Acompanhar, conhecer e
aprender com estudantes 60+: uma viagem de estudos com a UNAPI - UFPel
Cristina, Alisson,
Cinara, Débora, Ieda e Mariana.
Um grupo de estudantes da
Licenciatura em Pedagogia (bolsistas PET Educação) participou da viagem de
estudos da UNAPI – Universidade Aberta a Pessoas Idosas – UFPel no dia 05 de
junho de 2019. Organizada pela Docente de Literatura da UNAPI, Drª. Cristina Maria
Rosa com o apoio da monitora Cinara Tonello Postringer e com a colaboração da
Pedagoga Ieda Maria Kurtz de Azevedo, o Roteiro de Viagem teve início às 6
horas da manhã, em frente ao Museu do Doce, com destino à Casa de Cultura Mario
Quintana, em Porto Alegre.
Um almoço, no Restaurante
360º localizado na Orla do Guaíba, o passeio na Casa de Cultura da UFRGS e o
encontro com estudantes da UNAPI/UFRGS, foram parte do roteiro na tarde de
quarta-feira, incrementada com uma visita guiada à Exposição “Obras em
Destaque”, localizado no Saguão da Reitoria da UFRGS e um Café na Lancheria
Antonio’s. Entre às 16 horas e 30 minutos e às 18 horas e 30 minutos o grupo
participou do programa “Diálogos de Mulheres com Simone de Beauvoir” especialmente
preparado pela Drª. Aline Cunha, Docente na FACED/UFRGS, para nosso grupo.
UNAPI PREC UFPel
Programa estratégico da
Pró-Reitoria de Extensão e Cultura – PREC/UFPel –, a UNAPI –
Universidade Aberta a Pessoas Idosas é Coordenado pela Profª. Drª.
Adriana Cavalli e conta com uma Servidora Técnica, a Ana Carolina
(PREC/UFPel) que se dedica a trabalhar diretamente no projeto. Para esta
aula-passeio, a PREC providenciou o translado (ônibus mais motorista) o
que tornou a viagem possível. O apoio da administração central da UFPel,
representado nas pessoas da Adriana, Ana Carolina e Rogério, foi fundamental
para a realização da aula passeio, inspirada nos ensinamentos de Célestin
Freinet.
Entre às 16 horas e 30
minutos e às 18 horas e 30 minutos o grupo participou do programa “Diálogos
de Mulheres com Simone de Beauvoir” especialmente preparado pela Drª.
Aline Cunha, Docente na FACED/UFRGS, para nosso grupo.
Em Pelotas, o início
Início da viagem ocorreu
com a saída, às 6 horas da manhã de quarta-feira, dia 05 de junho. Em frente
ao Museu do Doce, nos aguardava o ônibus da UFPel que, após a viagem,
chegou, às 10 horas e trinta e dois minutos, na Travessa dos Cataventos da Casa
de Cultura Mario Quintana, onde ocorreu a recepção agendada com a guia Maria
Helena Ramalho.
Quem é guia Maria Helena
Ramalho?
Para responder a pergunta,
nada melhor que ler um pequeno texto enviado por ela, alguns dias antes da
viagem. Convidada a se apresentar aos alunos de literatura, a poeta e
estudiosa de Mario Quintana escreveu:
“Olá, professora Cristina.
Comecei minha vida profissional muito jovem. Casei, tive três filhos e, depois
da aposentadoria, passei a participar de Oficinas Literárias. Sou poeta e
contista, tenho alguns contos premiados em concursos e, por conta destas
premiações, fui convidada a assumir a cadeira 37 na Academia de
Artes Ciências e Letras Castro Alves. Depois de fazer oficinas de Contação de
Histórias com Celso Sisto, participei do III ° Festival de Contadores de
História da Biblioteca Lucila Minssen sendo convidada a fazer parte do seu time
de Contadoras em 2010. Participo de Saraus e Contações de Histórias em escolas,
clubes, feiras do livro. Sou membro da Confraria Mentes Literárias e até 2018
participei do grupo VivaPalavra. Desde 2017, além de Contadora de
Histórias, faço mediação na Casa de Cultura Mario Quintana apresentando o
prédio, falando sobre nosso Poeta e recitando seus poemas de cor – par
couer – enquanto o visitante vai conhecendo a casa, culminando
com um Sarau em que todos tem a oportunidade de ler ou recitar
poemas do seu agrado ou autorais”.
Roteiro na CCMQ
O Passeio Guiado ocorreu em
duas horas e teve como pontos chave a história Casa de Cultura Mario
Quintana, um dos maiores e melhor aparelhado Centro Cultural da cidade de Porto
Alegre. Originalmente Hotel Majestic, no auge entre aos anos 1930 e 1950, é um
prédio histórico brasileiro de estilo arquitetônico eclético, projetado pelo
Arquiteto Theodor Wiederspahn. Localiza-se entre a Rua dos Andradas e a Avenida
Sete de Setembro, unidas pela Travessa dos Cataventos, no Centro Histórico de
Porto Alegre.
Logo depois, no Mezanino,
ouvimos poesia e dados biográficos de Mario Quintana. A seguir, nos dirigimos
ao Jardim Lutzenbeguer, à Oficina de arte Sapato Florido, ao Espaço
da Discoteca Público Natho Nenn e à Biblioteca Lucília Minssen,
sempre acompanhados da guia Maria Helena, que intercalava informações com
poesia da melhor qualidade. O Quarto do Poeta e o Acervo Elis
Regina foram momentos emocionantes vividos por todos. Ao fim do passeio
guiado, uma certeza: para se tornar íntimo da CCMQ, é preciso retornar mais
vezes.
Almoço na Orla
O almoço foi no Restaurante
360º, na Orla do Guaíba. Agendado com antecedência, o Chef nos
esperava com um cardápio especialmente preparado para nosso grupo: Tilápia
grelhada, purê de cará, farofa de calabresa e crumble de nozes com
brócolis e brotos de agrião.
O Centro Cultural UFRGS, prédio
Centenário da Escola de Engenharia UFRGS localizado na Rua Engenheiro Luiz
Englert, ao lado da Reitoria e em frente à Redenção, foi o local de encontro
com a UNAPI Porto Alegre.
UNAPI UFRGS
Momento de conversar com um
grupo de mulheres que estudam ali, de conhecer as instalações do recente prédio
restaurado e entregue ao público e repleto de sons e acontecimentos. A UNAPI,
em Porto Alegre, atualmente atende a 400 pessoas, em programa curtos, oficinas,
palestras, minicursos e temas de longa duração. A “palhinha pedagógica” foi
dada pela professora Nathália Vescia Bauer, que nos convidou a conhecer a
proposta de uma de suas aulas de escrita criativa.
Após esse interessante
contato com cinco das estudantes da UNAPI/UFRGS, nos deslocamos para a Reitoria
para usufruir da exposição o “Clã dos Coronas”, no espaço “Obras em Destaque”,
localizado no Saguão da Reitoria da UFRGS que exibe cinco obras de arte
referência na história da arte no Rio Grande do Sul.
Aberta ao público desde 22
de maio, sempre de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, a peça mais antiga
data de 1915 e é um auto-busto, esculpido por Jesus Corona (Espanha,
1871 – 1938), o percursor da trajetória artística da família.
Uma das cinco obras
expostas é o desenho do projeto arquitetônico desenvolvido pelo artista para a
Catedral Metropolitana da cidade. Seu filho, Fernando
Corona (Santander, Espanha, 1895 — Porto Alegre, 1979), seguiu a carreira
de arquiteto e escultor do pai e fundou, em 1938, o curso de escultura no
antigo Instituto Livre de Belas Artes, atual instituto de Artes. O Instituo
também foi o lugar em que Luís Fernando Corona (Porto Alegre, 1923 –
Porto Alegre, 1977), neto de Jesus Corona, consolidou-se na carreira artística
tal qual o avô e o pai. O trabalho de Marilice Corona (Porto Alegre,
1964), deu continuidade à trajetória artística da família e também compõe parte
da exposição, com uma gravura de metal de 2007. Marilice é pintora e professora
no Departamento de Artes Visuais.
Café no meio da tarde
Pausa para um café na
Lancheira Antonio’s, localizada no pátio interno da UFRGS, entre a Reitoria e a
Faculdade de Educação, a FACED, onde, a partir das 16:30, participamos de um
programa especialmente preparado pela Drª. Aline Cunha, Docente na FACED/UFRGS
e suas orientandas para o nosso grupo: “Diálogos de Mulheres com Simone de
Beauvoir” e “Imagens e lembranças: registros fotográficos”.
Retornando
O retorno teve, ainda, uma
paradinha para uma ceia, no Paradouro Arrastão. Alimentados, hidratados e
felizes, nos entregamos aos cuidados de nosso motorista Rogério, que nos
conduziu com segurança ao Museu do Doce, centro histórico de Pelotas. Sobre a
viagem, uma das estudantes escreveu e compartilhou via WhatsApp:
“Companhia esplêndida e
programa primoroso! Retornei aos tempos de colégio e no momento estou com no
máximo 15 anos. Agradeço a todos o belo dia e em especial a competência da
Cristina”. Mercedes.
Ao fim da jornada, como
tarefa intelectual para os estudantes, a docente, professora Cristina Rosa,
solicitou a escrita de uma memória de viagem, com o intuito de “manter vivos os
laços, aproveitar intelectualmente o passeio, dizer a que viemos no mundo,
tecer teias, andar por elas...”. Gênero textual relevante e de cunho
documental, sentimental e, ao mesmo tempo histórico, as Memórias de viagem têm sido
escritas, quase sempre em linguagem informal, mas nada impede que se tornem
verdadeiros estudos de um tempo, um local e, até, um modo de viver intensamente
uma época. Cumprindo a tarefa, os “viajantes” escreveram. A seguir, alguns dos
textos:
“As idas são sempre geram
uma expectativa em nossas mentes. Para mim, foi uma enorme experiência, pois
temia minha viagem só. Mas foi maravilhoso, o acervo de cultura que acessamos,
a beleza dos lugares visitados e a companhia de vocês vamos carregar conosco
para sempre. Foram idas e vindas. Chegamos!” Leonor
“Maravilhoso dia de muitos
conhecimentos, cultura e lazer”. Cirlete
“As voltas,
definitivamente, devem ser melhores que as idas. Deves retornar com um
acréscimo na bagagem cultural, sentimental, com um acréscimo interno como
humano. Foi assim que voltamos!” Mercedes
“A viagem foi muito boa e
as expectativas a respeito dela, todas superadas. O conhecimento de ontem, na
Casa da Cultura e a ótima recepção dada pela guia Maria Helena, recitando
lindos poemas de Mário Quintana, alegrou ainda mais este dia. A visita feita à
UFRGS foi interessante, pois pude conhecer um lugar que já muito ouvi falar.
Todos os momentos renderam boas lembranças. O almoço no Restaurante Panorâmico
360 Graus foi algo que me encantou pela vista que disponibilizava. Tanto a ida
como a volta foi tranquila e segura. Agradeço às professoras e bolsistas, que
não mediram esforços para atender a todos”. Geni
“Somos viajantes do tempo,
alçamos um voo curto, de duzentos e poucos quilômetros rumo a Porto Alegre.
Todos alegrinhos, rumo à Capital dos Gaúchos, primeira viagem oficial do Curso
de Literatura da UNAPI/UFPEL. Todos a bordo, RG na mão e sorriso escancarado. Parecíamos
adolescentes, mas, imprevistos sempre acontecem. Nada grave. Apenas dois
Petroleiros passando pela ponte elevadiça do Guaíba. Câmeras dos celulares nas
mãos, registrando o fato inusitado que nos atrasaria por mais de hora. Às
10h30min, aportamos na Casa de Cultura Mario Quintana, nosso grande objetivo.
Lá estava a Maria Helena, estatura média, identifiquei de cara: era ela, a
contadora de causos. Tínhamos confiança na nossa guia de cabelos encaracolados
e branqueados. Assim começou nossa trajetória no antigo hotel. Já passava do
meio dia quando lembramos o próximo compromisso: alimentar o corpo. Sim, por
que o corpo Espiritual já estava alimentado. Eu até já imaginava como seria o
prado do Chef... Com toda aquela recepção à beira do Guaíba, que bela visão!
Muitas fotos foram tiradas... Em certo momento, tive um desiquilíbrio por conta
do meu Labirinto. Depois, pé na estrada, para a etapa final da visita à
Capital: encontro com os jovens da UNAPI/UFRGS, palestras, lanches e, com o
entardecer, chegava a hora do retorno. Todos satisfeitos com a oportunidade de
aprender e interagir. Última parada antes de pegar em definitivo a BR 116, para
recarregar as energias em um restaurante na beira de estrada. Arrastão, o nome
do estabelecimento. Alô, Pelotas, estamos chegando! Amor, em duas horas estou
aí, me espere no mesmo lugar da partida. Mercado Público, volta pela Praça
Cel., Pedro Osório, o Museu do Doce. Que silêncio, a cidade adormeceu... Agora,
é nossa vez”. João.
“Com grande expectativa
para um passeio cultural apresentado pela professora Cristina Rosa, nós, alunos
da Literatura na UNAPI/UFPel, tivemos a oportunidade de fazê-la no dia 05. Foi
muito proveitoso porque permitiu a interação e a integração entre os alunos
durante a viagem a Porto Alegre. Fomos recebidos na Casa de Cultura Mario
Quintana pela Contadora de Histórias Maria Helena, que discorreu sobre a sua
vida e obra além de nos agraciar com poemas durante a visita guiada ao prédio.
De minha parte, confesso que não tinha dimensão da grandiosidade e
representatividade da obra de Mario Quintana, o que me deixou muito interessado
a aprofundar o conhecimento.
Fomos para o almoço em um restaurante
panorâmico, o 360º, na área revitalizada à beira do Guaíba. Muito bonita,
oportunizou boas fotos e conversas entre os colegas. Na parte da tarde, fomos
ao Centro Cultural UFRGS onde fomos recebidos por uma das guias e
alguns alunos da UNAPI. Estes relataram parte das atividades que participam. Na
sequência, tivemos a oportunidade de visitar a exposição na reitoria. Essa
daria para umas boas horas de visita, mas o tempo era curto e tínhamos outra
atividade logo a seguir. Depois de uma pausa para o café, fomos recebidos pela
Professora Aline Cunha, que discorreu sobre o tema “Diálogos com Simone de
Beuavoir: Tornar-se mulher”. O foco foi a importância da inserção da mulher na
sociedade. À tardinha, hora de voltar e refletir sobre todas as informações
culturais recebidas embarcamos para Pelotas. Gratidão à
professora Cristina Rosa, pela dedicação e oportunidade de um passeio
maravilhoso e muito agradável; às suas alunas, Cinara e Yeda; à Maria Helena,
contadora de histórias, à Prof. Aline Costa, à Nathália, professora da
UNAPI/UGRGS e ao Motorista Rogério, que nos proporcionou uma viagem tranquila.
Aos colegas da disciplina de Literatura, porque pudemos conviver um dia
agradável e trocarmos experiências e conversas produtivas”. Carlos Alberto.
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