Violência: não mais!
Sofrimento físico,
sexual ou psicológico representa o que entendemos por violência contra as mulheres.
Para que não mais
ocorra, nesse dia 25 de novembro, data e que o mundo observa, discute, se
organiza e luta pela inaceitabilidade da violência contra quem produz a espécie
humana a partir do ventre, o PET Educação convidou mulheres a escrever sobre o
tema. Duas delas, Angélica e Jessica, deixaram impressas aqui as suas palavras.
Leia...
25 de novembro, o Dia
Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres!
Angélica Karsburg
Jéssica Corrêa
Reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1999,
o dia 25 de novembro é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência
Contra as Mulheres. Essa um dia para abordar uma das violações de direitos
humanos mais difundidas, persistentes e devastadoras da atualidade. Pois, de
acordo com as estatísticas, uma em cada três mulheres sofre de violência
doméstica. Entende-se que a violência contra a mulher é uma questão social e de
saúde pública, essa violência não distingue cor, classe econômica ou social, e
está presente em todo o mundo, infelizmente.
A violência contra mulheres e meninas, como já mencionamos, é
uma das violações dos direitos humanos que persiste ao longo do tempo em todo o
mundo. Antigamente, a violência dos companheiros não era denunciada pelas
mulheres, por serem consideradas “posses” dos seus maridos, tendo assim que
obedecer e se calarem diante dos seus “donos”. Nos dias atuais, a realidade vem
se transformando e as denúncias vêm aumentando, mas ainda há muita impunidade e
os casos de violência que aparecem todos os dias, tem números devastadores, mas
mesmo assim, na maioria dos casos, as devidas providências não são tomadas.
Silêncio, estigmatização e vergonha são apenas algumas das consequências
sofridas pelas vítimas, que em muitos casos “preferem/optam” por não
denunciarem os seus agressores. Seja pela situação de vulnerabilidade em que se
encontra, seja por dependência emocional ou até mesmo pela esperança de que as
desculpas e promessas de mudança são verdadeiras e que “dessa vez foi a última
vez”.
Segundo a Declaração sobre a Eliminação da Violência Contra as
Mulheres, emitida pela Assembleia Geral da ONU, em 1993, a violência contra a
mulher é “qualquer acto de violência baseado no género do qual resulte, ou
possa resultar, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico para as
mulheres, incluindo as ameaças de tais actos, a coacção ou a privação
arbitrária de liberdade, que ocorra, quer na vida pública, quer na vida
privada”.
Origem da data...
O dia 25 de novembro foi escolhido em homenagem às irmãs Patria,
María Teresa e Minerva Maribal, que foram violentamente torturadas e
assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República
Dominicana Rafael Trujillo. As irmãs dominicanas eram conhecidas por "Las
Mariposas" e lutavam por melhores condições de vida na República
Dominicana. Sendo assim, a data surge em decorrência do Dia Latino-americano de
Não Violência Contra a Mulher, que foi criada durante o Primeiro Encontro
Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia.
Dentro da Universidade Federal de Pelotas temos um grupo de
pesquisas e estudos intitulado “Mariposas Insurgentes”, em homenagem a essas
três irmãs e é coordenado pela recém eleita Vice-Diretora da Faculdade de
Educação, Aline Accorsi. O grupo tem como objetivo contribuir para o processo
formativo de estudantes de Pedagogia e Licenciaturas nas temáticas de minorias
sociais e ação política, em especial na área de gênero e sexualidades.
O grupo, antes da atual pandemia, tinha encontros semanais, nos
quais eram tratados diversos assuntos relacionados a violência de gênero,
feminismo e minorias sociais. A professora Aline apresentava autoras que
tratavam sobre os temas descritos anteriormente e eram feitos estudos a partir
disso.
Na Faculdade de Educação foram realizadas algumas intervenções,
com manequins no meio dos corredores para problematizar, entre muitas outras
coisas, a violência de gênero. Também participaram de eventos sociais, como
protestos pela educação e exposições públicas do material de estudo. O grupo
Pet Educação já contou – e ainda conta – com bolsistas que passaram pelo grupo
Mariposas Insurgentes.
Alguns tipos de violências...
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Violência Física: tapas, socos, espancamentos, estrangulamento,
sufocamento, sacudir, apertar o corpo, atirar objetos, feminicídio;
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Violência Psicológica: perseguição, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento social, insultos, chantagens, exploração,
ridicularização, controlar o dinheiro, estelionato, distorcer e omitir fatos;
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Violência Sexual: estupro, estupro conjugal, atos sexuais
forçados, avanços sexuais indesejados, abuso sexual infantil, casamento
forçado, perseguição, assédio nas ruas, mutilação genital, exploração sexual.
Concluindo...
Criar e aprovar melhores leis para combate e exterminação da
violência contra as mulheres, assim como fazer valer as já existentes, pode ser
um fator determinante para que as mulheres deixem de ser agredidas. Contudo,
também precisamos pensar em educar a nossa sociedade para que as mulheres
(re)conheçam os seus espaços e tenham mais voz ativa nas suas relações
(pessoais e profissionais) e que quando ela disser “não”, a sociedade
(principalmente os homens) entenda que é não.
Não se cale, denuncie. Disque 180.
Bônus:
A convite do PET Educação, Aline Accorssi escreveu para o blog. A professora Coordena o Mariposas Insurgentes e, atualmente, exerce o cargo de Vice-Diretora da FaE/UFPel.
Para ler o texto de Aline, clique em: https://peteducacao.blogspot.com/2020/11/dia-internacional-para-eliminacao-da.html
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