V SALÃO UNIVERSITÁRIO PET-FAURB: PET/Educação presente

Mais um importante trabalho do PET/Educação tornou-se público na semana de 31 de agosto a 02 de setembro de 2016.
Foi durante o V SALÃO UNIVERSITÁRIO PET-FAURB que a petiana IEDA KURTZ DE AZEVEDO teve seu trabalho de pesquisa aprovado e apresentado.
Na sexta-feira, dia 02, às 14 horas, durante programação do evento, Ieda explanou sua pesquisa intitulada: ESPAÇO INTERNO DA BIBLIOTECA ESCOLAR: DA PLANTA À INAUGURAÇÃO. Representa o investimento que o PET/Educação tem realizado nos cuidados à biblioteca da Escola Fernando Treptow. Leia o resumo que a Ieda enviou ao Evento:

ESPAÇO INTERNO DA BIBLIOTECA ESCOLAR: DA PLANTA À INAUGURAÇÃO
AZEVEDO, Ieda Maria Kurtz de Azevedo
Cristina Maria Rosa  - Orientadora.

INTRODUÇÃO: No trabalho relato e analiso um processo de recuperação física do espaço interno de uma biblioteca escolar. Localizada na periferia urbana de Pelotas, a escola atende a aproximadamente 580 crianças e adolescentes, em dois turnos (manhã e tarde) além de ofertar educação a 243 Jovens e Adultos. As ações de restauro, realocação de móveis e utensílios e uso do acervo estão sendo desenvolvidas por um grupo de estudantes vinculados ao GELL – Grupo de Estudos em Leitura Literária e ao Projeto de Extensão Leitura Literária na Escola, ambos abrigados na FaE/UFPel. A Biblioteca que antes existia tornou-se, aos olhos da Direção, inadequada, demandando uma intervenção. Sem acesso a rotinas diárias, pois a “reforma” está impactando a vida de estudantes e professores, me propus a conhecer seus pontos de vista e expectativas. Observar o modo como as pessoas se portam no espaço é, também, observar sua capacidade de perceber o mundo, sua sensibilidade e cultura, de acordo com TUAN (1980). Citado por Drumond et all (2000), para ele, a “percepção” é “algo que pode ser considerado concretamente”, é “visível no modo como o meio ambiente é construído e modificado”.
Compreendo uma biblioteca como um espaço destinado a políticas de leitura e estas como um processo de acesso, uso, fruição e trocas relativas ao artefato mais importante de nossa cultura escrita – o livro. Para Rosa (2016), uma biblioteca escolar é o único espaço que não pode faltar em uma escola e, nas escolas de ensino fundamental, deve ser especializada no atendimento a crianças entre seis e quatorze anos de idade, tempo destinado a formação do leitor. Dispositivo “complexo, constituído por elementos heterogêneos como a arquitetura e o ambiente, as técnicas e tecnologias, os processos e produtos, as regras e regulamentos, os conteúdos materiais e imateriais”, a biblioteca para crianças e jovens é responsável por ampliar sentidos aos “significados por ela guardados”, de acordo com Pieruccini (2002). Para Briquet de Lemos (2002), uma biblioteca, no sentido de instituição social, possui “cinco pré-requisitos: a intencionalidade política e social, o acervo e os meios para sua permanente renovação, o imperativo de organização e sistematização, uma comunidade de usuários, efetivos e potenciais e, por último, mas não menos importante, o local, o espaço físico onde se dará o encontro entre os usuários e os serviços da biblioteca”. Entre suas políticas mais importantes está a promoção de situações de leitura para crianças que se encontram “na fase incipiente de contato com a linguagem escrita e que ainda não fazem uso autônomo dessa linguagem” (BAPTISTA, 2014).
Ao observar o Manifesto pela Biblioteca Escolar da (UNESCO, 1999), percebi que um dos objetivos da biblioteca escolar é “desenvolver e manter nas crianças o hábito e o prazer da leitura e da aprendizagem, bem como o uso da biblioteca ao longo da vida”. No Brasil, desde 2010, há uma lei (Lei Nº 12.244 de 24 de maio de 2010) que determina a existência, em toda instituição de ensino do país, de bibliotecas. Apesar da relevância pedagógica da biblioteca, de acordo com Neves (2010), “esse ambiente escolar em geral tem sido desprezado pelas políticas públicas e pelas práticas docentes”. Waldeck Carneiro da Silva aborda o tema em Miséria da Biblioteca Escolar (1995). No texto, o autor expõe a realidade das escolas brasileiras: “... quando existe biblioteca, esses lugares não passam de depósitos de livros e de outros objetos, com horários de funcionamento breves e irregulares, ou ainda são convertidas em espaços de punição”. Sobre o mesmo tema, Neves é clara quando considera que, em muitas escolas, as bibliotecas acabam “cumprindo mais a função de depósito de livros e materiais do que de ambiente pedagógico para informação, letramento e fruição” (NEVES, 2010).

METODOLOGIA: Para descrever e avaliar o processo de recuperação física do espaço interno é preciso partir do início. Ao ser convidado a organizar o acervo da Biblioteca da Escola, em especial do espaço infantil, o GELL esperava, “encontrar uma sala com armários e prateleiras repletos de livros que precisaríamos apenas classificar e guardar novamente” (KURTZ in: ROSA, 2016). No entanto, desde o corredor de entrada – repleto de livros aguardando a arrumação – a situação era caótica. Na sala, um entulho de armários, cadeiras, móveis destruídos e inservíveis haviam sido agrupados no centro, para que as paredes fossem pintadas. A partir dessa primeira constatação, o grupo sentiu necessidade de transformar o espaço. Em uma primeira reunião, ideias e um plano de intervenção animaram a equipe que, daquele dia em diante, empreendeu esforços no sentido de transformar a sala em uma biblioteca: um espaço em que os estudantes gostassem de estar para ler. Ao longo do processo, recuperamos o piso, as janelas, as paredes. Inventamos cores, passamos massa corrida, reboco onde necessário. Decidimos por ambientes, espaços, funcionamento. Interferimos em móveis (lixamento, pintura, customização, forro, recuperação da estrutura) e definimos nichos para futuro uso. Criamos expectativas e uma área para as crianças pequenas, com um jardim-painel. Sonhamos com um miniauditório e o estamos gestando.
Paralelamente, investigo os significados que este novo espaço está adquirindo para seus usuários: crianças e professores da escola.  De acordo com Augusto, Souza, Dellagnelo e Cario (2013), a pesquisa qualitativa atribui importância fundamental a compreensão de atitudes, motivações, expectativas e valores expressos nos depoimentos dos atores sociais e preza pela descrição detalhada dos fenômenos. Ela precisa ter credibilidade, transferibilidade, confiabilidade, explicitação cuidadosa da metodologia e relevância. Com poucos estudos anteriores descritos na Bibliografia, justifico a premência e importância da pesquisa. Os procedimentos escolhidos por mim para a investigação foram a) fotodocumentação do processo de recuperação interna do espaço; b) leitura do relatório de intervenção; c) elaboração de questionários abertos; d) escolha aleatória de sujeitos a serem ouvidos; e) incursões no local ainda em reforma; f) diálogos alunos e professoras; g) degravação e elaboração de conclusões. As interações ocorreram em julho de 2016, quando a reforma estava em andamento, inicialmente diante da porta fechada e, depois, no espaço. As questões buscaram conhecer o conceito de biblioteca para os sujeitos, a descrição e usos do espaço anteriormente destinado à biblioteca na escola, a sensação de não ter biblioteca durante a reforma, o conhecimento acerca do novo projeto, do andamento da obra e da equipe de trabalho além das expectativas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao referirem-se ao espaço que existia anteriormente na escola e que era denominado Biblioteca, um dos estudantes ouvidos disse: “Eu nunca senti interesse em ficar naquela biblioteca. Por mais que eu gostasse de ler, achava escura e muito apertada. Aqui é bem melhor”. E os demais completaram: “é bem mais legal”, pois “nós estávamos num aperto que nem respirar dava” e “na pequena, não tinha espaço para sentar e ficar lendo, era ruim”. Solicitados a descreverem em uma palavra o que está acontecendo dentro da sala em reforma, suas escolhas foram: “show, gostei muito”, “por enquanto, uma bagunça”, “uma reforma”, “um recomeço”. A expectativa desse grupo é de que a sala fique “bacana”, “bem lindo, bem bonito”, “muito lindo”, “bem alegre”, “colorido”. Uma das estudantes argumentou: “Desperta mais interesse. Se tu estás lá e tem de fazer um trabalho, fica atucanada com aquele livro super chato e ainda tem de ficar olhando para uma parede cinza ou de madeira, com vários nadas, é horrível”. Questionados se o novo ambiente poderia influenciar na vida escolar dos alunos, uma das meninas respondeu: “Acho que sim, ainda mais para os pequenos, até porque começa desde pequeno esse negócio de gostar de ler. Então eles vão crescer com isso na cabeça: que ler é bom e vão gostar daqui”. Outra concluiu: “Pena que é nosso último ano, a gente não vai poder aproveitar essa biblioteca!”. Mas logo perguntou: “A gente pode voltar para visitar depois que ficar pronto?”
Ao ouvir docentes gestoras percebi um discurso mais politizado, de quem pensa a escola como um todo. A atual situação – a escola não ter uma biblioteca – é “extremamente preocupante” e a sensação é de “faltar um pedaço da escola”, de acordo com a Diretora. Não ter material para trabalhos e pesquisas, o espaço em si e livros para leituras literárias foram citados como exemplos do “pedaço que falta”. Ao referir-se ao espaço anterior, informou: “Não se podia dizer que era uma biblioteca. Era uma peça pequena, só tinha uma mesa no centro, os livros ficavam encostados na mesa. O espaço era restrito, com janelas bem altas, não dava para abrir, não tinha claridade do dia, as luzes estavam sempre ligadas. No verão era muito quente, no inverno muito frio, ninguém tinha vontade de entrar”. Quanto ao trabalho que está sendo realizado, é reconhecido por alunos e professores como importante, de acordo com ela. As mudanças que vislumbraram – cores nas paredes, cadeiras com estofamento colorido, painel na parede do espaço infantil – superam as expectativas do que era esperado como “reforma”. Acredita que “quando o aluno entrar, vai se sentir recebido, parte da biblioteca e verá não apenas livros, mas livros integrados ao ambiente. E isso é essencial!”
Para a vice-diretora, as mudanças oportunizam “encantamento, as crianças identificam que é um ambiente de biblioteca e não uma simples sala de aula transformada”. A anterior era um “depósito de livros” no qual os alunos “se amontoavam ao lado de uma estante e ficavam pendurados procurando um livro que queriam”. O novo espaço “está se tornando um algo a mais, (...) um espaço de biblioteca mesmo, não um armazenamento de livros”. Informou que, inicialmente, os professores cobravam que a biblioteca não estava disponível, que a reforma estava demorando. Agora, os professores “estão impactados, vêem a transformação, o processo”, disse ela e “estão percebendo que fazer uma biblioteca não é só depositar o livro, fazer uma pilha de livros didáticos, fazer uma pilha de livros de literatura e pronto”. Eles sabem que “tem um processo: selecionar o livro, adequar”, pois a Biblioteca “tem partes, não é um todo, tem seus fragmentos”. E refletiu: “As bibliotecas de escola são feitas com pressa, jogam móveis e livros de qualquer jeito, pois é um espaço para receber o aluno, os professores não vão estar lá”. Ansiosos pela inauguração, os professores surpreenderam-se ao saber que é a Universidade a responsável pela reforma. “Não esperavam, disseram que a Universidade só quer fazer pesquisa e ir embora, nunca traz um benefício para a escola, nunca vinham”.

CONCLUSÕES: As ações de restauro, realocação de móveis e utensílios e criação de novos espaços que estão sendo desenvolvidas na escola só são possíveis por representarem um projeto de gestão, por parte da Direção da Escola e um projeto político, por parte do GELL (FaE/UFPel). Com expertise em projetar e desenvolver atitudes, eventos e espaços adequados à leitura literária, o grupo inventou um “modo de ser” para a Biblioteca, produziu uma planta, convenceu a escola, colaboradores e financiadores e realiza a obra. A investigação revelou que a sala anteriormente destinada a esse fim era inadequada quanto ao conceito, tamanho, iluminação, circulação, climatização e disposição dos acervos. Revelou também que parte considerável dos usuários nunca se defrontou com a possibilidade de uma biblioteca ser, também, um espaço de leitura, embora já exista a previsão para tal em documentos oficiais, como o Manual pedagógico da biblioteca da escola produzido pelo MEC em 1998

REFERÊNCIAS:
ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.
AUGUSTO, C. SOUZA, J. DELLAGNELO, H. e CARIO, S. Pesquisa Qualitativa: rigor metodológico no tratamento da teoria dos custos de transação em artigos apresentados nos congressos da Sober (2007-2011). In: Revista de Economia e Sociologia Rural. vol. 51 nº.4. Brasília Oct./Dec. 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20032013000400007
BAPTISTA, M. Bebetecas. Glossário CEALE. Belo Horizonte/UFMG, 2014.
BRASIL. MEC/FNDE. Manual pedagógico da biblioteca da escola. Brasília:FNDE, 1998.
BRIQUET DE LEMOS, A. Excerto. In: CAMPELO, B. Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimento: Parâmetros para bibliotecas escolares. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
CAMPELO, B. Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimento: Parâmetros para bibliotecas escolares. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
DRUMOND, Vânia; SOUZA, Renato; GARCIA, Ângela; SILVA, Moema; CAMPOS, Paulo. Análise e reestruturação  de  espaço físico em bibliotecas: Estudo de caso da situação funcional e administrativa da biblioteca da EA/UFMG - proposição de soluções emergenciais. In: Análise e reestruturação de espaço físico em biblioteca: espaço físico e administrativo. Documento. Belo Horizonte: EA/UFMG, 1997. 22p. Disponível em: snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/t110.doc
IFLA. Manifesto IFLA/UNESCO para biblioteca escolar. Tradução de Neusa Dias Macedo. São Paulo, 2000. Disponível em: http://archive.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese-brazil.pdf
MEIRELES, C. Problemas da Literatura Infantil. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1951.
PEREIRA, A. (Elaboração). Biblioteca na Escola. Brasília: MEC/SEB, 2009.
PIERUCCINI, I. Excerto. In: CAMPELO, Bernardete. Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimento: Parâmetros para bibliotecas escolares. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
ROSA, C. Biblioteca na escola: aprendendo a fazer. Blog Alfabeto à parte. Disponível em: http://crisalfabetoaparte.blogspot.com.br/2016/06/biblioteca-na-escola-aprendendo-fazer.html
ROSA, C. Fotodocumentação e Relatório de Intervenção: imagens e palavras sobre a interferência na Biblioteca da EEEF Fernando Treptow. Relatório de Pesquisa.  Pelotas: PRPPG/UFPel, 2016.
SOUZA, R. e FEBA, B. Leitura literária na escola: Reflexões e propostas na perspectiva do letramento. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2011.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São. Paulo: Global, 2003. 

SIEPE UFPel: PET/Educação presente


Em setembro de 2016, o PET/Educação estará presente, com todas as suas bolsistas, no maior evento de pesquisa da UFPel: a 2ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPel, que será realizada de 26 a 30 de setembro. Com o tema Conhecimento, Sociedade e Diversidade, a Semana irá congregar o 25º Congresso de Iniciação Científica, o 18º Encontro de Pós-Graduação, o 3º Congresso de Extensão e Cultura e o 2º Congresso de Ensino de Graduação. Os trabalhos aprovados para apresentação oral no CIC/UFPel estão a seguir, listados por ordem alfabética de autor. Os resumos completos estarão disponíveis após o evento.

1.                                MICROPOLÍTICAS DE FORMAÇÃO DO LEITOR: A SALA DE LEITURA ERICO VERÍSSIMO
Pesquisadora: CINARA TONELLO POSTRINGER.
Orientadora: Drª. CRISTINA MARIA ROSA
Resumo: O trabalho revela resultados parciais da investigação que trata do impacto da Sala de Leitura Erico Verissimo – inaugurada em 17/12/2015 – entre usuários. Estrutura acadêmica que integra ensino, pesquisa e extensão, a Sala de Leitura tem como centralidade a proposição de micropolíticas de formação do leitor literário. Geograficamente localizada no térreo do ICSH, é vinculada ao GELL – Grupo de Estudos em Leitura Literária e à Faculdade de Educação. O foco inicial da pesquisa foi compreender, entre os usuários, a importância da sala na formação docente. Para tal, escolhi uma das políticas propostas e desenvolvidas como referência: o 2º Curso “Mediadores em Leitura Literária”. Ocorrido em janeiro de 2016, teve 38 inscritos e como produção final um livro digital.

2.                                AUTORES, TÍTULOS E GÊNEROS: A LITERATURA DO PNAIC
Pesquisadora: ÉRICA MACHADO LEOPOLDO
Orientadora: Drª. CRISTINA MARIA ROSA
Resumo: A pesquisa intenciona dar visibilidade à qualidade textual, temática e gráfica de um grupo de livros possuidores do selo “Para o uso nas salas de aula do 1º ao 3º ano”, enfeixados em caixas para o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.  Anunciada em junho de 2013 como um “reforço” na “principal etapa da aprendizagem” a primeira remessa de obras literárias para as salas de aula foi de 75 títulos organizados em três acervos. Pensado para dar às crianças a oportunidade de “manusear, explorar, com ou sem a ajuda do professor o mundo dos livros” e oportunizar um contato com a “linguagem, a imaginação e a fantasia” peculiares desse universo da ficção (BRASIL, 2012), o acervo foi composto com obras aprovados no PNBE 2012. Para Junqueira, Silva e Ariosi (2016), os baixos índices de competência em leitura das crianças brasileiras intensificam a preocupação de diversas instâncias a respeito da promoção de leitura no Brasil. Assim, é pertinente que se busque conhecer quais são e como se podem utilizar as obras durante o período de alfabetização infantil. Mas o que é a leitura? E a leitura literária?

3.                                INCLUSÃO – OLHAR DOS COLEGAS DAS SÉRIES INICIAIS E FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Pesquisadora: GABRIELA AMARAL LEAL
Orientadora: Drª. GILSENIRA DE ALCINO RANGEL
Resumo: A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular tem sido um assunto amplamente discutido atualmente, além de ser um grande desafio, pois, trata-se de um processo árduo e lento e que depende da preparação da comunidade escolar para promover a participação de todos os alunos. O direito à diferença nas escolas provoca certo receio por parte das mesmas, afinal ele acaba por “impor” uma reestruturação no ambiente escolar, a fim de superar toda e qualquer circunstância ou empecilho propiciados pelas especificidades de alunos que necessitem de atenção e compreensão às suas singularidades. Esta estratégia pedagógica deve ser regida sem preconceitos, estigmas ou discriminação.

4.                                BIBLIOTECA ESCOLAR: IMPACTOS DE UMA REFORMA NO ESPAÇO INTERNO
Pesquisadora: IEDA MARIA KURTZ DE AZEVEDO
Orientadora: Drª. CRISTINA MARIA ROSA
Resumo: O trabalho oferece uma análise do impacto, entre alunos e docentes, de um processo de recuperação física do espaço interno de uma biblioteca escolar. Localizada na periferia urbana de Pelotas, a escola atende a aproximadamente 580 crianças e adolescentes, em dois turnos (manhã e tarde) além de ofertar Educação a 243 Jovens e Adultos. As ações de restauro, realocação de móveis e utensílios e uso do acervo estão sendo desenvolvidas por um grupo de estudantes vinculados ao GELL – Grupo de estudos em Leitura Literária e ao Projeto de Extensão Leitura Literária na Escola, ambos abrigados na FaE/UFPel. A Biblioteca que antes existia tornou-se, aos olhos da Direção, inadequada, demandando uma intervenção. Sem acesso a suas rotinas diárias, pois a “reforma” está impactando a vida de estudantes e professores, me propus a conhecer seus pontos de vista e expectativas.

5.                                PROVAS OPERATÓRIAS PIAGETIANAS APLICADAS EM JOVENS COM SÍNDROME DE DOWN
Pesquisadora: MAIARA KATH KRINGEL
Orientadora: Drª. GILSENIRA DE ALCINO RANGEL
Resumo: Criadas por Piaget, as provas operatórias partem de um método clínico, de conservação livre sobre um tema dirigido pelo interrogador que segue as respostas e em alguns casos pede que justifique o que diz. (PIAGET apud DOLLE, 2000, p. 18). Para Weiss, essas provas visam “determinar o grau de aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o nível de pensamento alcançado pela criança ou adolescente, ou seja, o nível de estrutura cognoscitiva com que opera” (2003, p.106). A Síndrome de Down é uma condição genética que se institui no momento da divisão celular. Normalmente um indivíduo deve ter 23 pares de cromossomos, totalizando 46. Porém, se nesta divisão algum dos pais contribuir com um cromossomo a mais e este se acomodar no par 21, caracteriza-se a trissomia do par 21, que gera a Síndrome. Esta “síndrome quanto ao aspecto cognitivo, normalmente possui um desenvolvimento lento, porém contínuo” (RANGEL, 2010). Este estudo teve por objetivo descrever e analisar a aquisição de pré-requisitos necessários ao desenvolvimento de relações matemáticas de jovens com Síndrome de Down. Para tanto, aplicou-se e analisou-se 4 diferentes provas operatórias de Piaget, a saber: conservação de quantidades, classificação, seriação e inclusão de classes.

6.                                ADULTOS COM SÍNDROME DE DOWN: UM BREVE OLHAR SOBRE SUAS VIDAS E A SOCIEDADE QUE OS CERCA
Pesquisadora: PRISCILA BROCK BARBOSA
Orientadora: GILSENIRA DE ALCINO RANGEL
Resumo: Este trabalho tem como foco principal entender e analisar as narrativas de adultos com Síndrome de Down. Na maioria das vezes, a sociedade não consegue perceber que estes adultos com deficiência podem seguir uma vida como outra pessoa qualquer, apesar de suas dificuldades. Pensando desse modo, utilizaremos os estudos de JOSSO (2004), sobre as narrativas a partir das histórias de vida, as quais nos ensinam que as vivências se tornam experiências autoformadoras de cada indivíduo, e tomaremos como base a teoria sócio-cultural ou sócio-histórica, abordada por VYGOTSKY (1996), que nos remete sobre a relação do indivíduo estar relacionado com o meio social. Segundo VYGOTSKY (1998), um comportamento somente pode ser entendido se forem estudadas suas fases, suas mudanças, e sua história. Assim, o autor defende que não devemos nos preocupar em estudar o produto do desenvolvimento, mas sim, seu processo. Desse modo, estes teóricos serão essenciais para que possamos entender como esses adultos com Síndrome de Down se sentem dentro dessa sociedade, e como será que eles acham que a sociedade os enxerga.

7.                                BIBLIOTECA ESCOLAR: AMBIENTE PARA A LEITURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR
Pesquisadora: RAFAELA CANEZ CAMARGO
Orientadora: Drª. CRISTINA MARIA ROSA
Resumo: O trabalho evidencia reflexões sobre a importância de ambientar o espaço da biblioteca escolar tornando-o agradável e acolhedor à leitura e à formação do leitor. O tema surgiu a partir de experiências que o GELL – Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel – tem adquirido ao propor e realizar uma reforma na biblioteca de uma escola pública em um dos bairros da cidade de Pelotas. O foco foi conhecer, entre usuários, a influência do ambiente (delimitação de espaços internos, iluminação, mobiliário, cores e adereços) no desejo de frequentar a biblioteca. Observar o modo como as pessoas se portam no espaço é, também, observar sua capacidade de perceber o mundo, sua sensibilidade e cultura, de acordo com TUAN (1980). Citado por Drumond et all (2000), para ele, a “percepção” é algo que pode ser considerado concretamente” é visível no modo como o meio ambiente é construído e modificado”. Para tal, estudantes e professores além de universitários envolvidos na reforma foram ouvidos.

8.                                ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Pesquisadora: RAFAELA ENGRÁCIO DE OLIVEIRA
Orientadora: GILSENIRA DE ALCINO RANGEL
Resumo: A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva exige uma série de adaptações do ambiente escolar que vão desde acessibilidade física, formação de professores até a existência de Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs), “ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos para a oferta do atendimento educacional especializado” (Decreto nº 6.571/2008). A pesquisa, exploratória e de cunho qualitativo, deve abranger o total de escolas públicas estaduais e municipais, de Pelotas, totalizando em torno de 150 escolas. Como estamos em fase inicial de coleta de dados, neste trabalho será apresentado o resultado da primeira escola investigada. Trata-se de uma Escola Estadual de Ensino Fundamental, com 182 alunos matriculados e 21 frequentam SRMs, destes, 19 são da escola e 2 são oriundos de escolas adjacentes. A professora, há 25 anos na escola, é formada em Educação Especial (UFSM) e tem Especialização em Educação (UFPel) em Violência Doméstica (EaD/USP). Como instrumento de coleta, lançou-se mão de entrevistas semi-estruturadas com perguntas relativas ao andamento do trabalho na SRMs, tendo como foco as atribuições do professor do AEE.

9.                                PROCESSOS AVALIATIVOS DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECÍFICAS
Pesquisadora: TAMIRES JARA GOULART
Orientadora: Drª. GILSENIRA DE ALCINO RANGEL
Resumo: O presente trabalho visa compreender os processos de avaliação realizados em uma escola pública de Pelotas, a partir da visão dos professores, e se essas avaliações levam em consideração o ritmo de desenvolvimento dos alunos com necessidades específicas. Há muito tempo se fala em inclusão e formas de preparar os docentes para receber alunos com algum tipo de necessidade seja ela física, intelectual ou social. Discute-se muito sobre o direito do aluno com deficiência ingressar nas instituições regulares de ensino. Mas, e a permanência desses, é garantida como? Será que as escolas se empenham em manter esse aluno da mesma forma que se empenham para cumprir a lei? Ou estão apenas cumprindo a lei sem problematizar a permanência e o desenvolvimento deste aluno? Levando esses aspectos em consideração, fica o questionamento sobre a avaliação: será que as formas de avaliar os alunos também progrediram junto com o debate que vem sendo feito sobre a inclusão?

10.                             BRINCAR COM PALAVRAS: A POESIA NA SALA DE AULA
Pesquisadora: TAMIRES LACERDA MACHADO
Orientadora: Drª. CRISTINA MARIA ROSA
Resumo: O trabalho indica resultados parciais ocorridos durante um Curso de Formação de professores que teve como tema central a Poesia. Tendo iniciado no dia 18 de abril de 2016 e com expectativa de duração de 10 semanas, a metodologia proposta foi de uma aula por semana. Os temas – Encontro com a poesia; A música das palavras; Imagens que os versos sugerem; O jogo com o significado das palavras; Quem fala? Alguns tipos de poema; Gêneros híbridos e A poesia infantil no Brasil – foram recebidos por e-mail e enviados ao proponente, o poeta Luis Camargo, que os redimensionou e partilhou com todos os professores envolvidos, também via e-mail. O foco da pesquisa foi identificar conhecimentos prévios dos integrantes – professores que integraram a experiência – a respeito do tema. A questão que representa minha curiosidade é: O que é poesia para as professoras? As respostas foram colhidas em um dos exercícios propostos ao grupo, no qual as professoras declaram como entraram em contato com a poesia.

Participe do CIC/UFPel!

Assista e conheça os trabalhos de pesquisa das estudantes de Pedagogia da FaE/UFPel.

INTERPET Agosto 2016

Ao fundo, da esquerda para a direita: Rafaela Camargo, Gabriela, Tamires e Erica.
Ao meio, Tamires Machado.
Na linha da frente, Maiara, Ieda, a Tutora Cristina Rosa, Cinara e Rafaela Engrácio.

    Neste sábado, 27 de agosto, ocorreu mais um INTERPET. Ocorrido no Centro de Artes da UFPel, o encontro de todos os grupos PET da UFPel iniciou com um gostoso café da manhã e foi sucedido por uma pauta enxuta e novas relações de amizade. Na imagem ao lado, nosso grupo, no palco do auditório do Centro de Artes.
     Entre os pontos de pauta, o convite à "Feira das Profissões", organizada pelo PET/Física, ao "Passeio de Bicicleta" em pontos históricos de Pelotas, promovido pelo PET Educação Física e a eleição de  um estudante e quatro tutores para integrar o CLAAPET (Comitê local de acompanhamento e avaliação dos grupos PET). As tarefas do CLAAPET vão desde a avaliação de projetos e relatórios de cada grupo, a participação na seleção de novos tutores até as negociações com a Reitoria e o MEC, sempre com o intuito de preservar a integridade e legitimidade dos grupos.

          PET/Educação integra CLAPET/UFPel
          O PET/Educação, a partir de 27 de agosto de 2016 terá participação no Comitê Local de Acompanhamento e Avaliação, pois a professora Cristina Rosa (Tutora PET/Educação Gestão 2016-2019) foi aclamada pela plenária do INTERPET para integrar, como titular, o CLAPET. Assim, passará a representar, junto com os demais eleitos, as demandas dos grupos PET/UFPel junto à Reitoria e ao MEC.
         

Aula inaugural pública da Disciplina Literatura Infantil I.

No sábado, dia 13/08, aconteceu a aula inaugural pública da Disciplina Literatura Infantil I. Inserida no Currículo da Licenciatura em Pedagogia da FaE/UFPel, a disciplina tem como foco apresentar, aos futuros professores, a literatura clássica e moderna que foi escrita e é lida para crianças.
Para a aula foi selecionada a obra A história mais triste do mundo, do psicanalista gaúcho Mário Corso. Com ilustrações de Bruna Assis Brasil, o livro de 75 páginas é altamente indicado para crianças de todas as idades. Narra parte da vida de Marco, um guri que pequeno ainda, dividiu uma jaula com um leão. De circo, o leão. Mas de verdade.
Autor do mais importante livro sobre os contos de fadas já escrito no Brasil – Fadas no Divã – e do genial Monstruário - Inventário de Entidades Imaginárias e de Mitos Brasileiros, Mário Corso nos ensina a pensar sobre a infância em A história mais triste do mundo, que foi editado, em 2015, pela Bolacha Maria. A aula é pública, aberta, não apenas para os universitários.
Créditos:
Onde: Livraria Vanguarda da do Shopping Partage;
Data: Sábado, 13/08, às 16 horas;
Coordenação do Evento: GELL- Grupo de Estudos em Leitura Literária;
Apoio: PET/Educação.