Paloma Wiegand
Na infância aprendemos sobre as plantas:
partes, evolução, plantio, cuidados e até funções. É nessa fase também que
desenvolvemos noções básicas sobre quem somos e onde estamos. Como espécie. A
partir daí, construímos e evoluímos aprendizagens acerca de experiências e somos
levados à compreensão de que não existe apenas uma planta, mas várias: de
diferentes tamanhos e espécies, com particularidades específicas que se
expressam em variados biomas.
Se é surpreendente descobrir o
ecossistema do planeta e perceber que animais vivem e sobrevivem nos mais
diferentes espaços, sejam eles matas, desertos, oceanos e mesmo banhados,
areais, caatingas, imagine conhecer um ser vivo morando num tronco de árvore.
Sim, há seres que vivem em pequeníssimos espaços, longe da luz, invisíveis até.
E, todos, indistintamente, integram o que conhecemos como “ecossistema”.
Quando se trata de crianças na
escola – o principal foco da nossa atenção, estudantes da Licenciatura em Pedagogia
– devemos dispor de exemplos para mencionar e sermos exemplares, considerando
que, em breve, elas serão responsáveis por cuidar e decidir o presente e o futuro
de nosso planeta.
Foi entrelaçando estes dois fios
– o Dia da Ecologia, o Dia Mundial do Meio Ambiente e a Infância – que produzi este
texto. O foco foi relacionar os temas e estabelecer conexões que possam provocar
pensamentos voltados para a relevância de nossas atitudes em relação aos
cuidados vitais: conosco, com os demais e com o meio ambiente.
Ecologia
Todos já ouvimos falar em
ecologia, certo? Na mais mediana das hipóteses sabemos que se trata de uma
ciência que estuda as relações dos seres vivos ou sua interação com o meio em
que vivem, seja orgânico ou não. Mas, o
que exatamente é ecologia? Pois bem, de acordo com o dicionário AULETE, o “termo
e o conceito de ecologia já existem desde meados do Século XIX, mas sua
importância e aplicação prática ganharam vulto mais recentemente, com o
agravamento das más condições do meio ambiente”. Essas “más condições” são
conhecidas: poluição do ar e das fontes, extinção de espécies, uso excessivo de
combustíveis fósseis, uso indiscriminado de agrotóxicos, desflorestamento, uso
inadequado do solo e emissão de gases que destroem a camada de ozônio, causam o
efeito estufa e produzem o aquecimento global são alguns dos sinais da ação do homo sapiens sobre o planeta.
Diante desse quadro, a
preservação dos ciclos básicos da natureza, da diversidade das espécies e do
equilíbrio do ecossistema tornaram-se questões urgentes, mobilizando governos e
órgãos não governamentais na busca por medidas que reduzam, neutralizem ou
eliminem os efeitos nocivos da ação do homem sobre a biosfera.
Sem
delongas...
Pode-se observar que o planeta está
em risco. A quem pedirá socorro? Devastado, poluído, explorado, desequilibrado
pelas mãos da espécie tida como a mais inteligente, a quem pode recorrer nosso “meio
ambiente”? Conjunto das “condições ambientais da natureza em sua interação com
os seres vivos em geral e o homem em particular”, o meio ambiente está a ponto
de se tornar inóspito para grande parte de espécies e, desse modo, comprometer a
sobrevivência das demais.
Alguns dados
Embora a população brasileira se
concentre, majoritariamente, na zona urbana, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 2017, um estudo que indicava a tendência
a “um país menos urbano”. Tomando este levantamento de residentes da zona rural
como base para pensar o contato que as pessoas têm com o meio ambiente e
associando à ideia de que as crianças serão os tutores de tudo o que temos hoje
em dia, que tal refletir mais sobre certas atitudes?
Comecemos do começo...
Toda criança tem o direito de
brincar, de estudar e, também, ter a vivência construída em volta de
experiências ou momentos ligados à natureza. É algo imprescindível para
aprender sobre respeito, obter conhecimento, preservar uma boa relação entre
lugar e indivíduo, além de agregar benefícios para o bem estar físico e mental.
Em 1988, quando foi aprovada a Constituição
Brasileira, a Educação Infantil em instituições públicas passou a ser um
direito das crianças. Em parte considerável da sociedade, elas chegam às Instituições
de Educação Infantil aos quatro meses e saem delas aos cinco anos. Até os dois
anos, frequentam raramente o pátio, e, a partir dessa idade é que adquirem o
direito de permanecer por apenas uma ou duas horas ao ar livre, nem sempre em
pátios arborizados ou ajardinados. É das
janelas da sala onde permanecem o restante do tempo com pouca visão do mundo
exterior que os dias na escola se sucedem, essas crianças não conhecem a
liberdade...
Ponto de
partida
Para marcar a existência dessa
data tão interessante – 05 de Junho: Dia da Ecologia e Dia Mundial do Meio
Ambiente – e conhecer o impacto do tema entre pessoas que nos cercam, o PET
educação empreendeu uma enquete.
A escolha foi pelo trabalho a ser
desenvolvido por uma professora dos anos iniciais que, desde a suspensão das
aulas por causa da C+OVID 19, está desenvolvendo projetos pedagógicos via
trabalho remoto com seus alunos. Atuando no Colégio Municipal Pelotense, a
professora, primeiro, descreveu seu trabalho e como ele está sendo desenvolvido
nesses “novos tempos”:
Estamos enviando aulas remotas para os alunos, de acordo com as orientações da Secretaria de Educação. Nestes moldes, as atividades são planejadas por um grupo de professores, de cada alinhamento. Em nossa escola, um grupo planeja para a Educação Infantil e os Anos Iniciais e o outro, do 6° ano ao Ensino Médio e Eja.
Questionada acerca do tema
de interesse desse artigo, a professora declarou que "a escola não está focando no ensino de
conteúdos programáticos, pois há alunos que não têm acesso à Internet”.
Informou que as atividades “estão se dando no aspecto sócio emocional, sem a
obrigatoriedade”. Apesar de lecionar em uma grande e importante escola pública
da cidade, sabe que nem todos os alunos possuem, atualmente, o grupo de
ferramentas necessárias para o estudo à distância: um computador ligado à
internet, um espaço adequado para estudo, um adulto para coordenar o tempo. A
professora, porém, afirma trabalhar com o intuito de ajudar nos estudos daqueles
que dispõem de acesso e as interações ocorrem na página da escola em uma rede
social.
Com relação ao tema de meu
interesse, a professora enviou textos e procedimentos adotados que, sim, tem
relação com a Ecologia e Meio Ambiente. Lendo e analisando seus materiais de
trabalho enviados aos alunos, percebi um investimento no tema do uso adequando da
água. Perguntada, esclareceu: “é papel fundamental do professor investir na
conscientização dos alunos sobre o período de estiagem que atualmente vive a
região”.
Perguntei à professora se teria
alguma obra que costuma utilizar e em sala de aula sobre o tema e ela,
imediatamente lembrou:
A árvore generosa, livro escrito por Shel Silverstein. Inclusive, está disponível em PDF, o qie o torna mais acessível. É bastante rico e traz reflexão fundamental quanto aos cuidados que devemos ter para com aquela que não nos prejudica, está sempre lá, oferece seus conhecidos benefícios e é nosso lar: a árvore, representando a natureza como um todo.
Mais livros
Passaporte para uma viagem da
qual não se volta de cabeça vazia, a leitura de um livro é uma excelente forma
de concluir esse tema.
A pergunta que resta seria: Há livros
sobre o tema que o PET Educação recomendaria?
Sim, há.
Azul e lindo
planeta Terra, nossa casa, escrito e ilustrado por Ruth Rocha e Otavio
Roth é uma de nossas recomendações. Pode ser lido para e com crianças pequenas,
que precisam de mediador, mas, também, pela simplicidade e clareza, ser lido
por crianças a partir do segundo ou terceiro ano do Ensino Fundamental.
Concluindo
A principal motivação para a realização
deste apanhado foi oferecer um diálogo a quem estiver lendo. O intuito foi apresentar
um modo de tratar o tema na escola, em tempos de trabalho remoto e provocar a
busca por informação sobre a sustentabilidade.
Utilizar a data – 05 de Junho: Dia
da Ecologia e Dia Mundial do Meio Ambiente – apenas um bom argumento para
abordar fato de tamanha relevância.
Como ferramenta para a escrita
desse artigo, me cerquei de dicionários, artigos publicados em revistas on-line
e realizei uma entrevista com uma profissional que tem grande apreço pela docência
e é respeitada em seu ambiente de trabalho, pelas crianças e pelos colegas.
Por fim, deixo uma pergunta: Quanto
de verde há em você?
Se quiseres responder, vou adorar
saber...
Referências
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