05 de junho: Dia Mundial do Meio Ambiente


Quanto de verde há em nós?
Paloma Wiegand

Na infância aprendemos sobre as plantas: partes, evolução, plantio, cuidados e até funções. É nessa fase também que desenvolvemos noções básicas sobre quem somos e onde estamos. Como espécie. A partir daí, construímos e evoluímos aprendizagens acerca de experiências e somos levados à compreensão de que não existe apenas uma planta, mas várias: de diferentes tamanhos e espécies, com particularidades específicas que se expressam em variados biomas.
Se é surpreendente descobrir o ecossistema do planeta e perceber que animais vivem e sobrevivem nos mais diferentes espaços, sejam eles matas, desertos, oceanos e mesmo banhados, areais, caatingas, imagine conhecer um ser vivo morando num tronco de árvore. Sim, há seres que vivem em pequeníssimos espaços, longe da luz, invisíveis até. E, todos, indistintamente, integram o que conhecemos como “ecossistema”.
Quando se trata de crianças na escola – o principal foco da nossa atenção, estudantes da Licenciatura em Pedagogia – devemos dispor de exemplos para mencionar e sermos exemplares, considerando que, em breve, elas serão responsáveis por cuidar e decidir o presente e o futuro de nosso planeta.
Foi entrelaçando estes dois fios – o Dia da Ecologia, o Dia Mundial do Meio Ambiente e a Infância – que produzi este texto. O foco foi relacionar os temas e estabelecer conexões que possam provocar pensamentos voltados para a relevância de nossas atitudes em relação aos cuidados vitais: conosco, com os demais e com o meio ambiente.
Ecologia
Todos já ouvimos falar em ecologia, certo? Na mais mediana das hipóteses sabemos que se trata de uma ciência que estuda as relações dos seres vivos ou sua interação com o meio em que vivem, seja orgânico ou não.  Mas, o que exatamente é ecologia? Pois bem, de acordo com o dicionário AULETE, o “termo e o conceito de ecologia já existem desde meados do Século XIX, mas sua importância e aplicação prática ganharam vulto mais recentemente, com o agravamento das más condições do meio ambiente”. Essas “más condições” são conhecidas: poluição do ar e das fontes, extinção de espécies, uso excessivo de combustíveis fósseis, uso indiscriminado de agrotóxicos, desflorestamento, uso inadequado do solo e emissão de gases que destroem a camada de ozônio, causam o efeito estufa e produzem o aquecimento global são alguns dos sinais da ação do homo sapiens sobre o planeta.
Diante desse quadro, a preservação dos ciclos básicos da natureza, da diversidade das espécies e do equilíbrio do ecossistema tornaram-se questões urgentes, mobilizando governos e órgãos não governamentais na busca por medidas que reduzam, neutralizem ou eliminem os efeitos nocivos da ação do homem sobre a biosfera.
Sem delongas...
Pode-se observar que o planeta está em risco. A quem pedirá socorro? Devastado, poluído, explorado, desequilibrado pelas mãos da espécie tida como a mais inteligente, a quem pode recorrer nosso “meio ambiente”? Conjunto das “condições ambientais da natureza em sua interação com os seres vivos em geral e o homem em particular”, o meio ambiente está a ponto de se tornar inóspito para grande parte de espécies e, desse modo, comprometer a sobrevivência das demais.
Alguns dados
Embora a população brasileira se concentre, majoritariamente, na zona urbana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 2017, um estudo que indicava a tendência a “um país menos urbano”. Tomando este levantamento de residentes da zona rural como base para pensar o contato que as pessoas têm com o meio ambiente e associando à ideia de que as crianças serão os tutores de tudo o que temos hoje em dia, que tal refletir mais sobre certas atitudes?
Comecemos do começo...
Toda criança tem o direito de brincar, de estudar e, também, ter a vivência construída em volta de experiências ou momentos ligados à natureza. É algo imprescindível para aprender sobre respeito, obter conhecimento, preservar uma boa relação entre lugar e indivíduo, além de agregar benefícios para o bem estar físico e mental.
Em 1988, quando foi aprovada a Constituição Brasileira, a Educação Infantil em instituições públicas passou a ser um direito das crianças. Em parte considerável da sociedade, elas chegam às Instituições de Educação Infantil aos quatro meses e saem delas aos cinco anos. Até os dois anos, frequentam raramente o pátio, e, a partir dessa idade é que adquirem o direito de permanecer por apenas uma ou duas horas ao ar livre, nem sempre em pátios arborizados ou ajardinados.  É das janelas da sala onde permanecem o restante do tempo com pouca visão do mundo exterior que os dias na escola se sucedem, essas crianças não conhecem a liberdade...
Ponto de partida
Para marcar a existência dessa data tão interessante – 05 de Junho: Dia da Ecologia e Dia Mundial do Meio Ambiente – e conhecer o impacto do tema entre pessoas que nos cercam, o PET educação empreendeu uma enquete.
A escolha foi pelo trabalho a ser desenvolvido por uma professora dos anos iniciais que, desde a suspensão das aulas por causa da C+OVID 19, está desenvolvendo projetos pedagógicos via trabalho remoto com seus alunos. Atuando no Colégio Municipal Pelotense, a professora, primeiro, descreveu seu trabalho e como ele está sendo desenvolvido nesses “novos tempos”:

Estamos enviando aulas remotas para os alunos, de acordo com as orientações da Secretaria de Educação. Nestes moldes, as atividades são planejadas por um grupo de professores, de cada alinhamento. Em nossa escola, um grupo planeja para a Educação Infantil e os Anos Iniciais e o outro, do 6° ano ao Ensino Médio e Eja.

Questionada acerca do tema de interesse desse artigo, a professora declarou que  "a escola não está focando no ensino de conteúdos programáticos, pois há alunos que não têm acesso à Internet”. Informou que as atividades “estão se dando no aspecto sócio emocional, sem a obrigatoriedade”. Apesar de lecionar em uma grande e importante escola pública da cidade, sabe que nem todos os alunos possuem, atualmente, o grupo de ferramentas necessárias para o estudo à distância: um computador ligado à internet, um espaço adequado para estudo, um adulto para coordenar o tempo. A professora, porém, afirma trabalhar com o intuito de ajudar nos estudos daqueles que dispõem de acesso e as interações ocorrem na página da escola em uma rede social.
Com relação ao tema de meu interesse, a professora enviou textos e procedimentos adotados que, sim, tem relação com a Ecologia e Meio Ambiente. Lendo e analisando seus materiais de trabalho enviados aos alunos, percebi um investimento no tema do uso adequando da água. Perguntada, esclareceu: “é papel fundamental do professor investir na conscientização dos alunos sobre o período de estiagem que atualmente vive a região”.
Perguntei à professora se teria alguma obra que costuma utilizar e em sala de aula sobre o tema e ela, imediatamente lembrou:

A árvore generosa, livro escrito por Shel Silverstein. Inclusive, está disponível em PDF, o qie o torna mais acessível. É bastante rico e traz reflexão fundamental quanto aos cuidados que devemos ter para com aquela que não nos prejudica, está sempre lá, oferece seus conhecidos benefícios e é nosso lar: a árvore, representando a natureza como um todo.

Mais livros
Passaporte para uma viagem da qual não se volta de cabeça vazia, a leitura de um livro é uma excelente forma de concluir esse tema.
A pergunta que resta seria: Há livros sobre o tema que o PET Educação recomendaria?
Sim, há.
Azul e lindo planeta Terra, nossa casa, escrito e ilustrado por Ruth Rocha e Otavio Roth é uma de nossas recomendações. Pode ser lido para e com crianças pequenas, que precisam de mediador, mas, também, pela simplicidade e clareza, ser lido por crianças a partir do segundo ou terceiro ano do Ensino Fundamental.
Concluindo
A principal motivação para a realização deste apanhado foi oferecer um diálogo a quem estiver lendo. O intuito foi apresentar um modo de tratar o tema na escola, em tempos de trabalho remoto e provocar a busca por informação sobre a sustentabilidade.
Utilizar a data – 05 de Junho: Dia da Ecologia e Dia Mundial do Meio Ambiente – apenas um bom argumento para abordar fato de tamanha relevância.
Como ferramenta para a escrita desse artigo, me cerquei de dicionários, artigos publicados em revistas on-line e realizei uma entrevista com uma profissional que tem grande apreço pela docência e é respeitada em seu ambiente de trabalho, pelas crianças e pelos colegas.
Por fim, deixo uma pergunta: Quanto de verde há em você?
Se quiseres responder, vou adorar saber...

Referências

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