20 de junho: um bom dia para ir...

20 de junho Cristina Maria Rosa Era noite. Frio no Rio Grande do Sul. Um aperto no coração, palavras faltando, lágrimas ali, ali. Última reunião do nosso Grupo PET Educação. Todos presentes. Não havia motivo para não estar. Não havia desculpa para não vir. Não havia outro lugar para dividir o que sentíamos. Eu, experiente, emocionada, várias vezes contive o choro. As palavras, sempre abundantes, faltavam. A cada um quis abraçar. A cada um quis dizer que não era o fim. Alisson nos salvou: Decretou: – Não vou me despedir. Nós vamos nos reencontrar! 20 de junho de 2022. Saio do PET, mas o PET não sai de mim Foi um privilégio ter estado com vocês queridos Alisson, Angélica, Debora, Lari, Laura, Letícia, Luiz Ariel, Luzia, Mateus, Paola, Paloma e Rafaela. Um beijo da Tutora Cristina Maria Rosa.

PET Educação recebe para um café


Um café para receber...

Cristina Maria Rosa

 

Na tarde de 13 de junho de 2022, o Grupo PET Educação – com a presença da tutora, Drª Cristina Maria Rosa e dos estudantes Alisson, Débora, Lari, Laura, Luzia, Mateus, Paola e Rafaela – reuniu-se para receber, com um café da tarde, a professora Gilceane Caetano Porto, recentemente aprovada em processo seletivo à tutoria PET para o período 21/06/2022 a 20/06/2025.

Nessa tarde, presenteamos a professora com um agasalho que contém o Logo do Grupo  e uma pastinha com  mimos, todos adquiridos com os recursos do Custeio PET 2021. 

Além de um pão feito em casa, oferecemos doce e requeijão, café, água, e chá – uma rotina em nossos encontros presenciais. Mas, também, aproveitamos para dialogar e apresentar à professora Gilceane, o espaço físico e parte de nossa rotinas. Assim, os temas tratados por nós, entre as 16 e as 18 horas, foram:

1.     Sala do PET na FaE/UFPel: usos e atributos;

2.     O acervo do grupo (equipamentos, arquivos e utensílios);

3. A viagem de estudo que fizemos recentemente;

4.     Estudantes bolsistas e suas pesquisas em andamento;

5.     O PodCast do Pet: projeto de todos nós;

6.     As mídias socias que o grupo mantém (Blog, instagran e WhatsApp);

7.     Os eventos que o grupo participa: Interpet, SulPet e Enapet.

 

Desejo

O PET Educação deseja que a professora Gilceane se sinta bem entre nós e que possa ter pleno sucesso em sua Tutoria.

Nós sabemos que receber, tomar café, conversar e abraçar são importantes atitudes em um grupo e, nesta tarde do dia 13 de junho, vivenciamos plenamente esse encontro.

Uma biblioteca infantil para o Assis Brasil?

 

Mateus Souza e Darlan Porto

Espaço de Leitura Infantil

Mateus Souza

 

RESUMO: O projeto Espaço de Leitura Infantil é resultado de diálogos com o Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, escola situada no centro da cidade de Pelotas, na rua Antônio dos Anjos, 296. Objetivamos, com ele,  reabrir a biblioteca infantil na escola.

As personagens e o início da história...

Eu e Darlan nos encontrávamos dentro da instituição realizando um estágio de gestão – uma das disciplinas obrigatórias da Licenciatura em Pedagogia – quando surgiu o interesse em construir um projeto vinculado à Literatura Infantil. Ingressei no PET no dia 1 de abril de 2022, e encontrei na biblioteca do Assis Brasil uma possibilidade de realizar um levantamento do acervo de literatura infantil e infanto-juvenil ali disponível. Darlan Porto aceitou fazer parte da pesquisa e, juntos, passamos a estabelecer diálogo com servidoras e servidores da instituição.

A primeira pessoa questionada sobre a possibilidade de realização do projeto foi a bibliotecária que atua no turno da tarde, a Lilian. Neste primeiro momento o intuito era apenas fazer um levantamento do acervo literário. Lilian revelou que havia uma biblioteca infantil e que a mesma foi fechada na pandemia. Atualmente, a sala é utilizada para o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Com essa informação, nossos objetivos se ampliaram e o desejo de reabertura da biblioteca infantil teve início.

No dia 09 de maio de 2022, com a impossibilidade de resgatar a antiga sala onde funcionava a biblioteca infantil, eu, Darlan e Lilian, nos deslocamos pela escola para observar possíveis espaços para uma nova biblioteca. Nessas andanças, conversamos com uma Professora que atua nos anos iniciais. Ela se mostrou animada com a ideia do projeto e nos convidou a conhecer seu acervo pessoal, guardado em sua sala de aula. Afirmou que, caso fossem para um lugar a serem lidos pelas crianças e não encaixotados com o risco de mofarem, se disponibilizaria a abrir mão deles. Outra pessoa que se dispôs a conversar foi Sílvia Cruz, Coordenadora dos Anos Iniciais na escola. Foi ela, junto com Lilian, que conseguiu uma sala situada no pavilhão dos anos iniciais para o novo espaço literário infantil da escola.

A sala

A sala encontrava-se cheia de objetos sem utilidade e alguns materiais pedagógicos de uma professora da escola que foram garimpados e guardados. Diante disso, uma “faxina” foi necessária, sendo realizada por mim, Darlan, Lilian e Sílvia. Resultado? Vários sacos de lixo e a esperança de um espaço literário que possa acolher os(a) pequenos(a) leitores(a).

Grupo no Whatsapp

Dando continuidade ao projeto, percebemos que outras pessoas e novos diálogos e propostas passaram a se delinear. Junto com o Darlan, já estávamos em diálogo com Lilian, com Sílvia, mas também com Bernadete, bibliotecária do turno da manhã e a vice-diretora da tarde, Margarete. Um grupo no Whatsapp com todas essas pessoas foi criado por mim, com o intuito de estabelecer um diálogo mais intenso e pragmático.

Uma matéria sobre...

No dia 11 de maio, escrevi uma matéria com o objetivo de publicá-la no blog do PET, mas antes disso, enviei ela no grupo de Whatsapp para que as funcionárias da escola pudessem analisar e ver se estavam de acordo. Na matéria, o seu conteúdo abordava o que tinha sido realizado no dia 09 de maio na escola, mas também possuía algumas pretensões futuras que seriam propostas à escola, entre elas:

1.               Realizar um levantamento do acervo da literatura infantil existente na escola;

2.               Buscar ampliá-lo através de doações;

3.               Criar uma campanha de financiamento coletivo para auxiliar na compra de móveis e ambientação;

4.               Estabelecer pontes com alunos(a) da Universidade Federal de Pelotas para que pudessem desenvolver projetos na biblioteca;

5.               Criar a sugestão de nomes para a Biblioteca infantil;

Pretensões...

Ter colocado essas pretensões futuras na matéria foi fruto de animação e ansiedade com o projeto, mas, também, uma forma de gerar um diálogo no grupo de Whatsapp sobre o futuro e possíveis desdobramentos. Dentro do grupo, Sílvia e Lilian se manifestaram dizendo que a resposta de aprovação deveria ser da Margarete. Bernadete destacou que a antiga biblioteca já tinha um nome, sendo batizada por uma professora chamada Ivete como “Biblioteca Infantil Eva Moura Carapina”, primeira normalista negra do Assis Brasil. Margarete apenas visualizou as mensagens e não se manifestou acerca da publicação. Então, como através do grupo não houve uma resposta concreta, a matéria ficou em suspenso.

Eva Moura Carapina: primeira normalista negra do Assis Brasil

Eu e Darlan estávamos sentindo que, mesmo que estivéssemos estabelecendo conversas interessantes presencialmente com essas servidoras do Assis, o diálogo estava fragmentado. O grupo ainda não tinha realizado uma reunião e as conversas eram realizadas individualmente, não representando a unidade desejada e nem mesmo refletindo as projeções acerca das possibilidades do projeto.  

19 de maio

Na tarde do dia 19 de maio fomos até a escola com objetivo de estabelecer uma conversa presencial. Margarete e Sílvia estavam em reunião interna da escola, então nos dirigimos até a biblioteca onde nos encontramos com Bernadete e Lilian, que nos receberam de forma agradável. Nesse dia, entre diálogos informais sobre o cotidiano, conversamos um pouco sobre a biblioteca. Um dos argumentos trazidos por Bernadete foi sobre a não utilização do nome da antiga biblioteca, pois o antigo espaço que era utilizado para a biblioteca era maior do que o espaço que possivelmente vai ser a nova. Outro argumento foi que a escola recentemente esteve envolvida com um caso de racismo e, manter o nome da primeira normalista negra poderia gerar interpretações equivocadas.

Lilian, por sua vez, abordou a possibilidade de substituir a biblioteca infantil por um “canto literário infantil”, que funcionaria dentro da biblioteca. Seus argumentos:

a)              o pavilhão dos anos iniciais ser localizado do outro lado da escola;

b)              ter poucas pessoas para cuidarem do espaço;

c)              Ela e Bernadete são bibliotecárias daquela biblioteca e que teriam que se responsabilizar por outra biblioteca;

Contraproposta

A contraproposta apresentada foi que o objetivo era a criação de uma biblioteca infantil de responsabilidade coletiva da escola, conectando as professoras dos anos iniciais, alunos(a) do Curso Normal e formação de pontes entre os(a) alunos(a) da UFPel. Mas também há um reconhecimento que a falta de recurso humano na instituição é um problema e não há intencionalidade de ocasionar ainda mais desgaste nas pessoas que se encontram nela. Então, se não houvesse possibilidade da elaboração desse espaço, os planos seriam revistos para fazer um levantamento do acervo e elaboração de um espaço literário dentro da biblioteca escolar. Nesse mesmo dia encontramos nos corredores da escola a Margarete, que nos disse que ainda não tinha dado nenhum veredito sobre a matéria pois queria escrever algumas coisas nela, mas o encontro foi rápido pois ela estava com afazeres da escola. Então ficamos de construir um projeto escrito com as propostas e apresentar em uma reunião que, até então, não tinha um dia certo marcado, mas criou-se no corredor uma intencionalidade.

No dia 23 de maio estivemos em reunião com Margarete, Lilian e Sílvia. Nessa reunião ficou acordado que será realizado um espaço literário na sala que foi encontrada no dia 09, e a escola buscará verbas para reformar o espaço. A instituição anseia reabrir a Biblioteca Eva Moura Carapina futuramente, mas, antes, precisa reformar uma sala para realocar o AEE. A reunião foi produtiva e criou certa unidade e direcionamento no que fazer.

Junho...

Na tarde do dia 01 de junho, dei início ao levantamento do acervo literário, visto que a escola possui uma interessante quantidade de livros infantis e infanto-juvenis. Esse levantamento levará um certo tempo para ser realizado.

No dia 02 de junho, eu, junto com a ajuda de servidores da instituição retiramos todas as classes, cadeiras e um armário presente na sala. Além disso, dei início na limpeza da mesma: varri o chão, encerei o parquet e iniciei uma limpeza no forro da sala.

 Os objetivos futuros são dar continuidade ao que já vem sendo feito. Algumas propostas que inicialmente tinham sido pensadas foram se adequando às dinâmicas e possibilidades da escola. Haverá uma busca pela escola de todos os materiais e móveis que eram da antiga biblioteca.

Um nome para preservar a memória...

A escolha por nomear o espaço como "literário infantil" e não de “biblioteca infantil” é para preservar a memória de Eva Moura Carapina. Todos os esforços de montar esse espaço literário serão para que, assim que possível, todo o trabalho desenvolvido possa ser realocado, ocasionando a reabertura da Biblioteca Eva.

 


Despedir-se


Palavras

Cristina Maria Rosa

11 de junho.

Véspera do dia dos namorados.

Namorados...

Dupla.

Dois.

Ou três. Ou muitos...

Enamorar-se é apaixonar-se pelo efeito que temos sobre os outros, estes muitos que nos cercam, que nos admiram, que nos querem bem.

Mas, enamorar-se, pode ser, também, cultivar o contrário de nossas belezas, o oposto de nossos talentos. O oposto, o diferente é tão legítimo quanto. Tão sedutor como.

E é entre opostos, diferentes, semelhantes, admiradores que se faz uma história no PET na UFPel.

Se enamorar-se é produzir, em mim mesma e nos que me admiram, um efeito duradouro, um impacto que reverbera, reconheço que estou ainda, enamorada pelo PET. E, pelo PET Educação, em especial, que ajudei a criar e do qual hoje me despeço.

Sou uma Pedagoga.

E, sim, há diferença entre uma professora e uma Pedagoga.

Mas...

Onde reside a diferença? Como se “formam” os profissionais que ensinam outros a serem o que quiserem? Quais as habilidades que só Pedagogos possuem? O que os diferencia das outras atividades profissionais e dos demais professores?

Uma Pedagoga é mais que um professora.

Uma Pedagogo é alguém que pode “roubar um vento e sair correndo com ele”, “criar peixes no bolso” e ser “ligado em despropósitos”, como ensino Manoel de Barros. Uma pedagoga gosta “mais do vazio, do que do cheio”, pois os “vazios são maiores e até infinitos”. Uma pedagoga sabe que “escrever” é o mesmo que “carregar água na peneira” e, então, aprende “a usar as palavras”. Às vezes, pode “fazer peraltagens com as palavras” e é capaz de “modificar a tarde botando uma chuva nela”.

Pergunto o que seria de uma Pedagoga sem as palavras? Sem a poesia que só existe com as palavras? O que seria de um Pedagoga sem a Literatura?

Uma Pedagoga se diferencia dos demais professores porque possui, como ninguém, o saber – e poder que dele advém – de capacitar cada novo exemplar da espécie humana em usuário competente da língua escrita.

É a Pedagoga que aprimora, em cada um de nós, a arte complexa que é a linguagem, essa “faculdade cognitiva exclusiva da espécie humana” (Bagno, 2014).

Por saber que a linguagem é a maior conquista da espécie, o domínio dessa arte é raro, instigante, encantador e inigualável! E nós, sociedade, atribuímos a uma profissão – à Pedagogia – a condição de ser portador desse poder: saber ler.

Saber ler e saber ensinar a ler é o que nos distingue!

Utilizar essa faculdade e tornar os demais apaixonados pelo vigor e insondável beleza que advém da Literatura é nosso compromisso!

Com essas palavras me despeço.

Desejando que as palavras nos tornem enamorados por nós mesmos e pela infinitude que somos.

Obrigada!