPI – A Universidade Aberta para Idosos. Mas, além disso, temos pais e avós e, foi assim que decidimos perguntar a eles qual os sentido dessa data.
As respostas logo começaram a chegar...
Quer conhecer o que escreveram?
Cinara Postringer:
Bolsista PET Educação e realizadora da pesquisa.
Depoimentos: avós falam...
Sou avó há 25 anos.  É um prazer muito grande conviver com eles, quando possível. As distancias nos separam, mas, quando acontece um encontro, sempre é muito bom. Estou muito orgulhosa de todos eles.

Ser avó é cuidar, amar, ver o que está errado ou certo e principalmente respeitá-los.

Ser avó é a experiência mais prazerosa na família; sem a responsabilidade que cabe aos pais, na educação dos filhos, aos avós é permitido dengos e carinho , tornando a relação mais doce. Avó é sinônimo doçura, acalento, tenho dois netos carinhosos e lindos que são minha alegria e orgulho.

Ser avó é renovar a alegria que o tempo levou dos filhos já crescidos, poder fazer bagunça com os netos sem pensar em errar e ser cobrada pela vida, só alegrias renovações, melhor momentos da vida de uma avós.

Ser avó é renascer como mãe só que mais complacente e experiente! É amar ardentemente um ser que vem nos trazer esperança e alegria no inverno de nossa existência!

Ser avó! Ser avó é uma mistura de sentimentos. Às vezes você age como mãe impondo limites e regras, outras vezes você é permissiva. Ser avó, é de repente se dar conta q tem barulho na casa q passa mais tempo silenciosa. E este barulho exige que a avó se mexa e faça a comidinha dos netinhos, passe um mertiolate no joelho ralado. Conte histórias e adormece antes deles! Ser avó é sentir falta, é querer ficar juntinho, é querer encher os netos com presentes é voltar no tempo. Tempo de mãe.

Ser avó é ser mãe com leite condensado. Tenho uma neta de 40 anos e um neto de 5 anos. Neste ínterim tenho mais três netos.

Ser avó pra mim é reviver a infância das filhas! A primeira neta nasceu e eu fiquei grávida em seguida, então foi uma experiência bem diferente. Eu e minha filha saíamos com as meninas e as pessoas ficavam intrigadas de ver as crianças chamando a vó e a mãe!

Ser avó é maravilhoso é um presente de Deus quando os filhos saem e ficamos só parece que já fizemos tudo que tinha pra se feito, aí vem os netos e nos enche de alegria e nos renova pra uma nova vida é um amor maior sem explicação é só vivendo pra saber é Deus nos dando uma nova chance de vida só de amor e carinho sem compromisso, é divino. Amo meu neto, é meu maior tesouro. Maria Helena, 64 anos.

Para mim, ser avó é a oportunidade de ressignificar as relações afetivas com meu filho e construir outra relação e laços afetivos com a filha e o filho dele. Sinto que tenho algumas responsabilidades com a neta e o neto, mas, ao mesmo tempo, sei que não é a mesma relação da maternagem. Portanto, ser avó acaba sendo uma construção mais livre de afeto e amor. 

Sim! É uma responsabilidade e amor pouco menor que ser mãe! Também se tem muito mais paciência com os netos que com os filhos! Parece que sempre são pequenos!

É ver o seguimento de nossas vidas em nossos netos!

É ser mãe duas vezes, adoro meus netos, tenho com eles a mesma preocupação e o mesmo cuidado que tinha com meus filhos. Ajudei muito meus filhos a cuidar deles quando necessário. Somos uma família muito unida.

Ser vó é ser amiga, companheira de brincadeiras, mas é também porto seguro e um lugar onde os pais deixam os filhos quando precisam resolver coisas  isso dito pela Bia também. Amo ser vó!

É maravilhoso, pois a gente pode brincar, divertir os netos e divertir-se, sem a obrigação de educar. Em suma, é muito melhor do que ser pai ou mãe.

É a melhor experiência do mundo. Poder reviver as coisas boas de ser mãe com mais prazer, pois não há ansiedade subjacente. A gente vê o processo com um pouco mais de "distanciamento", por estar numa outra fase da vida. E talvez por isso valorize e enxergue coisas que com os filhos não via ou via de forma parcial. E por sermos mais experientes, podemos nos dar ao luxo de sermos mais leves, experimentar mais, ousar mais, testar mais, corrigir coisas que julgamos ter errado com os filhos. Sem contar no quanto eu bom dar colo, aconchego, abraço.

Só tenho 2 netos Gabriel 21 anos Luan 18 anos é muito maravilhoso ser vó gostaria que viesse mais uns pequenos para ter mais movimento em casa.

Ser avô e ser avó é ser pai e mãe duas vezes. É um amor incomparável, uma joia vinda do céu!

Ser vó é melhor que ser mãe, porque quando somo avós não carregamos o peso e a responsabilidade de acertar na educação dos nossos filhos. Ser vó é só amor.

Amor carinho tudo em dobro um sentimento que não se explica. Silvia, 66 anos

Ser avó é ser mãe duas vezes um neto quando nasce traz a alegria da renovação da continuidade da família, meu filho e minha filha já são adultos, mas esse pequeno ser nos une novamente fazendo com que o amor se multiplique.

Tenho quatro netos, Eduardo, Julia, Felipe e Sophia. Penso que tudo depende da educação que se dá aos filhos... E, filho, a gente permite que nos veja, ele te observa a vida toda. Desse modo, depende dos exemplos que deste. João, 70 anos.

Ser avó é a parte mais doce de ser mãe! É ser mãe quando já temos a experiência de mãe e maturidade, paciência, tempo disponível. Aprendemos a ser mãe com nossos filhos e aplicamos esses ensinamentos com nossos netos. Eles vêm quando estamos prontos, quando estamos carentes de conviver com a infância e precisando do sopro da juventude para, também, nos mantermos jovens. Os netos são um acalento e um desafio para nos eternizar. Feliz quem tem netos e felizes os netos que tem o privilégio de conviver com seus avós.

Ser avó é ser mãe duas vezes. Dar amor, carinho, dedicação, ensinar os valores da vida, a convivência e mostrar o bom caminho.

Ser avó é voltar à maternidade e viver uma nova fase renovar os sentimentos e ser mãe duas vezes. Educar, ensinar e contar histórias. Sempre ensinar os netos os caminhos do bem, dar muito carinho e amor.

Uma das experiências mais preciosas que vivo há mais de vinte anos e de ter me tornado avó.

Após a criação esmerada e cheia de surpresas dos filhos surgem estas criaturas envolventes as quais dedicamos grande parte da nossa vida.
Percebi que os avós desempenham uma função fundamental na vida dos netos. O carinho que a eles dedicamos são a seiva que alimenta seus sonhos, suas fantasias e nossas verdades servem, no futuro, de parâmetro para as suas decisões. Ser avó é bom, lindo, agradável, livre, gostoso, mas também sério e responsável.

Ser avó é maravilhoso! É um presente de Deus! É a vida se renovando. É ter a oportunidade de reviver algumas situações com mais experiência e até voltar a ser criança! Amo ser avó! E hoje acabei de ser avó novamente! Uma emoção indescritível! 

Agradecer...
O PET Educação agradece a todos que se comprometerem e nos enviaram suas opiniões. E deseja a todos os vovôs e vovós, uma vida longa e feliz!

25 de Julho: dia nacional do escritor


Escritor: um mentiroso?
Cristina Maria Rosa

Escrever é uma arte? É uma ciência? Uma profissão? Um dom? O Dia Nacional do Escritor, 25 de julho, tem razão de ser?
Inventor, memorialista, predestinado, repleto de dom, o que é um escritor? Pela relevância com que homens e mulheres dedicam-se a escrever a crônica e suas variantes, no Brasil, o PET Educação presta homenagem nesse dia 25, a todos que podem ser chamados de “escritores”.
Mas, o que é um escritor? E um autor? As duas palavras tem o mesmo significado?
Autor é quem inventa algo. Então, o escritor também pode ser autor. Escritor é quem escreve algo, registra, fatos ou invencionices. Então, nesse caso “escritor” é mais que um “indivíduo que escreve”.
Escritor: o que é isso?
Escritor de obra literária, científica ou artística, um autor é uma pessoa que compõe obras consideradas arte e que tenham o adendo de serem únicas, nunca antes inventadas: pelo gênero, pela trama, enredo, desfecho, composição de personagens, título e, mesmo, pela linguagem adotada. O formato e a escrita da obra também podem ser únicos, nunca antes experimentados. Quanto mais sucesso entre os leitores, quanto mais elogio recebe de pessoas cultas, mais oportunidade a obra tem de ser muito lida. E de se tornar longeva...
Há profissões que se sevem da escrita para viver: Jornalistas, antropólogos, professores, cronistas. Essas, as mais explícitas.
Mas, o que seria de um médico sem a escrita de receitas? O que seria de uma costureira sem a escrita de medidas do corpo? O que seria de um engenheiro sem a escrita dos cálculos das fundações? O que seria dos advogados sem a escrita de suas defesas e acusações?
Nem todas as escritas são consideradas “obras de arte”, mas, pensando bem, não resultam em obras da artesania humana? No dia 25 de julho, dia do Escritor, por que não pensar sobre isso?
Ilustrando...

A fada dos moranguinhos
Cristina Maria Rosa

Quando eu nasci, ainda não era escritora. Não sabia ler, não sabia escrever. Mas outros, antes de mim, sim. Sabiam ler e escrever e escreviam livros. Um deles, A fada dos Moranguinhos, eu ganhei quando tinha cinco anos. E nunca mais esqueci. Só que se perdeu, o meu livro, nessas viagens todas que já fiz na vida. Não fico feliz com isso, de ter perdido um livro. Mas aconteceu. E eu continuo procurando. Mas o que quero contar, hoje, é como foi que me tornei adulta e escritora. Algumas coisas eu não lembro. Então invento. Outras eu lembro bem. E não gosto. Então, invento. E outras, são tão bacanas, que todo mundo acha que eu inventei. Quando não gosto de alguma coisa que lembro, invento coisas bacanas para colocar no lugar das que não são tão bacanas assim. Como quando caí de um muro nem tão alto e cortei meu rosto, entre as duas sobrancelhas. Tenho o sinal até hoje... Não foi bacana, mas eu invento que esse sinal é meu talismã. Não sabe o que é talismã? Dá uma espiada no dicionário que tu ficas sabendo na hora... Quando eu comecei a escrever, quando comecei essa vida de escritora, as pessoas pensavam que tudo que eu escrevia era invenção. Como a história do gato que eu tenho aqui em casa. Ele na verdade, é ela. Uma gata. Preta. O pelo é bem curtinho e tão preto, que parece noite sem lua. E sem estrelas, que noite sem lua com estrelas, não é bem preta. Mas noite sem lua e sem estrelas, aí, sim, é bem escura. Assim é a minha gata. Quando eu escrevi algumas das coisas que ela faz, ninguém acreditou. Todo mundo achou que era invenção. Agora, pensa comigo: se minha gata é uma artista, se ela apronta coisas incríveis, por que é que as pessoas não acreditam? Por exemplo, voar. Minha gata já tentou voar. E não foi uma ou duas vezes. Não. Foram muuuuuuuiiiiiitas vezes. Então, eu contei adiante. E as pessoas disseram: – Isso é coisa de escritora. E daquelas que inventam que os animais fazem coisas que os humanos fazem. Eu fiquei pensando: Humano voa? Só de avião. Mas minha gata não, ela voa mesmo. Um dia, te conto melhor, que agora eu estou interessada em revelar como foi que me tornei escritora. Bom, como eu ia dizendo, quando criança, bem pequena, eu ganhei do meu pai um livro. E tu já sabes até o nome. Foi aquele que eu perdi... Uma pena, mesmo, ter perdido meu livro. Não foi qualquer livro. Foi o primeiro. E o primeiro, sempre é o mais importante. Fico com dó de mim mesma quando lembro que não tenho mais meu primeiro livro. Imagina uma menininha, com cinco anos, encantada com seu livro novo, repleto de palavras que ainda não sabia ler... Imagina a vontade que deu nela de aprender a ler. Eu imagino. E quando ela aprendeu a ler, não teve jeito: quis contar para todo mundo as ideias que tinha, os sonhos, as aventuras que imaginava viver. Foi assim. Assim que me tornei escritora. Hoje, conto para todo mundo, todo mundo mesmo, todas as histórias, verdadeiras e inventadas, que eu tenho dentro de mim. E eu adoro ser assim...

Seminário Livros Lidos: PET Educação estuda!

Seminário Livros Lidos
Estefânia Konrad
Cristina Maria Rosa

Com a suspensão de aulas decretada pela administração central da Universidade no dia 13 de março de 2020, o grupo PET Educação redimensionou suas atividades a serem desenvolvidas em 2020. Pensadas para interações reais, não virtuais, os primeiros dias foram repletos de recombinações, ideias e experimentos.
Hoje, após meses de trabalho, consideramos que obtivemos sucesso em parte considerável de nossas proposições. Ao estudarmos modos de estarmos juntos mesmo remotamente, concentramos nossas ações em publicizar conteúdo de qualidade, uma vez que a Universidade é financiada por todos. Assim, estamos oportunizando a nós mesmos e ao nosso público, uma educação de qualidade.
Seminário Livros lidos
O que é isso? Leitura, organização e apresentações de um livro lido como fonte teórica e/ou metodológica para as pesquisas realizadas individualmente pelos 12 bolsistas e a tutora do grupo.
A organização ficou a cargo de cada um que pôde escolher o melhor formato e plataforma para as interações.
Foco: Compartilhar, de forma oral, visual e audível, com detalhes, estudos realizados no último semestre de 2019 e durante o recesso da Universidade e as férias docentes e discentes.
Desafio: Organizar um seminário sem a coordenação da tutora do grupo e, ainda, recepcionar os novos acadêmicos. Todos os integrantes do grupo, então, escolheram, leram e prepararam uma apresentação sobre um livro ou artigo científico considerado importante para as suas pesquisas individuais ou para a formação docente.
E março chegou...
Com a suspensão das atividades acadêmicas, o seminário livros lidos foi redimensionado para acontecer de modo on-line. Inicialmente voltado apenas aos bolsistas PET Educação, estamos viabilizando a forma mais inclusiva de desenvolver e divulgar nossos trabalhos e, logo que decidirmos, intencionamos ampliar o seminário para os estudantes da Licenciatura em Pedagogia.
Ineditismo...
No dia 2 de junho de 2020, nós do PET Educação, demos início ao “Seminário Livros Lidos”. Foi a primeira vez que investimos tanto tempo e emoções em ciar resultados aos colegas. E...
Foi incrível.
Realizado via aplicativo de mensagens, posteriormente os resultados foram compartilhados nas redes sociais pessoais dos(as) bolsistas.
Livros apresentados em junho/2020:
02/06 Alessandra Steilmann
Obra: THIÉL, Janice Cristine. A Literatura dos Povos Indígenas e a Formação do Leitor Multicultural.
09/06 Alisson Castro Batista
Obra: Yuval Noah Harrari, Homo Deus.
18/06 Cinara Postringer
Obra: ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil gostosuras e bobices. São Paulo: Editora Scipione, 2006.
23/06 Débora Monteiro
Obra: SILVEIRA, Edson Luis e BATISTA, Marcos dos Reis. Ensino de literatura e de leitura literária. Porto Alegre: FI, 2019.
25/06 Estefânia Konrad
Obra: LAHIRE, Bernard. Sucesso escolar nos meios populares: As razões do improvável. São Paulo: Editora Ática, 1997;
30/06 Jéssica Corrêa
Obra: ROSA, Marcella. Guia prático do feminismo: como dialogar com um machista. Belo Horizonte: Letramento, 2016.
07/07 Letícia Oliveira Vilela
Obra: Andrade, Inaldete Pinheiro de. Construindo a autoestima da criança negra. In: Munanga, Kabengele (Org.) Superando o racismo na escola. 3. Ed. Brasília: Ministério Da Educação, Secretaria De Educação Fundamental, 2001 P. 111-118.
14/07 Luzia Martins
Obra: CANDAU, Vera Maria. Educação em direitos humanos e diferenças culturais: questões e buscas. In: CANDAU, Vera Maria (org) Diferenças Culturais e educação: construindo caminhos - Rio de Janeiro: 7Letras, 2011.
16/07 Mariana Paz
Obra: Artigo Competência social, inclusão escolar e Autismo: revisão  crítica da literatura, de Síglia Camargo e Clenice Bosa.
21/07 Paloma Wiegand
Obra: CUNHA, Leo (org). Poesia para crianças, conceitos, tendências e práticas. Curitiba: Piá, 2012. 
23/07 Valdoir Simões
Obra: Lock, Bins, Christofoli, Vitória, Moraes e Huerga. EJA: Planejamento, metodologias e avaliação, de Porto Alegre: Mediação, 2009.
28/07 Angélica Karsburg
Obra: Democratizando a leitura: pesquisas e práticas/Socializando práticas de leituras, de Aparecida Paiva; Aracy Martins; Graça Paulino e Zélia Versiani. Belo Horizonte, Autêntica, 2007.
30/07 Cristina Maria Rosa
Obra: A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas, de Maria José Silveira. São Paulo: Editora Globo, 2019.


E... fomos à lua!

Imagem: Luis Carlos dos Santos Vaz
Jornalista e Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural

Por que fomos à Lua?
Cristina Rosa



Pertinho da data que se comemora, com intensa saudade e ainda maravilhados pela conquista, a ida de representantes de nossa espécie à Lua – único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar –, solicitei a dois especialistas em assuntos extraterrestes, uma pequena escrita.
Eles, sabedores desse meu antigo desejo de saber mais e melhor, não se furtaram...
Nas matérias aqui linkadas, tu acessas as escritas da Carina Peraça, uma física brilhante em formação continuada (clique em http://peteducacao.blogspot.com/2020/07/pseudociencia-terra-da-lua.html) e de Alisson Batista, um incrível Pedagogo em formação (clique em: http://peteducacao.blogspot.com/2020/07/20-julho-2020-51-anos-da-primeira-marca.html).
E...
Tu poderias responder a minha pergunta?
Por que fomos à lua? 

Pseudociência: a terra da lua...

Elementar, meu caro Armstrong!
Carina Peraça

Recentemente, fui convidada a escrever sobre o aniversário da chegada do homem na lua traçando um paralelo sobre “curioso” fenômeno de pessoas que acreditam que a terra, nosso querido planeta, é plana. Minha primeira atitude antes de escrever qualquer texto de opinião é sempre estudar o assunto e ler muito sobre ele, seja qual for. 
Portanto, antes de tudo, fui buscar entender que movimento é este e o que leva as pessoas a acreditarem que vivemos em um disco cercado por paredões de gelo. Os resultados da minha busca foram, de certa forma, assustadores e me fizeram pensar que, por mais cômico que seja a ideia de viver sobre uma pizza de Westeros, as consequências desta brincadeira podem significar uma ameaça à ciência. Estamos vivendo, no mundo todo, uma onda de tentativas de desconstrução da credibilidade científica. Isto tende a ocorrer sempre que os resultados científicos não vão ao encontro de interesses políticos e econômicos.
Ciência e Sociedade
Existe uma confusão sobre qual é, de fato, o papel da ciência em uma sociedade. A ciência busca identificar padrões em fenômenos da natureza e traduzi-los em leis gerais e teorias que auxiliam na solução de problemas presentes na sociedade.
Para isso, os pesquisadores trabalham com base no Método Científico.
Isso significa que, antes de serem desenvolvidas as teorias, são levantadas hipóteses, como possíveis soluções às questões a serem respondidas. Estas hipóteses são testadas, várias vezes, por cientistas diferentes, usando metodologias distintas. Os resultados obtidos precisam ser equivalentes entre todos os experimentos. Somente assim, os dados com estes resultados são submetidos para a publicação, onde um grupo de outros cientistas, que não possui relação entre si ou com os demais, avalia o texto escrito, questiona os pontos relevantes, e somente depois, aprova ou não. Ainda assim, os resultados aprovados e publicados podem ser, mais tarde, refutados, caso surjam novos experimentos que possam contestar os anteriores. A ciência é baseada em fatos! Os dados obtidos pelos cientistas correspondem ao comportamento da natureza, e não à vontade de terceiros. Portanto, os cientistas buscam compreender os fenômenos da natureza e de que maneira estes podem impactar na vida das pessoas, identificando as necessidades do planeta e da sociedade e encontrando soluções para tais.
Refutar a verdade...
A ideia de refutar a verdade, quando esta não nos agrada é o que da voz as famosas teorias de conspiração. Basta um ego ferido, uma mente fértil e uma dose de maldade para nascerem as mais absurdas teorias, que com a ajuda de redes sociais espalham-se rapidamente pela superfície terrestre. Em alguns casos, são histórias dignas de boas risadas, como, por exemplo, a ideia de que o ex-presidente norte-americano, Barack Obama, é o embaixador da Terra em Marte.
Ainda temos a nossa famosa teoria terraplanista, já citada por aqui. Os adeptos a esta teoria, acreditam que a terra é um disco, suspenso em um oceano (o espaço não existe para eles) e cercado por um denso paredão de gelo. O curioso é que ninguém consegue atravessar ou escalar o paredão, pois uma equipe de seguranças de um serviço secreto que não quer que as pessoas acreditem na “grande verdade” está cercando a região.
Ai ai… é engraçado, eu confesso, mas o perigo começa quando estas histórias colocam em risco a segurança e a saúde da população. A exemplo disso, temos as teorias anti-vacinas, ou as dezenas de tratamentos e medicamentos para a COVID-19, compartilhados em redes sociais todos os dias. Se neste momento, caros leitores e leitoras, vocês estão associando teorias de conspiração à fake news, estão corretíssimos. Sendo assim, partindo das nossas recentes experiências, conseguimos enxergar o perigo que estas anedotas escondem.
E por falar em teorias de conspiração...
No dia 20 de julho, um dos mais importantes acontecimentos científicos do mundo, completa 51 anos. Estamos falando do primeiro passo de um homem na lua, dado por Niel Armstrong, durante a famosa missão Apollo 11, em 19697. Neste dia, cerca de um bilhão de pessoas assistiram pela televisão o pouso do módulo lunar batizado de “eagle”, que em português significa águia, na lua. Duas horas após a alunissagem da nave, o astronauta Neil Armstrong torna-se o primeiro homem a pousar na lua, seguido pelo seu colega, o astronauta Edwin Aldrin. A expedição durou cerca de 22 horas, das quais 2h e 40 min se deram fora da nave. Enquanto os dois companheiros estavam na superfície, Michael Collins, o terceiro astronauta envolvido na missão, pilotou sozinho o módulo de comando e serviço Columbia, na órbita da lua. Os três partiram na nave Saturno V, do Centro Espacial John F. Kennedy na Flórida, no dia 16 de julho. Esta foi a quinta missão tripulada do programa Apollo da NASA. A nave era formada por três partes: um módulo de comando com uma cabine para os três astronautas (somente esta parte retornaria a terra); um módulo de serviço, que apoiava o módulo de comando com propulsão, energia elétrica, oxigênio e água; e um módulo lunar dividido em dois estágios, um de descida para a Lua e um de subida para levar os astronautas de volta à órbita. No dia 24 de julho de 1969, os três astronautas chegam em segurança à terra e entram para a história como os tripulantes da primeira expedição em solo lunar.
Farsa. Será?
Quase tão antiga quanto à chegada do homem na lua, é a teoria de conspiração que julga ter sido tudo uma grande farsa. Em seu blog de divulgação, o professor Alexandre Moraes da UFRPE, aborda de forma bem humorada as teorias criadas pelos “conspiranóicos”, palavra que ele mesmo atribui aos adeptos às teorias de conspiração9. O professor destaca dez das alegações mais frequentes, feitas por aqueles que duvidam que o homem tenha estado na lua, e explica com embasamento científico cada um destes fatos. Selecionei aqui, algumas destas afirmações seguidas pelas respectivas explicações, mas aconselho fortemente, a leitura completa do texto. Seguem as teorias e suas correções:

A bandeira tremulando: Por que a bandeira dos EUA que está plantada no solo parece tremular em uma brisa apesar de se saber que os astronautas estão em um vácuo? Aquilo foi uma FARSA.
Resposta do professor: A bandeira tinha um bastão horizontal rígido inserido na parte superior para que ela ficasse bem esticada nas fotos. Os astronautas, entretanto, não estenderam por completo a bandeira ao longo do bastão horizontal e ela ficou com um vinco bem perceptível. Por outro lado, ao colocar a bandeira fincada ao solo ela ficou naturalmente oscilando para frente e para trás. E esta oscilação não tinha o amortecimento do ar para retardá-la. O resultado foi que os ignaros conspiranóicos “viram” um vento, mas não se deram conta de que as dobras da bandeira incrivelmente não mudavam com aquela oscilação.

O cinturão de Van Allen: Por que os astronautas que saíram da cápsula no espaço sideral não foram mortos pela radiação existente nos campos magnéticos ao redor da Terra? Aquilo foi uma FARSA.
Resposta do professor: A radiação nos cinturões de Van Allen é realmente suficientemente intensa para matar um astronauta, só se ele você permanecer muito tempo na mesma. Os astronautas ficaram expostos diretamente por um intervalo de tempo de aproximadamente uma hora, portanto, sujeitos ao mesmo nível de radiação de um operador de raio-x na Terra.

Onde está a cratera deixada pela explosão? Quando o módulo lunar pousou, teria ter se formado uma cratera no lugar. Como isso não ocorreu, então aquilo foi uma FARSA.
Resposta do professor: A maioria das pessoas desacelera quando vai estacionar o carro - assim também fez o módulo de aterrissagem. Ele pousou suavemente e a orientação dos foguetes direcionados para baixo dispersou pelo vácuo a poeira apagando, assim, as marcas do pouso.
Bônus:
Para ler estas e outras explicações, acesse o link:
Se ainda dúvidas, informe-se!
Sempre que ouvimos a respeito de uma teoria, que contraria aquilo que pensávamos ter sido explicado e comprovado pela ciência, devemos pensar: Existe embasamento científico para isto? Lembre-se, para ser validada, uma teoria precisa passar por todas as etapas do método científico. Em outras palavras, sempre que uma hipótese é levantada ele precisa ser testada de várias formas, por muitos especialistas. Em seguida, os resultados e as conclusões são expostos à comunidade científica e avaliado por mais um grupo de cientistas. E só depois, havendo coerência, ele será publicado e divulgado para a sociedade. Antes disso, nenhuma lei ou teoria pode ser afirmada correta. Por isso, fique atento a validade dos conteúdos e informações que, atualmente, recebemos aos turbilhões. Tenha senso crítico. A ciência está aqui para nos ajudar a encontrar possíveis respostas para nossas perguntas, portanto informe-se e questione a vontade!
Referências:
https://revistapesquisa.fapesp.br/resistencia-a-ciencia/  (acessado em 14 de julho de 2020).
http://www.observatorio.ufmg.br/pas14.htm (acessado em 14 de julho de 2020)
 (acessado em 14 de julho de 2020)