Org.
da matéria: Estefânia Konrad
Já sabe em qual chapa votar?
O "PET Educação Entrevista" resumiu os encontros com três das quatro chapas que concorrem à
reitoria da Universidade Federal de Pelotas (2020-2024). A votação acontece nos dias 23 e 24 de setembro de 2020. Mais informações (como votar?) serão enviadas por e-mail individualmente à toda comunidade acadêmica.
Chapa 2 - UFPel Mais
Por: Alisson Batista e Estefânia Konrad
No dia 13 de agosto, às 18h30 horas, o PET Educação conversou e
entrevistou a chapa 2 UFPel Mais, candidata a reitoria da Universidade.
A chapa é composta pela professor Fábio Vergara (para reitor) e a professora Isabel Rasia (para vice-reitora).
No diálogo, além dos componentes e apoiadores da chapa, tivemos a presença dos alunos de bolsistas PET Educação e discentes do curso de pedagogia FaE/UFPel.
Anteriormente um roteiro foi realizado, contendo perguntas que buscavam entender as principais ideias da chapa. A seguir acompanhe as perguntas e respostas:
Pontos positivos e negativos da atual gestão: |
Para Isabel Ponto positivo: Ônibus Capão e r.u
anglo Ponto negativo: Estrutura precária.
Para Fabio Ponto positivo: Propaganda forte nas
redes sociais (democracia de alta intensidade) não confirmadas pelos alunos,
crise de democracia interna (docentes e técnicos). Ponto negativo: Extensão fraca (a
universidade se voltou muito para dentro e para pesquisa ‘às custas’ da
extensão).
|
Propostas para a pandemia: |
Resposta Isabel: O projeto de
inclusão atual não foi real, foi insuficiente. Ensino híbrido no inicio do
ano que vem. Proposta de tablets
e computadores distribuídos para os alunos e docentes. Motivação dos alunos é
importante.
Resposta Fabio: Possibilidades de
ferramentas de telecomunicação (precisamos fazer a universidade do futuro). Projeto da Ufpel
para a pandemia não foi democrática, respondeu ao MEC ao invés de tomar
iniciativa antes. Temos especialistas
em EAD na Ufpel que foram ignorados. Montaram um novo grupo para lidar com a
situação. Se 75% dos alunos
reprovam em uma disciplina, algo esta errado com a disciplina ou os
professores (independente do momento ser pandêmico ou não).
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Em relação à Faculdade De Educação (espaço físico): |
Resposta Fabio: Precisamos
construir um plano de expansão física pro ICH, aproveitando o quarteirão em
frente (atrás e no miolo do prédio biblioteca e CEUs). Prédio verticalizado
com aulário, laboratório, auditório e etc. |
Sobre setor privado:
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Resposta Fábio: Ufpel é deficiente
nessa área. Algumas áreas são necessárias à parceria com setor privado nos
estágios: gastronomia, hotelaria, algumas engenharias. Exemplo positivo de
alguns IFs neste sentido. Proposta: criação
de um escritório de projetos para apoio aos docentes e alunos para captar
recursos em outras fontes. |
Chapa 3 - UFPel Tô Contigo
Por: Cinara Postringer, Debora Monteiro e Luzia Martins
No dia 19 de agosto, às 14 horas, o PET Educação conversou e entrevistou a chapa 03, denominada, UFPel #tocontigo, candidata a reitoria da Universidade.
A chapa é composta pela professora Julieta Fripp, o professor Mário Canever, e as professoras Janaina Brum e Aniê Oliveira.
No diálogo, além dos componentes e apoiadores da chapa, tivemos a presença dos alunos da UNAPI (Universidade Aberta para Idosos), da pedagogia, o PET Educação e ex-petianos.
Anteriormente um roteiro foi realizado, contendo perguntas que buscavam entender as principais ideias da chapa. A seguir acompanhe as perguntas e resposta:
1.
Qual foi a principal motivação para formação da chapa e o lançamento da
pré-candidatura?
Conversava-se desde o ano passado (2019) da importância de cuidar das pessoas. Tendo uma universidade muito plural, diferentes pensamentos e projetos há muita coisa para motivação. Mas a principal desmotivação é por falta de atenção, de cuidado e assim vêm os outros problemas… Então, a principal motivação é cuidar das pessoas. Por que quando se cuida das pessoas, todo resto funciona, as pessoas se sentem valorizadas... Essa é a essência, estamos dentro de uma universidade, pública, gratuita, autônoma e crítica, devemos respeitar as diferenças e valorizar os interesses, no sentido de fazê-la crescer para dentro e também para fora. A UFPel é pública, então precisamos atender a sociedade, para o bem comum. É sobre cuidar das pessoas, e não é só dar assistência na saúde, mas também no pleno desenvolvimento do ser humano intelectualmente, psicologicamente e socialmente, está também em projetos como esses.
2.
Os alunos da Unapi não têm número de matrícula, portanto eles não têm direito
em algumas coisas... Como por exemplo, votar nessa eleição... O que vocês
acreditam que poderiam fazer sobre isso?
Principalmente construir juntos! Já temos alguns planejamentos para a universidade aberta para idoso e estamos abertos para receber mais sugestões para nosso projeto. O principal interesse é que essa iniciativa seja além dos estudantes, mas também da universidade, para que de fato eles participem da universidade. Pretendemos potencializar a unapi de forma que seja possível, aumentar o número de vagas, disponibilizar mais cursos, fazer com que os alunos da UNAPI sejam alunos com matrícula, alunos que de fato integrem a universidade e participem dos cursos da graduação com vagas específicas. Considerando que eles tem uma bagagem e conhecimento que podem contribuir com a universidade nas trocas em diferentes cursos.
3. Perante uma pandemia, e
o atual calendário de ensino remoto. Quais observações a serem feitas?
Precisamos ter consciência que essas ferramentas de comunicação a distância vieram para ficar, não vieram para substituir o ensino presencial, mas sim para complementar. Elas precisam ser aprimoradas dentro da universidade, por que hoje a universidade não consegue oferecer comunicação através de vídeo conferência com potência, precisamos construir isso. Sobre o calendário, voltaremos as aulas presenciais, mas em um "novo normal" trabalhando com essas ferramentas e buscando não deixar ninguém para trás. Nossa principal preocupação é a seguinte: qualquer ação que a universidade faça, tem que ser inclusiva. E esta ação que foi feita agora, deixou muita gente para trás. Há muitos relatos de professores e alunos que manifestam a dificuldade de manter o aprendizado nesse momento e dessa forma. O problema é que não tem nenhuma solução ótima neste caso, todas são ruins e precisamos achar a menos ruim e saber onde ela é ruim e tentar arrumar isso. A conectividade foi uma situação que foi muito maltratada, não estamos dando suporte para os alunos em vulnerabilidade social, que deveríamos ter dado. É preciso ouvir as pessoas e construir juntos uma solução para esse desafio novo para todos.
4.
O que os distingue das outras candidaturas?
Temos o nosso projeto que fala muito sobre cuidar das pessoas e dar conta de todas as necessidades no sentido de qualificar o tripé de ensino, pesquisa e extensão, mas sem esquecer que somos uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. É importante ter uma comunicação próxima e direta com toda a estrutura universitária, precisamos estar junto e ouvir de fato as demandas da comunidade da universidade e da comunidade. Uma das principais diferenças da chapa é a diversidade, pois fomos construindo coletivamente, não só escutamos as pessoas quando elas nos procuram, mas buscar ouvir o que elas têm a dizer. Assim a chapa foi construída com várias pessoas com variados pensamentos, em que todas opiniões e posicionamentos eram levados em consideração. Os representantes da chapa são pessoas que querem fazer e já fizeram, e essas ações são todas no âmbito do coletivo, não são pessoas de discurso e que pensam no privado.
Além dessas questões, foi abordado também a relação universidade e escola. Sobre os cursos da ufpel interagirem de forma ativa nas escolas públicas e privadas e não apenas para estágios e pesquisas. Sobre isso, a chapa disse que já pensaram em algumas propostas e que estão no programa. E afirmaram que precisamos de uma política institucional que faça um diálogo com as escolas, pois a escola também tem o que contribuir com a universidade assim como a universidade contribui com a escola, desta forma, não pode ser uma via de mão única e nem passar uma ideia de assistencialismo.
A conversa que iniciou as 14 horas, teve fim em torno das 15 horas, tempo em que tivemos a oportunidade de dialogar com a chapa UFPEL #tocontigo, e buscar entender os planos e projetos para o futuro da nossa universidade.
Chapa 4 - UFPel Raiz
Por: Débora Monteiro e Letícia Vilela
No dia 18 de agosto de 2020, o grupo
PET Educação entrevistou a chapa UFpel Raíz, concorrente à reitoria da
Universidade Federal de Pelotas-UFPEL, com o objetivo de conhecer suas
propostas.
A entrevista foi realizada de forma
online na plataforma Google Meet e mediada pelas bolsistas Débora Monteiro e
Letícia Vilela.
A Chapa é composta por: Miriam Alves
- professora do curso de psicologia; Michele Mandagara de Oliveira - professora
na faculdade de Enfermagem; Fabiano Souto Rosa - professor de LiBras e
Coordenador da área de Libras do CLC; Roberta Antunes Machado - graduada e
mestre em enfermagem pela UFPel e estudante de doutorado UFPel, apoiadora da
chapa.
Rejane Jardim - professora de educação na UFPel, apoiadora da
chapa.
1- Por que decidiu apresentar a candidatura à reitoria da UFPel?
Decidimos apresentar a candidatura a partir de um conjunto de críticas, experiências e vivências. Somos aquelas e aqueles que, na intensidade das relações políticas vividas nesta Universidade, na composição de um mosaico de múltiplos setores e categorias que constituem a comunidade universitária e a comunidade externa, estão comprometidas(os) com o enfrentamento das desigualdades que hierarquizam as pessoas e produzem uma avalanche de sofrimentos, de angústias diárias que aniquilam corpos, que matam sonhos-vidas. Somos aquelas e aqueles que se comprometem com uma Universidade pública, gratuita, laica, democrática, socialmente e ambientalmente referenciada, de qualidade e que assumem uma postura ético-política de enfrentamento ao racismo, sexismo, LGBTQIA+fobia e capacitismo
A partir do que entendemos como ensino, pesquisa e extensão, como projeto estratégico, pensamos a universidade como um todo. Pensamos a universidade como sendo uma universidade para a cidade de Pelotas, para a região Sul. Acreditamos nas propostas de acolhimento, resistência e inclusão.
2- A Chapa é direcionada somente para pessoas pretas e pretos?
A Chapa UFPel Raíz é construída por dois movimentos: Movimento UFPreta e Movimento Viva. O Movimento UFPreta se materializa a partir de vários questionamentos em relação às políticas de ações afirmativas nessa universidade e amplia as suas discussões para pensar a universidade como um todo. O Movimento Viva surgiu a partir da luta das mulheres da enfermagem que, em 2012, pela primeira vez, apresentou uma candidatura com duas mulheres para o pleito da reitoria. E este movimento continuou com a sua luta, discussões e críticas.
A UFPel Raíz pensa o conjunto da universidade e o conjunto das pessoas que constituem a universidade. A Chapa não é apenas para pessoas pretas, pois as mesmas ainda são minoria dentro da universidade. Na Chapa, pessoas pretas estão colocadas como uma perspectiva epistemológica, do lugar de onde a gente fala a partir das nossas experiências e isso é fundamental para termos uma universidade verdadeiramente democrática. A Chapa é um projeto político com suas propostas pensadas para o futuro, por isto é uma Chapa inclusiva, acessível, acolhedora, que dialoga com a comunidade externa a partir do seu ponto de vista.
3- Partindo da fala da candidata Miriam Alves dizendo que "os negros ainda são a minoria" o que a Chapa pretende fazer para tornar a universidade um lugar mais inclusivo?
A inclusão parte de diferentes dimensões: Inclusão da luta
das mulheres feministas na universidade, entrada, acesso e permanência de pessoas
negras e inclusão da comunidade surda de Pelotas nesta universidade.
Quando falamos em resistir, acolher e incluir, falamos na
perspectiva de que todas as pessoas se sintam incluídas e pertencentes a este
espaço, e que este pertencimento precisa ser da comunidade externa. Quando se
fala na inclusão das pessoas negras, falamos que elas precisam se sentir
pertencentes de fato a esta universidade, pois através dos relatos,
experiências e vivências que se tem dos discentes, técnicos e docentes, é que
as universidades como um todo não estão preparadas para receber, não foram
pensadas para que os negros estivessem nesse lugar, e não se preparam para
isto. Tanto quando se olha para a acessibilidade, quando se olha para as
mulheres, negros e negras e pessoas LGBTQI+.
Qualquer pessoa necessita da inclusão para bem viver, sejam
cegos, negros, surdos. Inclusão é estar todo mundo junto no mesmo local com as
condições necessárias que atendam as nossas diferenças.
Trabalharemos o acesso e a permanência dos alunos cotistas na universidade.
Caso a Chapa seja eleita, o que
pensam em fazer em relação ao ensino de graduação, tendo em vista a pandemia
que estamos enfrentando?
Não será um processo difícil e nem fácil, mas entendemos que
será possível superar dialogando com a base, com os estudantes, docentes e
técnicos, para que consigamos juntos construir estratégias ao que se avizinha e
não apenas impor um calendário alternativo, construído a partir de um gabinete
e imposto para a comunidade acadêmica sem nenhum tipo de discussão e avaliação
concreta dos efeitos pedagógicos deste calendário.
É preciso fazer um enfrentamento de frente, construir as saídas, os caminhos para que as perspectivas pedagógicas possam ser resolvidas de fato.
4- Vocês tem alguma crítica à gestão atual? Se tem o que pretende fazer sobre elas caso sejam eleitos?
A grande motivação de nós colocarmos uma chapa nesse pleito para universidade foi
principalmente por causa das críticas que tínhamos à atual gestão. Nós temos várias críticas e
várias propostas. Não temos críticas vazias.
Uma crítica importante que nós temos é em relação aos processos
democráticos por exemplo, pois do nosso ponto de vista o que a gente vivencia
hoje na universidade é uma democracia performática, uma democracia que na
verdade se utiliza de espaços democráticos para legitimar decisões tomadas em
gabinetes e temos hoje como um exemplo disso, o próprio calendário alternativo
para o qual não houve debate com a comunidade, nem discussão com participação
da comunidade acadêmica, tão pouco da comunidade externa.
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