PET Educação presente em Inauguração da Biblioteca Cristina Maria Rosa.

Na sexta, dia 25 de novembro, entre as 9 e as 12 horas, em evento repleto de alegria e informalidade foi entregue à comunidade da Escola Estadual de Ensino Fundamental Fernando Treptow a nova biblioteca escolar.
Restaurada durante o ano de 2016 (entre abril e novembro) por uma equipe de estudantes da FaE/UFPel, o espaço de 100 metros quadrados ficou pronto para uso e foi inaugurado com uma visita guiada, na qual aspectos do restauro foram abordados e explicitados pelos integrantes da equipe aos visitantes.
Intervenções no piso, paredes, instalação elétrica móveis e troca de fechadura da porta foram de responsabilidade do Estudante de Letras da CLC/UFPel Alex Nunes, integrado à equipe desde o início do projeto. As crianças, quando visitaram a obra, aprenderam como manipular lixadeira, furadeira, marreta e talhadeira.
Na inauguração, a presença da Direção da FaE, nas pessoas do professor Rogério Würdig (Diretor), professora Heloiza Duval (Chefe do DF) e professora Liliam Lorenzato (Coordenadora Pedagogia a Distância), foi importante para todo o grupo presente.
Organizado em cinco ambientes (recepção, leitura individual, espaço de pesquisa, miniauditório e sala de leitura literária), o restauro da estrutura e dos móveis além da ambientação foram os pontos-chave escolhidos para a explanação oral. A visita a cada ambiente, acompanhado pelo olhar atento de todos, foi repleta de elogios à equipe que se esmerou para integrar modos de ser e viver em uma Biblioteca, uma vez que não apenas crianças a frequentarão.

Signatário do Manifesto pela Biblioteca Escolar (UNESCO, 1999), que tem como um dos objetivos “desenvolver e manter nas crianças o hábito e o prazer da leitura e da aprendizagem, bem como o uso da biblioteca ao longo da vida”, o Brasil, desde 2010, possui uma lei (Lei Nº 12.244 de 24 de maio de 2010) que determina a existência, em toda instituição de ensino do país, de bibliotecas. No Rio Grande do Sul, um documento elaborado pelo Sistema de Bibliotecas Escolares (SEBE, 2009) é que rege os princípios e procedimentos a respeito do assunto nas instituições públicas de ensino.
O projeto considerou esses três documentos para propor os ambientes de fruição do livro e da leitura. Detalhes como circulação, móveis, climatização, cores, iluminação e distribuição dos livros em ambientes foi priorizado. A música, fundamental na escola e fora dela, é representada por um violão, disponível para uso no espaço.
Localizada na periferia urbana de Pelotas, a escola Fernando Treptow atende a aproximadamente 580 crianças e adolescentes, em dois turnos (manhã e tarde) além de ofertar educação a 243 Jovens e Adultos. A Biblioteca anterior tornou-se, aos olhos da Direção, inadequada, demandando uma intervenção. O convite, endereçado à Universidade, foi recebido em março e as atividades inciariam em abril, com a produção de uma planta baixa para orientar a "reforma".
O acesso a rotinas diárias como ler, fazer pesquisa e buscar um dicionário foi modificado. Visitas à obra e espiadas pelas janelas foi uma constante. Assim, a entrega foi cercada de expectativas: o que dirão as crianças quando entrarem na Biblioteca na segunda, dia 28 de novembro? Uma palhinha do que virá foi observada na presença de um menino, filho de uma das professoras e estudante da escola que esteve na cerimônia de entrega. Para ele, que já tinha visitado a reforma e aprendido a lixar cadeiras, instalar fechadura, customizar móveis e pintar o painel criado pela Professora Elisa Vanti na parede do espaço infantil, a Biblioteca ficou “muito linda”.
Compreendendo uma biblioteca como um espaço destinado a políticas de leitura e estas como um processo de acesso, uso, fruição e trocas relativas ao artefato mais importante de nossa cultura escrita, para Cristina Rosa, coordenadora do processo de restauro, a biblioteca é o único espaço que não pode faltar em uma escola e, nas escolas de ensino fundamental, deve ser especializada no atendimento a crianças entre seis e quatorze anos de idade, tempo destinado a formação do leitor.
A escola, em retribuição, abriu a Biblioteca à Universidade, oferecendo o espaço para minicursos, oficinas, estudos e intervenções no campo da leitura e da literatura, bem como da pesquisa. Estágios acadêmicos, que já ocorrem ali, foram incentivados aos demais cursos de Licenciatura da UFPel. A Licenciatura em Física aceitou e já em 2016 orienta dois estudantes que realizam lá seus pré-estágios. Além deles, uma estudante de Pedagogia realiza ali seu estágio em Gestão Escolar.
Para a Direção da Escola, foi um momento importante de conhecer de perto o trabalho da FaE/UFPel, materializado em presença constante e intervenção.
As ações de restauro, realocação de móveis e utensílios foram desenvolvidas por um grupo de estudantes vinculados ao GELL – Grupo de Estudos em Leitura Literária e ao Projeto de Extensão Leitura Literária na Escola, ambos abrigados na FaE/UFPel.
Na foto ao lado, um selfie da equipe: Rafaela Camargo, Ieda Kurtz, Cinara Postringer, Tamires Machado, Cíntia Gonçalves, Erica Macleo e Júlia Casalinho, a nossa fotógrafa. Apoiada pelo PET Educação, a equipe está pronta para responder a outros convites que já chegaram e prepara um livro digital com os resultados da intervenção.
O livro será fruto dos relatórios fotográfico e escrito elaborados a cada dia e referentes a todo o processo de trabalho que demandou 35 turnos de três horas (105 horas/trabalho na obra) além de recursos financeiros - cinco mil reais, aproximadamente - capturados entre doadores como ex-alunos da escola, profissionais que lá realizaram estágios e comunidade em geral além de docentes da Escola e da FaE/UFPel.
As notas fiscais de compra de todos os aviamentos utilizados na obra como cola, tinta, lixas, pincéis, rolos, água, solventes, ferramentas, cortinas, adereços, adesivamento das cadeiras, lâmpadas, forração das mesas, instalação elétrica entre outros, integram os relatórios.
Uma das primeiras obras realizadas pela equipe foi a recuperação do piso, que necessitou de 58 peças de parquet que estavam estragados ou que faltavam. A retirada dos antigos e a colocação dos novos aconteceu durante todo o processo.
Pessoas do Brasil inteiro se manifestaram elogiando a iniciativa e poetas enviaram mensagens de apoio que foram impressos e integram uma galeria de textos escritos em homenagem ao livro, à literatura e ao trabalho da equipe. Na cerimônia de entrega da Biblioteca, este foi um dos locais mais visitados pelos convidados.
Para visitar a Biblioteca, não há mistério: dirija-se à Escola Fernando Treptow, no bairro Fragata, solicite entrada ao porteiro (na foto ao lado, apoiando a faxina realizada no dia 24 de novembro, véspera da entrega) e indique que leu esta matéria. Tu serás bem recebido!

Em agradecimento e com profunda gentileza, a Direção da Escola escolheu um nome para o novo espaço: Biblioteca Cristina Maria Rosa. Na foto, um dos documentos recuperados pela docente quando do restauro: o certificado de fundação da Biblioteca, pelo Governo Federal, no ano de 1972. 

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