Uma reflexão sobre Educação e Pandemia.
Luzia Helena Brandt Martins
Sobre a data:
Após pesquisas em sites e páginas
de informação, descobrimos que há mais de um dia para comemorarmos e pensarmos
a Educação: 28 de abril, o Dia Mundial da Educação. Essa data, no entanto,
também pode ser comemorada em 24 de janeiro, reconhecido pela ONU – Organização
das Nações Unidas – como o Dia Internacional da Educação.
Com isso, temos duas datas
específicas para repercutir a importância e diferença da educação nos ambientes
em que ela está presente. E isso me parece incrível, são espaços e
oportunidades para discutirmos a educação em todos os âmbitos.
Sobre a Educação...
Nas palavras de Érika Dias
e Fátima Cunha Ferreira Pinto (2019), “A educação é, desde a sua gênese,
objetivos e funções, um fenômeno social, estando relacionada ao contexto
político, econômico, científico e cultural de uma determinada sociedade”. Assim,
é fundamental reconhecê-la como parte indispensável da sociedade que
historicamente vem se modificando.
Quando pensamos em
educação, almejamos um mundo menos desigual, com mais oportunidades, que faça a
diferença e melhore a vida das pessoas. Pensamos em educação para além de um
direito.
Como já foi escrito, a
Educação é um fenômeno que acompanha a sociedade e se modifica junto com ela,
mas sempre carrega o mesmo propósito: fazer da sociedade um lugar de relações conscientes,
críticas e reflexivas. Magda Soares (2015), em um texto no qual se refere a
Paulo Freire, ela afirma almejar “uma concepção de alfabetização como meio de
democratização da cultura, como oportunidade de reflexão sobre o mundo e a
posição e lugar do homem”. O que ela nomeia “concepção de alfabetização”, pode
ser considerado como “concepção de educação”, em seu formato mais abstrato e
material.
Educação nos dias de
hoje...
Com diversas mudanças na
sociedade e consequentemente nesse fenômeno social que é a educação, chegamos a
2020, o primeiro ano em que a pandemia do Covid-19 assolou o país e o planeta.
Um ano que assustou e modificou a vida de milhares de pessoas.
O ambiente escolar não
ficou de fora. Nem a vida dos que davam vida para esses ambientes, como os
professores, funcionários, estudantes que, diariamente, “preenchiam"
espaços nas escolas, universidades, laboratórios de pesquisas.
Em 2020, a educação
precisou se reinventar e criar/produzir formas de minimizar o estrago da
pandemia. O foco era impedir que a desigualdade educacional que já existia, se
expandisse. Resultado: nos deparamos com um mundo através de telas e um modelo de
ensino e aprendizagem remoto, muitas vezes improvisado.
As telas...
De um lado da tela, professores
com carga horária multiplicada, precisando se adequar a novos métodos de ensino
em modo online. Sua imagem e linguagem, diariamente exposta e precisando
extrapolar os níveis de compreensão.
Do outro lado, estudantes curiosos
e que, muitas vezes, não conseguem ter acesso aos aparelhos eletrônicos
adequados ou conexão segura e constate. Outros, que precisaram trabalhar e o
horário que tem para estudar, não é o adequado. Ou ainda, crianças em processos
de alfabetização que não aceitam ficar em casa e aprender a ler e a escrever
através de uma tela. O ponto em comum? Exaustão, cansaço, desmotivação. Entre docentes
e discentes.
Alguns dados
Segundo o G1, em uma
pesquisa feita entre setembro e outubro de 2020, o “percentual de alunos sem
motivação para estudar saiu de 46%, em maio, e chegou a 54%, em setembro.”,
isso, considerando que a quantidade de atividades enviadas em setembro foi
maior que a de maio. Na reportagem ainda, apesar de “o conteúdo estar chegando,
ele não motiva os alunos. O cansaço dos estudantes apontado na pesquisa indica
o desafio para o ano letivo de 2021 [...]”.
E é abril,
novamente...
Enfim, estamos em abril de
2021, as aulas remotas já retornaram e o desafio ainda é o mesmo: buscar minimizar
os impactos diretos da pandemia na comunidade escolar.
Mesmo em um momento atípico
da nossa história, não desistimos de afirmar que a educação é capaz de fazer a
diferença e precisa estar presente em todas as esferas. É ela, ainda, que pode garantir
a nossa saúde, mesmo que seja através de uma tela de aparelhos eletrônicos!
Finalizando, sonho que a
educação seja fonte e desejo que todos possam, igualmente, desfrutar dela!
Referências:
DIAS, Érika; PINTO, Fátima Cunha Ferreira. Educação e Sociedade.
Rio de Janeiro. 2019.
GLOBO. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/11/09/percentual-de-alunos-desmotivados-em-estudar-na-pandemia-chega-a-54percent-em-setembro-diz-pesquisa.ghtml.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento / Magda Soares. 6. E., 7ª
reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2015.
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