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09 outubro 2020

Fabio Vergara Cerqueira e Isabel Rasia querem governar a UFPel

 


PET Educação Entrevista Fábio e Isabel

Dando prosseguimento a entrevistas que objetivam ampliar o acesso dos eleitores à escolha dos Dirigentes da UFPel para a gestão 2020-2024, o PET Educação buscou conhecer mais intensamente, a candidatura de Fabio Vergara e Isabel Rasia. Acompanhe aqui as respostas a nossas pergutas:


1. Por que Fabio Vergara Cerqueira e Isabel Rasia querem governar a Universidade Federal de Pelotas nos próximos quatro anos?

Primeiro, porque amamos a UFPel e devemos tudo que construímos em nossas vidas profissionais à universidade pública e gratuita. Segundo, porque formos escolhidos, pelas nossas trajetórias acadêmicas e pelos nossos perfis, para liderar o grupo UFPel Mais neste pleito. Terceiro, porque nossa universidade tem um potencial incrível, que tem se revelado em várias conquistas recentes, resultantes da expansão produzida há uma década pelo REUNI e pelo trabalho incansável da base acadêmica, dos três segmentos, de nosso alunado, de nossos técnicos e nossos docentes, que não poupam esforços para aumentarem nossos indicativos de qualidade. Sabemos então que a UFPel pode muito mais. Porém, temos uma gestão que, malgrado alguns pontos positivos, precisa mudar. Gestão deve ser facilitadora e não o contrário! O modelo humanista que defendemos, aliado a uma administração moderna, calcada na empatia e em uma gestão mais ágil, dinâmica e dialogada, é um modelo que ainda não administrou nossa universidade. Docentes se veem, no geral, envolvidos em rotinas burocráticas hipertrofiadas, com trabalhos redobrados, que dificultam muito sua vida diária e atrapalham seus planos acadêmicos, por gerarem um desvio de horas para atividades-meio, em detrimento de nossas atividades-fim de ensino, pesquisa e extensão. Para piorar, a gestão da UFPel foi a única do país a colocar em xeque direitos garantidos pela LDB, como a carga horária mínima em sala de aula. Técnicos padecem sob uma gestão verticalizada, que não valoriza sua categoria. Convivem em vários locais com ambiente opressivo, em que um grupo desprovido de empatia torna o ambiente de trabalho adoecedor. Na contramão disso, nosso olhar humanista é de uma universidade horizontalizada e acolhedora. As representações discentes, os DAs, encontram dificuldade para dialogar com a gestão, como ocorreu neste ano nas decisões tomadas relativamente ao calendário remoto emergencial. Hoje, a democracia institucional interna fica prejudicada, diante de uma opção personalista de administrar por meio das redes sociais. É o que se chama a “universidade facebookiana”. Nós faremos uma universidade mais dialogada e integrada, estimulando transversalidades e interdisciplinaridade. Nós criaremos o Escritório de Apoio ao Desenvolvimento de Projetos que trará muitas oportunidades em um cenário nacional de dificuldades. É possível crescer na crise! Nós traremos um olhar especial, com soluções eficientes, para a saúde de nossa comunidade universitária. Finalmente, é preciso sair do modelo de universidade acastelada e abrir as portas para a comunidade. Queremos fazer isso e faremos. Seremos grandes parceiros da retomada do desenvolvimento regional em suas várias facetas, ambiental, cultural, sanitária, social e também econômica. Melhoraremos os quesitos para uma universidade inclusiva, ouvindo mais nossos alunos que ingressam por sistema de cotas, para juntos melhorarmos sua permanência e introduzirmos acompanhamento também dos egressos cotistas.

 

2. O que significa "UFPel Mais"?

Significa que a UFPel merece mais e pode mais. Basta olhar para a base da universidade, nas unidades acadêmicas, e vemos a universidade humanista, cuidativa e inclusiva sendo engendrada. Nosso projeto UFPel Mais não começou agora, resulta de uma trajetória, iniciada em 2004, com o movimento “Ciência, cultura e cidadania”, buscando os princípios de equilíbrio e sinergia como norteadores para o desenvolvimento da universidade. Deste período até hoje, o movimento tem se renovado com a adesão de novos quadros de docentes e técnicos e novas gerações de estudantes. Sabemos olhar a história da UFPel com respeito, sabemos reconhecer as contribuições dadas ao longo dos anos pelos diversos administradores, porque a instituição como um todo avança. Mas, nosso grupo acredita que o modelo necessário, neste momento, para a nossa universidade dar o salto de qualidade que precisa, é o modelo de uma UFPel mais horizontal, mais humanista, mais cuidativa e mais inclusiva. Defendemos uma UFPel Mais, porque a comunidade da UFPel merece mais, porque Pelotas e região merecem mais. E propomos uma série de medidas bastante concretas. Os grupos de trabalho que atuarão na revisão dos processos administrativos da UFPel, com olhar técnico e normativo, produzirão uma reforma de nossas rotinas que proporcionarão uma burocracia ao mesmo tempo mais eficiente e mais ágil e leve. Criaremos medidas de acolhimento aos estudantes e de maior eficiência na assistência estudantil nos primeiros seis meses após ingresso. Isso significa UFPel Mais. 

3. Por que acreditam que os eleitores escolheram vocês para o segundo turno?

Nessa eleição, tivemos três chapas de oposição à forma como a universidade vem sendo administrada nos últimos 4 anos. E a maioria votante da UFPel decidiu que a UFPel merece mais. Como já dissemos acima, o programa UFPel Mais já possui uma tradição e reconhecimento dentro da nossa universidade. Acreditamos que o reconhecimento da importância de um projeto humanista, com seu desdobramento em uma administração horizontalizada e inclusiva, seja a razão de termos chegado ao segundo turno. A partir dessa liderança e considerando que o projeto UFPel Mais possui, em seus princípios e propostas de ação, muitas convergências com os projetos das demais chapas de oposição, pudemos unificar as oposições e estaremos juntos no pleito em seu segundo turno. Além disso, os eleitores reconheceram na chapa dois aspectos: primeiro, o equilíbrio entre as áreas do conhecimento, visto que cada um dos membros da chapa representa áreas diferentes (humanas/licenciatura; sociais aplicadas/administração; saúde; agrárias e exatas), bem como diferentes espaços da universidade (campus Porto, Anglo, Capão e unidades do centro da cidade); segundo, a experiência, com um candidato a Reitor com quase três décadas de docência na UFPel, tendo muita prática tanto no ensino, quanto na pesquisa, na extensão e na administração.

 

4. Na gestão da UFPel, há algo que manterão “a todo custo”? Há algo que necessariamente farão diferente?

O grupo UFPel Mais se move a partir de princípios que consideramos inalienáveis e que defendemos e manteremos “a todo custo”: 1) a manutenção e ampliação do ensino público, gratuito e de qualidade e 2) a defesa da Universidade Pública e de suas autonomias administrativa, acadêmica e institucional. Faremos diferente em defender um outro princípio que, apesar de ser tema dos mais diversos discursos, não tem sido levado em conta:  o reconhecimento do papel central do Projeto Político-Pedagógico da instituição como balizador de todo o processo de tomada de decisão. Além disso, na perspectiva de implementar um modelo humanista de universidade, vamos estabelecer uma gestão verdadeiramente democrática, compartilhada, eficiente e transparente, que promova o sentido de pertencimento em cada aluno e em cada servidor. Necessariamente trataremos nossa comunidade de modo bem distinto do atual, ao administrar enxergando pessoas, para além de números e planilhas. Trabalharemos reconhecendo a diversidade das demandas por serem áreas diferentes, com características próprias. O ambiente opressor com inúmeras denúncias de assédio praticado por ocupantes de cargos precisa urgentemente se tornar uma página desprezível do passado de nossa universidade.

 

5. Sendo eleitos e não escolhidos pelo presidente, o que pensam fazer?

Na UFPel, a escolha da listra tríplice a ser enviada ao presidente da república é feita a partir de uma consulta informal à comunidade da universidade. Assim, os três nomes que serão enviados ao MEC serão do mesmo grupo e defendem a mesma proposta de administração. Nestas condições, não há vantagem política para a presidência da república em nomear reitor qualquer pessoa que não seja o primeiro da lista. A comunidade da UFPel sempre esteve mobilizada para garantir que o primeiro da lista seja nomeado, e temos o compromisso de fazer parte desta mobilização.

 

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