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15 fevereiro 2017

SulPET em Floripa!!!


     O PET Educação terá duas participantes no SulPET que ocorrerá entre os dias 20 a 23 de abril de 2017 na capital do estado de Santa Catariana.
Leia aqui, na íntegra, os resumos enviados ao evento que serão apresentados no evento e que representam o melhor que o PET Educação faz em ensino, pesquisa e extensão na UFPel.

TRABALHOS ENVIADOS
Os trabalhos a serem apresentados. oralmente e em formato banner são:
1. Oralmente:LEITURA LITERÁRIA NO PET EDUCAÇÃO/UFPEL: PROJETOS E ATIVIDADES
Estudante apresentadora: Rafaela Canez Camargo
Orientadora: Cristina Maria Rosa (Tutora PET Educação)
INTRODUÇÃO:
No trabalho tenho como finalidade descrever atividades realizadas entre janeiro de 2016 e março de 2017 pelo GELL – grupo de estudos em leitura literária – que integra o Programa de Educação Tutorial da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas. Vinculados ao campo da formação de professores, são projetos integrados por um princípio: o professor deve ter formação literária e ser um agente, na escola, de apresentação e apaixonamento pelo livro e pela leitura.
De acordo com Ana Maria Machado (2001), a Literatura infantil “[...] permite sonhar, enfrentar medos, vencer angústias, desenvolver a imaginação, viver outras vidas, conhecer outras civilizações. Além disso, nos dá acesso a uma parte da herança cultural da humanidade [...]”. Por ser um “instrumento motivador e desafiador”, a literatura para CONFESSOR (2016) “é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade”. Logo, o contato com a literatura infantil na vida escolar é muito importante.
Apesar dessa importância, os estudantes, em geral, leem por obrigação e não por gostar de fazê-lo afirma Machado (2001). Desse modo, é necessário despertar o gosto pela leitura realizando com eles, um processo de mediação. Mediadores de leitura, de acordo com o REYES (2014), são pessoas “que criam as condições para fazer com que seja possível que um livro e um leitor se encontrem”. Este processo, na escola e mais restritamente na sala de aula, é decisivo, para a pesquisadora Lígia Cademartori. Em suas palavras:

A mediação do professor é decisiva na relação que a criança irá estabelecer com a literatura infantil, pois a ele cabe escolher o livro, promover sua leitura e conversar a respeito na sala de aula. Também será tarefa sua ensinar a criança a manipular o livro como objeto e descobrir nele o que só com a visão e a manipulação é possível descobrir. É desejável que o livro ingresse na sala, nos primeiros anos, como um brinquedo e uma aventura com as palavras, que desperte a curiosidade dos pequenos e os estimule a pensar. Que as crianças mergulhem no livro e dele possam emergir como quem encontrou inesperadas maravilhas no fundo do lago. Ou ao cair na toca do coelho (CADEMARTORI, Glossário CEALE, 2014).
Partindo destas premissas, o Grupo de Estudos em Leitura Literária tem realizado atividades de leitura literária com diferenciados públicos. Algumas delas, como cursos de formação, eventos de leitura literária em escolas, manutenção de uma sala de leitura e restauro de uma biblioteca escolar, serão explanadas a seguir.
1.    ATIVIDADES RELIZADAS
2.1 Curso de Formação
O Curso “Mediadores em Leitura Literária” é um evento anual que ocorre no período não letivo da universidade. O objetivo é oferecer, aos participantes, conhecimento literário e metodologias de mediação da leitura. Aberto à comunidade, os frequentadores têm em sido estudantes de ensino superior, professores atuantes em escolas públicas e privadas e na universidade além de pessoas de outras áreas. Em 2016, na 2º edição, um dos resultados foi a confecção do Livro digital “Receitas inventadas: dos clássicos ao Mercado Público.” Em 2017, a terceira edição deu-se nos dias 30, 31 de janeiro e 1º, 16 de fevereiro, com o tema “Escritores de Além Mar”, no qual foi priorizado o escritor José Saramago. As informações a respeito de todo o processo e desenvolvimento estão registradas no Blog do PET Educação (http://peteducacao.blogspot.com.br/).
2.2 Sala de Leitura Erico Verissimo
A sala de leitura Erico Veríssimo tem como centralidade a “proposição de micropolíticas de formação do leitor literário” (POSTRINGER, 2016). Foi inaugurada em 17/12/2015 e tem o intuito de disponibilizar seu acervo literário para os estudantes do curso de Pedagogia, prioritariamente. Abriga seis acervos: “Livros sobre a Literatura e seu ensino, Obras de Literatura Universal, Obras de Literatura Infanto-Juvenil, Obras de Literatura para crianças, uma Gibiteca e uma Coleção de 30 Banners com a história do GELL, da Sala de Leitura e suas políticas” (POSTRINGER, 2016). Seu ambiente é pequeno, porém agradável e acolhedor, contando com uma decoração criativa e assentos. O local é aberto todos os dias da semana, em especial no horário de trocas de turnos e monitorado por um (a) bolsista ou voluntário.
2.3 Leitura Literária na Escola
Em busca de mediar a leitura, as estudantes vinculadas ao PET Educação realizam, em escolas, leituras literárias, a fim de introduzir alunos no universo da literatura. No ano de 2016, essa atividade foi realizada em conjunto e com o auxilio de personagens dos contos de fadas. Imagine: uma turma em sala sendo preparada para uma visita e então entra a Chapeuzinho Vermelho, a Cinderela, a Fada Madrinha... Isso captura a atenção dos alunos e possibilita mais facilmente o contato destes com a leitura. Esses eventos ocorreram mais intensamente no período de outubro e novembro, a partir do dia da criança. O grupo se fez presente em escolas municipais, estaduais e beneficentes, abrangendo crianças de educação infantil, anos iniciais e alunos com necessidades educativas específicas.
2.4 Reforma da Biblioteca
No ano de 2016, a vice-diretora (ex-petiana) de uma escola estadual localizada na periferia da cidade de Pelotas, entrou em contato com o grupo solicitando uma organização no acervo da biblioteca escolar, que estava sendo remodelada. Esperávamos “encontrar uma sala com armários e prateleiras repletos de livros que precisaríamos apenas classificar e guardar novamente” afirma Ieda, uma das petianas envolvidas (ROSA, 2016). Na escola, no entanto, integrantes do PET e a tutora se encontraram no corredor da escola com uma significativa quantidade de livros expostos à intempérie, além de ter acesso ao novo espaço em situação precária: havia recebido uma demão de pintura e, por isso, os livros foram retirados do local e os móveis acumulados no meio da sala. “Em uma primeira reunião, ideias e um plano de intervenção animaram a equipe que, daquele dia em diante, empreendeu esforços no sentido de transformar a sala em uma biblioteca: um espaço em que os estudantes gostassem de estar” (CAMARGO, 2016). Logo, com auxílio financeiro de professores universitários e pessoas da comunidade, o grupo foi restaurando o lugar e preparando-o para abrigar o acervo, acolher os alunos, professores e demais pessoas envolvidas com a escola. Sua inauguração aconteceu no dia 25 de novembro de 2016 e, homenageando nossa tutora, a direção nomeou a biblioteca com sue nome. Neste ano, o curso “Medidores em leitura” foi acolhido pela biblioteca, assim como o evento “Leituras Para Meninas”.
2.5 Leituras para Meninas:
O evento Leituras para meninas constitui-se de leituras públicas de obras literárias infanto-juvenis de escritoras brasileiras e não só. As obras foram escolhidas por terem, em seu universo ficcional, protagonistas meninas, mocinhas e ou mulheres que não esperam o príncipe encantado resolver seus problemas. São personagens inspiradoras, que se responsabilizam por si mesmas, propõem saídas inusitadas para velhos problemas e são bem humoradas. A justificativa é que o evento, integrado a uma data especial e tendo como foco a leitura literária, faz parte das ações do GELL - Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel. A leitura de textos sobre personagens femininas desde a infância empodera as meninas e pode inspirá-las a serem protagonistas das próprias vidas. Os objetivos do grupo são: ler textos literários de qualidade; ler mulheres para meninas; reunir meninas e mulheres leitoras; ler em um espaço escolar; ler e brincar de pensar. Essa agregação de valores constitui, por si só, a justificativa de relevância do evento. Foi desenvolvido no dia 08/03/2017 com meninas dos 9º anos da escola. As “Leituras para meninas” foram: A bailarina, de Vinícius de Moraes e As meninas, de Cecília Meireles; Pandolfo Bereba, de Eva Furnari; Uma Chapeuzinho, de Marjolaine Leray; Ervilina e o princês, de Sylvia Orthof; Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector; e O Príncipe que Bocejava, de Ana Maria Machado.
2.    CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta de mediar a leitura não se resume à apenas ler, apesar de ser o principal modo de atuação. Além de se formar leitor e mediador, os integrantes do grupo, orientados pela tutora, oportunizam a mediação através de locais, propícios à leitura, e da formação de novos mediadores.
3.    REFERÊNCIAS
CADEMARTORI,Lígia. Literatura infantil. Glossário CEALE. Belo Horizonte: UFMG/CEALE, 2014.
CASTRO, E. F. A importância da literatura infantil para o desenvolvimento da criança. 2009. Monografia. Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, Fortaleza – CE. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-literatura-para-o-desenvolvimento-da-crianca/9055/
CONFESSOR, Rosinete de Sales Gomes. A Literatura infantil como recurso de inclusão social nas escolas. Disponível em:
CAMARGO, Rafaela Canez. BIBLIOTECA ESCOLAR: AMBIENTE PARA A LEITURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR. Disponível em http://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2016/CH_05235.pdf. Acesso em: 08/03/2017
MACHADO, Ana Maria. A literatura deve dar prazer. Rio de Janeiro: Nova Escola: a revista do professor, São Paulo, v. 16, n. 145, p. 21-23, set. 2001. Entrevista concedida a Priscila Ramalho. Disponível em:  https://novaescola.org.br/conteudo/955/entrevista-com-ana-maria-machado. Acesso em: 08/03/2017
POSTRINGER, Cinara Tonello; ROSA, Cristina Maria.  MICROPOLÍTICAS DE FORMAÇÃO DO LEITOR: A SALA DE LEITURA ÉRICO VERÍSSIMO. Disponível em http://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2016/CH_02721.pdf. Acesso em: 08/03/2017.
REYES,Yolanda. Mediadores de leitura. Glossário CEALE. Belo Horizonte: UFMG/CEALE, 2014.
 ROSA, C. Fotodocumentação e Relatório de Intervenção: imagens e palavras sobre a interferência na Biblioteca da EEEF Fernando Treptow. Relatório e Pesquisa. Pelotas: PRPPG/UFPel, 2016.


2. Em formato Banner:
PROJETO NOVOS CAMINHOS: CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO
Petiana: Tamires Jara Goulart.
Orientadora: Gilsenira de Alcino Rangel;
OBJETIVO: O objetivo primordial do Projeto de Extensão Novos Caminhos é proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas com Síndrome de Down (SD) através da inserção, qualificada, em atividades sociais que exijam práticas de leitura e escrita. Compartilhamos com Freire (1983) que “A leitura de mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele.
ALFABETIZAÇÃO: A partir dessa ideia de Freire fazemos a relação entre Alfabetização - aqui entendida como o conhecimento do sistema alfabético, o domínio do processo de leitura e escrita de palavras, e o Letramento -“viver na condição ou estado de quem sabe ler e escrever” (SOARES, 2003), ou seja, utilizar esse conhecimento em sua vida diária, contribuindo para o entendimento do mundo. Nesse sentido, segundo a autora, apropriar-se da escrita é diferente de ter aprendido a ler e escrever: adquirir uma tecnologia, a de codificar e decodificar a língua escrita (SOARES, 2003, p.39).
A PESQUISA: Neste trabalho objetivamos apresentar a contribuição da atuação das petianas para a formação como licenciandas em Pedagogia. Nesse sentido, empreendemos entrevistas nas quais perguntávamos qual a contribuição do Projeto para tua formação? Apresentamos aqui dados de quatro bolsistas.
OS RESULTADOS: Como experiência das professoras-aprendizes, bolsistas PET, elas destacam a importância do projeto para sua formação pessoal e acadêmica. Relatam também suas experiências pessoais dando aulas no projeto:
ü    Professora A. “- Fui convidada, por uma professora aprendiz, a participar do Projeto, mas de primeira instância eu obtive um certo receio por conhecer essa outra realidade que é trabalhar com alunos com Síndrome de Down. Como eu nunca tive contato próximo com pessoas com SD, eu me questionava "como vou trabalhar com esses alunos se nem ao menos tenho conhecimento dessa síndrome?”Confesso que nas primeiras aulas eu estava meio desnorteada, pois eu tinha muitos preconceitos com relação à capacidade e potencialidade desses alunos. Garanto que depois que conhecemos e passamos a conviver com os alunos, o grupo, não tem como não se encantar nem como não se apaixonar!”
ü    Professora B. “Todo preconceito, com o qual eu ingressei no Projeto, foi desconstruído e hoje eu afirmo que "não estou me preparando para ser uma professora que pode trabalhar com uma classe inclusiva e sim para ser uma educadora atuante na Inclusão, pois é com a educação inclusiva que desejo trabalhar”. Com os alunos do Projeto, aprendi que todo mundo é capaz de sonhar, de crescer e se tornar o que quiser ser. Todos somos capazes!”.
ü    Professora C. “- Ao participar do projeto precisamos ter um olhar bastante diferenciado diante dos outros, um olhar mais progressivo, aprendi a elogiar mais os menores avanços. Aprendi que uma palavra pode construir sonhos bem como pode destruir. Um olhar diferenciado e preciso faz total diferença na vida de todos”.
Professora D. “- Olhar o mundo com outros olhos, ver a heterogeneidade de uma sala de aula... Pois acredito que na maioria das vezes, quando pensamos em "ser professor", temos aquela imagem de ter um caderno com atividades semelhantes e que ali da frente da sala, você pode resolver todos os problemas pedagógicos porque todos aprendem da mesma maneira.... Logo percebemos que cada um tem seu modo de adquirir conhecimento, cada um tem seu tempo e todos trazem uma bagagem a ser compartilhada e assimilada pelas pessoas que estão a sua volta”.
CONCLUSÕES: A partir desses depoimentos, percebemos que, entre os resultados mais significativos do Projeto estão os ganhos para as professoras-aprendizes uma vez que são confrontadas com situações desafiadoras em termos de processos de ensino-aprendizagem, tendo, assim, de pensar maneiras de mediar esse processo em busca da real aprendizagem.



Mais informções em:
https://www.facebook.com/XX-Sulpet-Floripa-302672883269501/
Para saber tudo sobre o evento, acesse o link oficial:
https://xxsulpet.wordpress.com/

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